A Grande Fuga, O Caminho e a Cidade do Livramento.
Cristãonaldo era um homem simples, morava com sua esposa e dois filhos numa pequena e pacata cidade chamada Perdinópolis. Levava uma vida comum: trabalho, família e religião. Aos olhos de todos, sua existência era tranquila. Mas, no fundo, ele carregava um vazio que não sabia explicar.
O Livro
Certa noite, teve um sonho. Nele, via um livro. Um livro que brilhava, como se fosse vivo. Suas páginas pareciam sussurrar segredos eternos. Quando tentava ler, uma mistura de temor e esperança invadia seu coração. Ele acordou assustado — e ali, ao lado de sua cama, o livro estava lá.
Sem entender como aquilo era possível, pegou o livro com mãos trêmulas e começou a ler. E quanto mais lia, mais algo dentro dele se revirava. As palavras daquele livro falavam de Perdinópolis. Falavam de uma condenação. De destruição. De um juízo que viria sobre a cidade e seus moradores. O livro era claro: a cidade seria destruída.
Um peso caiu sobre Cristãonaldo. Ele não conseguia pensar em outra coisa. Aquele fardo o esmagava. Andava pela cidade com os olhos inquietos, tentando alertar as pessoas, mas ninguém o ouvia. Sua esposa dizia que ele precisava descansar, que estava paranoico. Seus filhos olhavam com estranheza.
João Evangelista
Certa tarde, enquanto andava pelas ruas de Perdinópolis, curvado pelo fardo invisível que carregava, um homem se aproximou. Era diferente. Havia luz nos seus olhos.
— Homem, por que andas assim? — perguntou o estranho. — Tão sobrecarregado?
— Eu... eu não consigo mais — respondeu Cristãonaldo. — Este livro... ele revelou que Perdinópolis vai ser destruída. Eu preciso fugir. Mas... para onde?
O homem então apontou para o horizonte. Uma luz distante tremeluzia lá longe, quase imperceptível.
— Continue lendo o livro — disse o homem. — Ele mostrará o caminho. Veja aquela luz? Corra até ela. Não pare. Não olhe para trás. No final do caminho, você encontrará uma porta. E além dela... está a Cidade do Livramento.
Cristãonaldo então perguntou ao homem:
— Qual é o seu nome?
E o homem respondeu com serenidade:
— Me chamo João Evangelista.
A Família e os amigos
Cristãonaldo correu para casa. Falou com sua esposa e seus filhos:
— Nós precisamos fugir! A cidade será destruída! Há uma luz! Uma porta! Vamos sair daqui!
Mas sua esposa não acreditou. Disse que ele estava doente, que aquilo era um surto. Que precisava de ajuda.
Cristãonaldo chorou. Mas tomou uma decisão. Deixou tudo para trás. Pegou o livro. E começou a correr em direção à luz.
Cristãonaldo e a Cidade do Livramento — Parte 2: A Família e o Rejeitado
A luz brilhava à distância, firme, como uma promessa. As palavras do homem ainda ecoavam na mente de Cristãonaldo:
> — Continue lendo o livro. Siga a luz. Não pare. Não olhe para trás. No fim, encontrará uma porta. E essa porta leva à Cidade do Livramento.
Cristãonaldo segurava o livro contra o peito como se fosse tudo o que lhe restava. O fardo ainda pesava, mas agora ele tinha direção. Antes de partir de vez, decidiu que precisava passar na casa de sua mãe. Talvez ela acreditasse nele. Talvez ela entendesse.
Chegou na casa de sua mãe, Dona Obstinada, uma mulher forte, mas de coração endurecido. Quando tentou falar, ela o interrompeu:
— Você enlouqueceu, meu filho. Sempre foi impressionável demais. Volte pra casa, tome um chá, descanse um pouco.
— Mãe... por favor. A cidade vai ser destruída. Eu vi. O livro mostra...
— Eu não tenho tempo pra essas tolices. Tenho mais o que fazer!
Desolado, Cristãonaldo seguiu. Foi então à casa de seu irmão mais velho, LoucoNaldo — um homem conhecido por viver mergulhado em seus próprios pensamentos, zombador, debochado.
— Hahaha! E agora você virou profeta, Cristãonaldo? Vai fugir com esse livrinho aí? Deve ter batido a cabeça! Vai acabar tropeçando na própria sombra!
Sem conseguir conter as lágrimas, Cristãonaldo foi procurar sua irmã, Enganilda. Ela era muito envolvida com as tradições da cidade, sempre elegante, sempre segura de si. Quando ouviu sobre o livro e a luz, apenas balançou a cabeça:
— Isso aí deve ser coisa de seita. Cuidado com esses fanatismos, irmão. Não perca tudo que você construiu.
