domingo, 18 de maio de 2025

O Status do Reino que Alterou a Figura do Rei: O Mordomo Atrevido.


 

O Status  do Reino que Alterou a Figura do Rei: O Mordomo Atrevido. 



Havia um grande rei, justo e misericordioso, que governava um reino vasto e cheio de glória. Entre todos os seus servos, havia um homem de confiança, a quem o rei amava e em quem depositava grande responsabilidade. Este servo era como a mão direita do rei: planejava suas jornadas, organizava suas festas, executava suas ordens e coordenava toda a casa real. Ele tinha livre acesso ao trono e andava nos pátios mais internos do palácio, onde poucos podiam pisar.


O rei o considerava com prazer, pois ele servia com excelência. Contudo, com o passar do tempo, o coração do servo começou a se exaltar. Ele pensava: “Sou especial ao rei. Ele me ama como a nenhum outro. Mesmo que eu não siga todas as ordens à risca, ele me perdoará. Mesmo que eu tome decisões por mim mesmo, o rei entenderá. Afinal, sou único para ele.” 


E assim, começou a relaxar no zelo e na obediência. Agia de forma independente em certas ordens, deixava de corrigir erros na administração, e tratava os outros servos com altivez. Os demais, ao verem isso, passaram a imitá-lo. E logo, muitos servos começaram a achar que, por estarem próximos ao rei, poderiam agir de maneira leviana. “O rei é bom”, diziam, “ele não vai nos castigar. Somos seus escolhidos. Ele perdoará qualquer falha nossa.”

O sentimento de pertencimento ao Reino se tornou tão intenso, e sua confiança no status tão cega, que ele passou a pensar que, mesmo se errasse, não seria nada grave — afinal, era próximo do Rei. Já não via necessidade de meditar nas Suas leis, e tamanha familiaridade o fez perder a reverência, como se pudesse, por um momento, tocar no trono.


E essa maneira de pensar se espalhava como fermento por toda a casa real.


Mas o rei, que tudo via e tudo observava, ainda que calado, sondava os corações. Ele sabia que aquilo que começara com um só servo, agora contaminava toda a sua casa.


Quanto aos que estavam fora do palácio — os que não faziam parte da casa real, que não eram servos do rei, nem convidados às suas festas — estes eram vistos de forma diferente pelos que estavam dentro. Os servos do palácio julgavam que os de fora não podiam errar. “Eles não têm o amor do rei”, diziam. “Eles não são íntimos do rei. Se desobedecerem, serão condenados.” E de fato, quando os de fora cometiam algum erro, eram severamente punidos. Eram açoitados, lançados à prisão, desprezados, pois, não sendo considerados próximos ao rei, não tinham espaço para falhar.


Certo dia, o rei chamou o servo principal à sua presença e lhe disse:

Mas o rei, que tudo via e tudo observava, ainda que calado, sondava os corações. Ele sabia que aquilo que começara com um só servo se espalhava por toda a sua casa. Sua longanimidade era grande, e sua misericórdia, conhecida de todos, mas o coração do rei se entristecia ao ver que sua benevolência era tratada como desculpa para a infidelidade.


A paciência do rei se esgotava. O cálice da sua ira começava a se encher. Pois os que se diziam seus aliados o desconsideravam quando faziam o que lhes aprazia. Desprezavam sua palavra, mesmo tendo recebido tanto. Não eram fiéis às suas determinações, ainda que conhecessem sua vontade.


E chegou o grande dia.


O rei chamou seus servos fiéis e disse:


— A justiça será feita.


Então, todos os que do povo foram negligentes com a vontade do rei, que viviam infringindo as regras do reino, foram lançados na prisão.


Mas também foram chamados à presença do rei todos os que faziam parte do palácio — inclusive o mordomo e os demais que o seguiram em seu desvio. Eles foram reunidos no grande salão, e diante de todos, o rei falou ao mordomo:


— Porventura, porque te dei livre acesso ao trono, pensaste que podias ser maior que minha palavra? Porque te honrei com responsabilidades, julgaste que eu desprezaria a justiça? Não te dei posição para que me servisses com mais fidelidade? Não te dei autoridade para que temesses ainda mais o meu nome? Não te confiei os bens do reino para que os usasses a favor do meu governo?


