sábado, 7 de junho de 2025

Aquela madrugada, duas famílias e dois destinos.


Aquela madrugada, duas famílias e dois destinos.


Era madrugada. A luz fria dos corredores cortava o silêncio abafado da maternidade, onde o cheiro de álcool e recém-nascido se misturava com o som ritmado dos monitores cardíacos. O ar-condicionado soprava firme, mas o calor humano naquele ambiente era mais forte — mães suadas de esforço, pais com os olhos vermelhos de ansiedade, enfermeiras correndo de um lado para o outro com prontuários na mão.


Era uma maternidade pública, como tantas outras. Paredes claras, leitos divididos por cortinas, carrinhos de recém-nascidos alinhados como pequenas promessas de vida. Havia choro de criança em todos os cantos, mas naquele instante, dois gritos se destacaram — dois meninos nasceram quase ao mesmo tempo, em quartos vizinhos, com poucos minutos de diferença.


As parteiras estavam exaustas. Tinham virado a noite entre complicações, suturas e gritos de dor. Uma delas carregava dois bebês nos braços, enquanto a outra preenchia papéis às pressas. Foi então que aconteceu. Uma troca sutil, sem intenção. Um nome colado no berço errado. Um bebê devolvido à mãe errada.


Ninguém percebeu. Nem os pais, emocionados demais. Nem as enfermeiras, pressionadas demais. Nem os médicos, ocupados demais.


Naquele momento, dois destinos foram costurados com a linha invisível do engano — e ninguém viu.

Os anos passaram, e aquela confusão no berçário nunca veio à tona. Como a maternidade era pública, todas aquelas mães e pais moravam nos bairros ao redor. Ruas de paralelepípedos, casas geminadas, varais coloridos nos quintais. Era um lugar onde todo mundo se conhecia — ou achava que conhecia.


Lucas e Rafael cresceram a poucos quarteirões um do outro. Estudaram em escolas diferentes, mas seus caminhos se cruzaram no lugar que todos os meninos da vila sonhavam em estar: o Clube União Esportiva da Vila.


Ali era onde os garotos do bairro buscavam destaque. Os treinos aconteciam nas tardes de quarta e sábado, sob o sol generoso e a vigilância atenta do treinador Davi, um homem de fala firme e olhos experientes. Ser escolhido para os jogos oficiais era o objetivo de todos. E o treino era o campo de prova — onde cada menino dava tudo de si.


Lucas, criado por José e Marta, era calado, observador, mas explosivo quando se sentia injustiçado. Rafael, filho de Cláudio e Helena, era extrovertido, líder nato, mas também orgulhoso e competitivo. Jogavam na mesma posição. Rivais dentro do mesmo uniforme.


Num treino de sábado, os ânimos se exaltaram. Uma dividida mais forte. Uma resposta atravessada. Um empurrão. Um soco. A briga explodiu como uma faísca em palha seca. O treinador correu para separar os dois, enquanto outros garotos olhavam assustados.


O tumulto se espalhou. Pais que estavam assistindo do alambrado correram para dentro do campo. José, vendo Lucas machucado no chão, partiu para cima de Rafael com gritos e dedo em riste. Cláudio correu e empurrou José, defendendo Rafael com raiva e indignação. Marta e Helena chegaram logo depois, e a discussão virou um verdadeiro conflito familiar.


— Esse moleque já vive querendo aparecer! — gritou José, apontando para Rafael.


— Está falando do seu filho como se fosse um estranho! — retrucou Cláudio, furioso.


— Ele é um estranho! — vociferou José, sem saber da verdade profunda de suas palavras.


Helena se colocou na frente de Rafael, enquanto Marta tentava acalmar Lucas. Mas o que nenhuma daquelas famílias sabia, é que naquele momento... estavam odiando seus próprios filhos e defendendo os filhos de outros. E estavam certos do contrário. Amavam com sinceridade, brigavam com paixão, mas tudo estava baseado num engano antigo.

Apesar das rivalidades, as famílias de Lucas e Rafael se conheciam. Afinal, o Clube União fazia parte da rotina de todos. Eram treinos, reuniões, confraternizações. O contato era frequente. E, com o tempo, os olhos começaram a perceber o que o coração se recusava a entender.


— “Engraçado como o Rafael tem o mesmo sorriso de Marta…” — comentou certa vez uma vizinha, rindo, como quem diz algo sem pensar.


— “E Lucas... tem os olhos idênticos aos do Cláudio, não tem?” — retrucou outra, meio em dúvida, meio desconfiada.


Eram pequenos detalhes. Traços, expressões, gestos... como se as linhas do rosto estivessem tentando contar uma história silenciada.


Era como se algo invisível sussurrasse: “Olhem com atenção...”

Uma voz sem som, um apelo interno — a verdade querendo nascer.