O Caminho
O coração de Cristãonaldo doía. Mas ele sabia: não podia parar. Mesmo sozinho. Mesmo rejeitado. Apertou o livro contra o peito mais uma vez e começou a correr. Correu em direção à luz.
> Não pare. Não olhe para trás. Corra para a luz.
A porta está adiante. A cidade do livramento o aguarda.
-- O Desvio para a Cidade da Ética e Moralidade
E assim, Cristãonaldo continuou sua caminhada. O fardo ainda pesava, mas a luz ao longe brilhava com firmeza, guiando seus passos.
Foi então que, no meio do caminho, encontrou um senhor bem vestido, de fala suave e aparência respeitável. O homem se aproximou com um sorriso acolhedor:
— Meu filho, para onde você está indo com tanta pressa?
— Estou seguindo a luz — respondeu Cristão Naldo —. Indo para a Cidade do Livramento.
O senhor franziu o cenho com aparente preocupação:
— Ah, esse caminho é muito longo... e cheio de perigos. Mas veja, bem aqui à frente há um atalho. Ele te levará a uma cidade tranquila, onde poderá descansar e se recompor antes de continuar. Lá não há sofrimento. Chama-se Cidade Ética e Moralidade. Muitos param por lá e se sentem bem.
Cristãonaldo hesitou, mas o peso do fardo e o cansaço da jornada o convenceram. Seguiu pelo atalho e, de fato, chegou a uma cidade bela, ordeira, limpa, com aparência de virtude. Lá, encontrou repouso, comida e elogios por sua “boa intenção”.
Mas o tempo passou. E num certo dia, enquanto caminhava pelo centro da cidade, um rosto familiar surgiu entre a multidão: João Evangelista.
— Cristaonaldo! — disse ele, com voz firme — O que você está fazendo aqui?
Cristãonaldo baixou a cabeça e explicou:
— Um homem me falou que esse caminho era mais fácil. E eu... eu achei que poderia descansar um pouco antes de continuar.
João Evangelista então respondeu com autoridade:
— Essa cidade parece justa, mas está fora do caminho da luz. Aqui se honra a aparência do bem, mas se desvia do Caminho. Saia daqui. Volte ao caminho. Siga a luz e não se desvie mais.
Com o coração constrangido, Cristãonaldo tomou a decisão: abandonou a Cidade Ética e Moralidade e retornou à trilha da luz. O fardo ainda estava sobre ele, mas a luz agora parecia mais viva do que nunca.
Cristãonaldo Encontra a Mulher Chamada Sensualidade
Cristãonaldo caminhava ferido, com cortes profundos nos braços e nas pernas, resultado dos espinhos que marcavam o caminho estreito. Foi então que surgiu diante dele uma mulher muito bonita, de aparência suave e acolhedora. O nome dela era Sensualidade.
Ao vê-lo naquela condição, Sensualidade disse com voz doce:
— Oh, pobre viajante... você precisa de cuidados. Eu tenho uma maleta de primeiros socorros em minha casa. Venha comigo, e eu tratarei das suas feridas.
Cristãonaldo, sentindo a dor em seu corpo e vendo nela uma proposta de alívio, aceitou o convite. E assim, caminhava com Sensualidade.
Contudo, à medida que se afastava do caminho da luz, algo começou a incomodar seu coração. Ele sentia um mal-estar, um peso na alma. Seus pensamentos se voltaram às palavras de João Evangelista, que havia dito:
— “Não se desvie do caminho da luz, por mais difícil que ele pareça.”
Cristãonaldo olhou ao redor e percebeu que não via mais a luz. Estava, na verdade, se desviando, ainda que com a justificativa de tratar suas feridas.
Foi então que, com firmeza no coração, Cristãonaldo tomou uma decisão: voltaria para o caminho da luz. E sem olhar para trás, deixou Sensualidade e seguiu novamente na direção da luz que o guiava.
Cristãonaldo Recebe o Alimento do Caminho
Cristãonaldo estava cansado, faminto e com o corpo exalando mau cheiro da longa jornada. Seus pés estavam sujos e calejados, e seus olhos já mal conseguiam manter-se abertos. Foi então que, à direita do caminho, ele avistou uma choupana humilde, e próximo a ela um homem simples, mas com semblante sereno e olhar compassivo.
Cristonaldo se aproximou e perguntou com voz fraca:
— Amigo, por acaso sabe onde posso encontrar comida?
O homem respondeu com um sorriso:
— Venha até minha cabana, vou lhe dar o que precisa.