E o rei continuou:


— Achastes que minha justiça seria apenas para os infiéis do povo? Pensastes que porque cantáveis louvores ao meu nome e fazíeis festas em minha homenagem, eu me alegrava em vossa hipocrisia? Quando vos reuníeis, quando faláveis da grandeza do meu nome ao povo, quando exortáveis os outros a seguirem as minhas regras, eu via tudo aquilo... e sentia repulsa. Porque os vossos corações estavam longe de mim.


— O cálice da minha ira foi se enchendo, e hoje vos dou a paga de vossos atos.


E então, foram todos lançados à prisão perpétua. Porque maior juízo recai sobre os que receberam mais, mas usaram o privilégio como escudo para a desobediência.

Porque tinham o status de serem povo do reino, de estarem próximos ao trono, de terem acesso às coisas do reino, julgavam que sua desobediência seria tratada de forma diferente. Mas o rei declarou com firmeza que a infidelidade deles os tornava iguais aos infiéis do povo. Pois diante da justiça do rei, não havia distinção: quem conhecia sua vontade e a rejeitava, era digno de juízo tanto quanto aquele que estava fora do palácio.


Reflexão


Esta parábola nos conduz a uma compreensão profunda e decisiva sobre a direção de nossas vidas diante do Reino de Deus. E para iluminar ainda mais essa verdade, devemos voltar nosso olhar para um dos episódios mais antigos e dramáticos registrados nas Escrituras: a queda de Lúcifer.


Lúcifer não era um ser qualquer. Ele estava no reino celestial, em plena comunhão com Deus. Sua posição era de honra e destaque, como declara o profeta Ezequiel: “Perfeito eras nos teus caminhos desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti”. Ele estava entre os querubins da glória, adornado com sabedoria, formosura e privilégios que nenhum outro ser criado possuía. No entanto, algo aconteceu dentro de seu coração: ele se encheu de orgulho. Exaltou-se em seu íntimo, e ao olhar para si mesmo, julgou que poderia ser semelhante ao Altíssimo. E foi justamente esse sentimento — de grandeza autônoma — que o levou à rebelião.


Lúcifer rebelou-se contra Deus. E sua desobediência não ficou restrita a si mesmo. Ele arrastou consigo uma multidão de anjos, que também se insurgiram contra o Criador. Aqueles que estavam no céu, que contemplavam a glória de Deus, se tornaram adversários do Rei eterno. Por isso, foram expulsos, e hoje conhecemos esses seres como Satanás e seus demônios — os que trocaram a luz da verdade pela escuridão da desobediência.


Da mesma forma, na parábola do reino, a história se repete. Aqueles que estavam dentro, que tinham acesso ao trono, ao reino, aos benefícios e à glória de estarem perto do rei, permitiram que seu coração se distanciasse. Julgaram que por estarem dentro, por conhecerem a estrutura do reino, por falarem em nome do rei e se apresentarem como seus servos, poderiam desobedecê-lo sem consequências. Mas o rei, em sua justiça, não fez acepção: tanto os de fora quanto os de dentro que foram infiéis, todos foram julgados.


E assim continua a acontecer nos nossos dias. Quantos há que, um dia, se entregaram a Deus, foram batizados, se declararam cristãos, frequentam igrejas, oram, falam de Jesus, leem a Bíblia, vivem experiências espirituais, testemunham milagres, recebem dons, e se consideram povo de Deus? Quantos se apoiam na convicção de que por conhecerem as Escrituras e falarem de Cristo, estão automaticamente seguros no Reino de Deus? O 


Mas cometem o mesmo erro de Lúcifer. Assim como ele acreditou que sua posição o autorizava a desobedecer, muitos hoje pensam que por terem um passado de experiências com Deus, estão isentos de seguir com obediência e temor. Iludem-se quanto à verdadeira vontade de Deus. Enganam-se sobre a natureza do Senhor que é Santo, Justo e Fiel. E, no fim, acabam desprezando o próprio Deus a quem dizem servir.