Mas o ressentimento entre os pais, alimentado pelas brigas dos filhos, levantava muralhas contra esses sinais. Era como se cada ofensa trocada, cada olhar atravessado, cobrisse de poeira aquela pista que, se seguida, levaria à revelação.

Até que um problema dentro de uma das casas abriu uma brecha.

Cláudio e Helena passaram por um abalo profundo. Cláudio descobriu mensagens suspeitas no celular da esposa. Confrontou. Gritou. Ameaçou ir embora.


Helena chorou. Pediu perdão.


— “Foi um erro, Cláudio. Mas eu juro... nunca te traí antes disso. Nunca! Eu jurei diante de Deus, e é com esse temor que eu te falo: Rafael é seu filho.”


Cláudio, com o coração quebrado e a mente em guerra, chegou a marcar o exame de DNA. Mas o amor e a promessa da esposa o convenceram a desistir.

— “Se você está dizendo a verdade, não há motivo pra exame. Vamos reconstruir.”

E ali, por um triz, a verdade permaneceu oculta.

Aquela decisão, movida pelo sentimento, abriu mão da certeza em favor da aparência da paz

E assim viveram aquelas famílias.

Viviam próximas, participavam do mesmo clube, dos mesmos almoços, das mesmas festas, das mesmas lutas da vida comum.

Viviam enganadas. Mas crendo fielmente no engano.


E assim passaram-se os anos.

Os meninos tornaram-se homens. Casaram-se. Tiveram filhos. E os pais, envelhecendo, partiram um a um — na paz de quem julga ter cumprido sua missão.


Mas morreram no engano.


E a história seguiu...

Nasceram netos, bisnetos. Famílias foram construídas sobre a base do que se cria ser verdade, mas que jamais foi.


Gerações inteiras vivendo uma vida fundada na mentira.


Como muitos vivem — não apenas neste caso, mas em tantas coisas da vida — convictos de uma verdade que nunca existiu.

Vivendo e morrendo sem saber, sem querer saber, sem suportar saber...

que viveram uma mentira.


Reflexão


A Vida no Engano


Há pessoas que constroem toda a sua vida sobre algo que não é real.

Vivem, trabalham, criam filhos, tomam decisões importantes...

Tudo com base em uma convicção que parece firme — mas não é. Parece verdade — mas não é.


E seguem assim com zelo, com dedicação, com esforço. Mas não com verdadeira sinceridade. Pois a verdadeira sinceridade abre os olhos. A verdadeira sinceridade percebe os sinais. Ela escuta. Ela reflete. Ela se deixa confrontar.

Se houvesse sinceridade no coração, o engano não duraria tanto tempo. A verdade se manifestaria nos detalhes, na razão, na sensibilidade.

Bastaria um olhar atento, uma disposição para enxergar.

Mas o que se chama de sinceridade, muitas vezes, é apenas apego.

Apego a uma ideia, apego a uma história, apego ao orgulho. E assim o engano se fortalece.


E é assim que muitos atravessam a vida —

Firmes, convictos, determinados —

Mas sobre um alicerce falso.


Há uma verdade que precisa ser conhecida. Uma verdade que define o destino eterno de cada um. 

E é sobre essa verdade que vamos tratar. Você não pode ignorá-la. Não pode fugir dela. É necessário ter zelo em conhecê-la.

Pois viver no engano pode trazer a pior de todas as decepções — Aquela que só se revela no último dia.



Nascidos no Engano


Assim como aquelas crianças nasceram debaixo de um engano — sem saber, sem perceber, assim também todos nós nascemos debaixo de um engano.


Desde o ventre, carregamos uma natureza corrompida.

Nascemos com o pecado, e crescemos sendo moldados por um mundo que jaz no maligno.

O mundo nos ensina a viver longe de Deus, com tradições humanas, filosofias, religiões, costumes, ideias e valores que parecem corretos, mas nos afastam da verdade.


A Bíblia afirma que o diabo é o príncipe deste mundo. E é nesse mundo que fomos formados. Educados por ele, influenciados por ele, iludidos por ele.


E assim seguimos...Convictos. Firmes no engano.



A Verdade Se Apresenta


Até que a verdade começa a dar sinais. Assim como naquela história dos meninos, em que a aparência poderia ter chamado a atenção, em que o contato entre as famílias poderia ter despertado a dúvida, em que a aproximação poderia ter trazido luz...mas não trouxe. Porque faltou humildade. Faltou paz. Faltou zelo pela verdade.


O marido traído ouviu o pedido de perdão. E sua esposa dizia a verdade: nunca o havia traído antes. Mas o que ela dizia não desmanchava o engano que já havia sido cometido. E ele, ainda assim, escolheu não buscar a verdade. Desistiu do exame que poderia revelar tudo. Faltou zelo. Faltou fome pela verdade.


E assim é com muitos.

A verdade — que é Jesus — se apresenta, fala por meio das Escrituras, dos sinais, das situações, mas não é ouvida.


Por quê?