Dentro da choupana, o homem lhe ofereceu um cantil com água fresca, e em seguida uma sacola contendo pequenas bolas de uma massa especial, parecendo bolos simples, mas com um aroma suave e reconfortante.
Enquanto entregava os alimentos, o homem explicou:
— Cada uma dessas porções tem um nome e um propósito. Você precisará de todas no caminho.
Ele apontava para cada bola enquanto falava:
— Esta aqui é o Amor.
— Esta é a Fé.
— Esta é a Mansidão.
— Esta é a Humildade.
— Esta é a Justiça.
— E esta é a Santidade.
— Guarde-as com zelo e use cada uma no tempo certo. Elas lhe darão força quando tudo parecer difícil.
Cristonaldo agradeceu com lágrimas nos olhos, pois sabia que aquelas provisões não eram apenas para o corpo, mas para a alma. Com gratidão, voltou ao caminho da luz, levando consigo não só o alimento, mas também a certeza de que Deus providencia para aqueles que permanecem na jornada.
Cristaonaldo Encontra José da Fidelidade
No mesmo caminho em que seguia com passos firmes, mas ainda sentindo os efeitos da fadiga, Cristaonaldo avistou à frente um homem de olhar sincero e passos decididos. Ao se aproximarem, o homem o cumprimentou com respeito e lhe perguntou:
— Para onde você está indo? E qual é o seu nome?
Cristaonaldo respondeu com um sorriso no rosto:
— Estou seguindo a luz, em direção à Cidade do Livramento. Meu nome é Cristaonaldo.
O homem então disse:
— Também estou seguindo para lá. O meu nome é José da Fidelidade.
Ao ouvir esse nome, Cristaonaldo sentiu-se animado, como se um novo vigor tivesse enchido seu coração, pois agora não caminharia mais sozinho. A presença de José da Fidelidade lhe foi como um bálsamo, uma confirmação de que Deus envia auxílio aos que permanecem firmes na vereda da verdade.
A partir daquele momento, caminharam juntos, orando, cantando, e animando um ao outro nas dificuldades da estrada. Tornaram-se grandes amigos e companheiros de jornada, unidos pelo mesmo propósito: alcançar a Cidade do Livramento, onde habita o Rei da Luz.
Cristaonaldo e José da Fidelidade Chegam à Cidade da Vaidade
Cristaonaldo e José da Fidelidade, seguindo firmes na jornada rumo à Cidade do Livramento, encontraram no caminho uma cidade. Ao se aproximarem dela, viram que a cidade tinha torres que brilhavam, mas não com a luz do céu. Eram tochas alimentadas com o óleo da vaidade.
Os portões eram largos e sempre abertos, convidando a todos a entrarem — não para encontrar repouso, mas para se perderem em suas muitas ofertas. Logo na entrada havia um mercado, onde se vendiam bênçãos, promessas e sonhos, tudo com etiquetas de preço. Vozes anunciavam coisas e milagres em troca de moedas e aplausos.
Os templos eram muito grandes e adornados com ouro e pedras preciosas, mas em vez de reverência, havia performances. Em lugar do altar, havia palcos; e em lugar da Palavra, slogans. O nome de Deus era pintado nas paredes, mas os corações adoravam outros senhores: o sucesso, o prazer, a aprovação, a riqueza.
Havia ruas inteiras dedicadas à adoração de ídolos — uns de pedra, outros de carne, outros invisíveis, mas reinando nos desejos. As casas estavam cheias de telas que falavam o tempo todo, ensinando o povo a amar o que é passageiro e a zombar do que é eterno.
Crianças aprendiam desde cedo a buscar a fama e não a sabedoria. Os velhos já não ensinavam o temor do Senhor, mas aconselhavam a “viver a vida”. O som da cidade era misturado de música, comércio e pregação sem cruz. Tudo era espiritual, mas nada era santo.
Os juízes amavam mais os dons do que a justiça. Os mestres ensinavam sem temor e os sacerdotes se alimentavam da gordura do povo, mas não ofereciam sacrifício algum ao Deus verdadeiro.
E no centro da cidade havia uma torre com espelhos por todos os lados. Quem olhava para ela via apenas a si mesmo e se sentia um deus.
Aquele que chegava com o livro nas mãos, com lágrimas nos olhos e verdade nos lábios era tido como louco, ultrapassado e até perigoso. Era a cidade onde tudo era permitido, menos a verdade.
A Perseguição na Cidade da Vaidade e o Martírio de José da Fidelidade
Cristãonaldo e José da Sideridade começaram a falar àquele povo da grande destruição que viria, e da necessidade de seguirem a luz em direção à Cidade do Livramento. Eles clamavam pelas ruas, exortando os moradores a abandonarem as vaidades, os ídolos, as mentiras e os falsos brilhos daquela cidade, e a voltarem-se ao Deus verdadeiro.