O orgulho é a semente perversa que, ao brotar no coração daqueles que se dizem povo de Deus, os leva a crer que sua posição lhes confere liberdade para agir acima da vontade do próprio Deus. Esse sentimento — o mesmo que corrompeu Lúcifer — nasce da exaltação interna: por serem do Reino, por terem experiências com Deus, por conhecerem a verdade, passam a se considerar intocáveis. Acreditam que o amor de Deus os isenta de juízo, que sua aliança com o Senhor lhes garante impunidade. Assim, em sua mente enferma, constroem uma doutrina própria, em que o amor de Deus é separado da Sua santidade, e a intimidade com o Senhor se transforma em licença para desobedecer. Eles deturpam o caráter de Deus, anulam Sua soberania e, como Satanás, desejam um reino onde Deus esteja, mas não reine absoluto. 


Eles criam um evangelho antropocêntrico, centrado no homem, em vez de um evangelho verdadeiramente cristocêntrico. É um evangelho em que o homem é o protagonista e Deus é apenas o coadjuvante — embora, na teoria, confessem o contrário, na prática é exatamente isso que acontece. Suas músicas exaltam mais o valor do ser humano do que a glória de Deus, falam do que Deus pode fazer pelo homem, mas não de quem Deus é em Sua santidade e majestade. Suas doutrinas apresentam um Deus que existe para servir ao homem, proteger, guardar, abençoar, tornar santo, atender às suas necessidades — mesmo que o homem não seja de fato santo. Essa é uma visão distorcida de um Deus que não existe.

Na verdade, eles forjam um deus em função da sua corrupção pelo orgulho e rejeitam a verdade de Deus, assim como acontecia com os religiosos na época de Jesus. Eles são doentes, pervertidos, mas trajados de santos — embora a santidade deles baseie-se no sentimento que têm de serem pertencentes ao reino de Deus. Mas, na verdade, não é o verdadeiro reino de Deus, é um reino forjado com o mesmo espírito de Satanás, porque é a mesma coisa, é o mesmo engano e o mesmo fundamento de Lúcifer: acreditam que podem desobedecer a Deus porque são os escolhidos, os eleitos de Deus.


Mas o que a Bíblia diz?


O fato de alguém professar o nome de Jesus e reconhecer que Ele morreu na cruz por seus pecados não lhe dá o direito de pecar. Pecar é negar a soberania de Deus. Deus é supremo, absoluto, e digno de ser obedecido. Quem peca está, na prática, dizendo que sua própria vontade está acima da vontade de Deus. Isso é rebelião. E como Deus falou por meio dos profetas, até mesmo aquele que conhecia o caminho, se se desviar e pecar, morrerá — e aquele que não o advertir também será culpado.



"Quando eu também disser ao justo que certamente viverá, se ele, confiando na sua justiça, praticar a iniquidade, não se lembrarão de todos os seus atos de justiça, mas na sua iniquidade, que cometeu, ele morrerá; e o seu sangue eu o requererei da tua mão."

Ezequiel 3:20



"Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?"

1 Pedro 4:17


"De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor... As vossas festas da lua nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer."

Isaías 1:11,14

Da mesma forma que Lúcifer e seus anjos foram lançados fora da presença de Deus por causa da desobediência, também serão lançados fora todos aqueles que, embora afirmem estar no reino de Deus, vivem em pecado. O simples fato de professarem o nome de Jesus não os isenta da obediência. Aqueles que continuam em pecado serão lançados eternamente fora do reino, afastados da presença de Deus, e condenados ao inferno eterno, junto com o diabo e seus anjos.



"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre."

Apocalipse 20:10



"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos."

Mateus 25:41




"E, se alguém não foi achado escrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo."

Apocalipse 20:15



Conclusão e Apelo 


Tudo isso deve trazer à sua mente a verdade: assim como na parábola, havia aqueles que estavam no reino ou pensavam estar debaixo da proteção do rei, mas foram surpreendidos, assim também acontecerá com muitos hoje.


Estes que professam que Jesus morreu na cruz por eles, mas desobedecem a Sua Palavra, estão se enganando. Eles reconhecem Jesus com os lábios, mas vivem em rebeldia. Desconsideram a soberania do Rei, assim como fez Lúcifer. E o fim deles será o mesmo.

Portanto, tome uma decisão:

Seja fiel a Jesus.

Não se iluda. 

"Não permita que o status de cristão (o orgulho) deturpe sua visão do Rei. Ele precisa ser obedecido, custe o que custar."

Tema ao Senhor e obedeça custe o que custar. 



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