Porque muitos estão apegados. Apegados ao mundo. Apegados às ideias, às tradições, às crenças que os agradam. A uma maneira de viver...

"E a condenação é esta: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más."

— João 3:19


A Opção Pela Verdade


No último dia, ninguém poderá se colocar como vítima do engano. Porque o engano, na verdade, é uma escolha.

Deus apresenta a verdade a todos — mas muitos optam por rejeitá-la.


A verdade e o engano estarão diante de cada pessoa, e cada um terá de fazer uma escolha.

O engano se dá por uma mente que não está obstinada pela verdade, mas muitos estão obstinados pelo erro. A verdade é quem liberta do engano.


Jesus declarou:

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32).


Muitos estão hoje:


– Na religião errada.

– Na igreja errada.

– No casamento errado.

– Num estilo de vida errado: pecado, adultério, homossexualismo, mentira.

– Numa doutrina de vida errada.


Mas estão absolutamente convictos de que estão certos. Convicções não garantem verdade.


A verdade tenta falar. Tenta se apresentar. Mas a consciência não está voltada para Deus. Não há disposição para a verdade que é Jesus Cristo, a fonte de toda verdade.


A Bíblia — que é a revelação da verdade — declara:

"Toda Escritura é inspirada por Deus, e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, e para a instrução na justiça" (2 Timóteo 3:16).


O Pecado Separa da Verdade


Deus Pai é a verdade.

Deus Filho, Jesus Cristo, é a verdade manifestada aos homens.

E o Espírito Santo é o guia que conduz à verdade.


Mas o pecado...

O pecado separa o homem de Deus, separa da verdade, e mantém o ser humano preso no engano.


Como está escrito:


> "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem agravado o seu ouvido, para que não possa ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, para que não vos ouça." — Isaías 59:1-2


Apesar da verdade se manifestar o engano prevalece, pois o pecado não é abandonado. E o pecado não é abandonado porque o ser humano ainda é o próprio Senhor da sua vida, ou pensa ser, não sabendo ele que na verdade o diabo o comanda, tendo o engano por instrumento. 

Por isso, precisamos morrer para o pecado.

"Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" — Romanos 6:2


Sem essa morte, a pessoa continuará convicta de que está certa. Ela continuará crendo, piamente, que está tudo bem consigo. Ela acreditará que não irá perecer eternamente no inferno, que não sofrerá o tormento eterno, que é uma boa pessoa, que está no caminho certo, que prega a verdade, que vive a verdade...


Mas no último dia se decepcionará.

> “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.”

— Mateus 7:22-23


A iniquidade é o pecado.

 "Todo aquele que comete pecado também comete iniquidade, porque o pecado é a iniquidade."— 1 João 3:4


A verdade está dizendo claramente:

Se você não for fiel ao que a Bíblia ensina, se você não morrer para o pecado, você está no engano. E morrerá no engano. Afastado da verdade, que é Deus. E irá para um lugar de tormento eterno.


"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi lançado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele." — Apocalipse 12:9


Apelo 

Aquelas famílias... aquelas crianças... nasceram no engano, assim como todos nós.

Foram criadas no engano. E morreram no engano. Elas — e toda a sua família.


Mas a sua realidade pode ser diferente. A nossa realidade pode ser diferente.

Nós, que nascemos no engano do pecado, podemos receber a verdade.

E a verdade é esta: Jesus Cristo morreu na cruz, e Seu sangue foi derramado para nos libertar do pecado.

"Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" — João 1:29


Se aquelas famílias tivessem conhecido a verdade, isso mudaria completamente a vida delas.

Seria uma nova vida. Assim como se você conhecer a verdade hoje, ela vai transformar toda a sua vida.

E a sua maneira de viver, agora, será fundamentada na verdade — a verdade que é a Bíblia, a Palavra de Deus, uma vida  fundamentada em Cristo.


Eles não conheceram a verdade porque não tiveram fome e sede da verdade.

Não se engane a respeito da sua maneira de viver. Não se engane achando que pode continuar pecando, pedindo perdão e voltando ao pecado, sem morrer para o pecado. Pois no último dia, a sua decepção será grande.

E já não haverá mais tempo de buscar a verdade, de amar a verdade, de viver para a verdade — que é Jesus.


Deixe que esta verdade transforme profundamente a sua vida. Decida-se a viver para conhecer e fazer a vontade de Deus —em cada instante, a cada segundo.


Que todos os seus pensamentos, todas as suas decisões,todo o seu falar, pensar, sentir e agir, sejam fundados na verdade, voltados para a verdade, que é a vontade de Deus revelada em Sua Palavra.


Abandone completamente o engano do pecado. E mantenha-se firme na verdade, que é Jesus. Fiel a ela, custe o que custar.



Obs: Digite no Google: estudando a Bíblia com pastor Rogerio. Acompanhe diariamente as mensagens de Deus. Compartilhe para que mais pessoas venham também ouvir a Deus. 





3 comentários:

Nome opcional