Mas a cidade começou a se revoltar contra os dois. Os líderes religiosos se indignaram, os comerciantes se enfureceram, os moradores os chamavam de fanáticos, e todos se uniram em fúria. Eles foram agarrados, espancados e lançados em prisão. Depois de um julgamento injusto, foram condenados à morte.
O primeiro a ser executado foi José da Sideridade. Ele foi levado à praça central, onde uma forca estava armada. Mas mesmo enquanto era enforcado, ele glorificava a Deus em alta voz e se despediu de Cristãonaldo dizendo:
— "Nos encontraremos lá na Cidade do Livramento. Eu espero por você."
E assim partiu José da Sideridade, selando com seu sangue o testemunho da verdade.
Cristãonaldo era o próximo. Sua execução estava marcada para o dia seguinte. Mas, naquela mesma noite, alguns dos moradores da cidade que haviam crido na mensagem dos dois, tocaram em silêncio as grades da prisão e, na calada da noite, libertaram Cristãonaldo.
Ele, ao sair, abraçou cada um dos que o ajudaram e disse:
— "Vocês saiam desta cidade e sigam o caminho. Não permaneçam aqui onde a verdade é perseguida."
Eles acenaram com a cabeça, dizendo que sim. E assim, com lágrimas nos olhos, prometeram seguir a luz.
E Cristãonaldo continuou agora sozinho no caminho, na sua jornada.
Cristãonaldo, continuando a sua caminhada, percebeu que o seu fardo já não era mais pesado — agora estava leve. Ele olhava para a sua roupa e via que estava limpa. A sua bolsa com alimentos estava cheia. E o livro que ele levava, permanecia firme em suas mãos — ele não conseguia deixá-lo, pois era precioso demais para ele.
E assim, Cristãonaldo aproximava-se da cidade. Próximo à entrada, ele encontrou um homem vestido de branco. Cristaonaldo contou-lhe a sua história e falou da sua preocupação com a sua família, que havia ficado na cidade de Berginópolis.
Aquele homem, com voz serena, respondeu:
— Não se preocupe. Nós enviaremos a eles um convite para que sigam a luz e encontrem a Cidade do Livramento. João Evangelista estará lá também para persuadi-los.
Mas o homem disse:
— Eu tenho uma boa notícia para você. Sua esposa e seus filhos já estão a caminho, correndo em direção à cidade.
E Cristãonaldo naldo chorou de alegria.
E assim, depois de uma longa e dura jornada, Cristaonaldo chegou à cidade. Os portões lhe foram abertos, e os seus olhos se maravilharam ao contemplar a glória que ali havia.
Então, foi-lhe dito:
— Vinde, bendito de meu Pai.
Ali, ele reencontrou José da Fidelidade, junto com muitos outros, todos vestidos de branco, com uma luz intensa resplandecendo em seus corpos, diante d’Aquele que tudo criou.
Reflexão
Esta mensagem traz profundos ensinamentos, que o leitor poderá identificar se dispuser a ler, reler e refletir sobre tudo o que está escrito, motivado pelo interesse nas coisas celestiais.
A mensagem central do texto precisa ser recebida por todos, e é esta: Perdinópolis será destruída. E só escaparão da condenação aqueles que saírem da cidade:
Guiados pela luz.
Nas mãos, o livro.
No caminho, a sacola com mantimentos.
Na mente, a palavra do evangelista, que diz: não desviar, não parar, não retroceder, mas seguir em frente até alcançar a cidade.
Perdinópolis é o mundo em que vivemos. O livro é a Palavra de Deus. A luz é Cristo. Os alimentos na bolsa são os frutos do Espirito Santo, a Cidade do Livramento é o lugar destinado a todos aqueles que viverem para conhecer e fazer a vontade de Deus, custe o que custar.
Decida-se.
Receba o convite.
Largue tudo.
E envolva-se na peregrinação que o levará à cidade do livramento.
Faça isso agora, enquanto ainda há tempo.
Obs: Digite no Google: estudando a Bíblia com pastor Rogerio. Acompanhe diariamente as mensagens de Deus. Compartilhe para que mais pessoas venham também ouvir a Deus.
Mensagem inspirada no livro e filme : O Peregrino.
Não podemos nos distrair com as coisas desse mundo, pois a palavra de Deus nos fala que: o príncipe deste mundo segou o entendimento para que nós não encherguemos à Luz . 2 coríntios 4:4.
ResponderExcluirLâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho
ResponderExcluirSalmo 119:105.
Mirtes