segunda-feira, 21 de abril de 2025

A duas famílias.


 A duas famílias. 


Numa terra esquecida pelos mapas, mas viva nos livros celestiais, habitava uma mulher chamada Correção. Sua voz era firme, porém cheia de ternura, e suas mãos trabalhavam não para ferir, mas para restaurar. Correção era casada com Fiel, homem de passos retos e coração leal, cuja vida era moldada pela verdade. Juntos, caminhavam entre orações fervorosas e dias de perseverança.


Do ventre de Correção nasceu uma filha: Humildade. Cresceu entre abraços e ensinamentos, entre lágrimas de arrependimento e cantos de esperança. Humildade era bela — de uma beleza que não se desfazia com os anos. Forte como rocha, mas doce como o orvalho da manhã. Era amada, não por sua aparência, mas por sua essência. Em sua casa, havia simplicidade, mas também havia paz — daquelas que nem o ouro nem os palácios podem comprar.


Mas do outro lado da mesma região, em moradas opulentas e corações vazios, vivia um homem chamado Orgulho. Orgulho era altivo, andava com o nariz erguido, como se o mundo inteiro lhe devesse reverência. Tomou por esposa Rebelião, mulher que odiava o conselho e desprezava a disciplina. Dessa união nasceu Ego, criança mimada pela ausência de limites. Orgulho e Rebelião jamais lhe diziam "não". Satisfaziam todos os seus desejos, como se o mundo girasse ao redor de sua vontade. E Ego crescia, crescendo mais do que deveria, inchado de si mesmo.


As duas famílias viviam na mesma região, mas seus caminhos nunca se cruzavam em paz. Correção e Humildade não guardavam ódio, mas eram evitadas por Orgulho, Rebelião e Ego, que não suportavam sequer ouvir seus nomes.


A alimentação das famílias 

A família de Orgulho e Rebelião alimentava-se todos os dias de tradições vazias, das palavras dos homens e de seus próprios pensamentos. Em sua mesa, servia-se vaidade temperada com soberba, pratos cheios de opiniões humanas e sobremesas moldadas por imaginações corrompidas. Era farta a mesa, mas nunca havia saciedade. Já na casa de Correção e Fiel, o que se via era o maná celestial, o pão da vida, e os frutos do Espírito — amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Eles se alimentavam da verdade, da palavra viva de Deus, e por isso, mesmo em simplicidade, eram fortalecidos a cada dia.


A forma de se vestirem 

As vestes da família de Orgulho e Rebelião eram feitas para chamar atenção. Vestiam-se com sensualidade e lascívia, cobertos de joias, ouro, pedras preciosas e ornamentos chamativos. Seus trajes eram escolhidos para exaltar a vaidade e destacar a aparência exterior, com roupas provocantes, que expunham o corpo mais do que o cobriam. Já a família de Correção e Fiel se vestia com a brancura da santidade, com a pureza que agrada a Deus. Suas vestes refletiam modéstia, sobriedade e temor. A mulher se vestia com decência, modéstia e bom senso, conforme ensina a Palavra (1 Timóteo 2:9), não buscando atrair olhares, mas glorificar ao Senhor com seu testemunho visível até mesmo nas roupas.


As suas amizades 

As amizades da família de Orgulho e Rebelião revelavam ainda mais o seu caráter. Caminhavam lado a lado com a Murmuração, davam risada com a Irritação, passavam longas horas com a Vaidade, e sempre estavam acompanhados por o Desespero. Também mantinham amizade com a Arrogância, a Impaciência e a Suspeita, além de se relacionarem frequentemente com a Fofoca, que alimentava sua sede de espalhar boatos e mentiras. Já a família de Correção e Fiel fazia amizade com o Esforço, caminhava com a Reflexão, sentava-se com a Sabedoria, buscava conselhos com a Paz, se alegrava com a Gratidão e honrava a Justiça, que sempre estava ao seu lado. Tinham comunhão com a Longanimidade, e aprendiam com a Obediência, que os acompanhava desde cedo. Eram amizades que edificavam, enquanto as outras destruíam.


E assim o tempo passou. Orgulho, Rebelião e Ego tinham riquezas, mas não tinham alegria. Viviam em constantes brigas, desconfianças, e o vazio lhes fazia companhia à mesa. Já Correção, Fiel e Humildade moravam em uma casa modesta, mas havia ali uma alegria serena, uma paz que atravessava as estações.


Até que o Rei daquela região, por questões estratégicas de segurança do seu reino, decidiu desabitar aquela terra. Era hora de recolher os habitantes e conduzi-los a dois destinos diferentes. A família de Fiel foi levada à Cidade Celestial, onde a luz não se apaga e onde reina a justiça. Já Orgulho, Rebelião e Ego foram enviados à Cidade da Condenação, onde cada um vive segundo os frutos do que plantou.



Reflexão 

Ao observar aquelas duas famílias, o texto deixa claro que não havia comunhão entre elas. Eram naturezas distintas. A convivência era impossível, pois cada uma pertencia a um gênesis diferente. Tratava-se de linhagens espiritualmente incompatíveis, como se tivessem códigos genéticos opostos. A família de Correção e Fiel nascera de um gênesis marcado pela obediência, pelo arrependimento e pelo temor a Deus. Já a família de Orgulho e Rebelião havia nascido da genética de Adão e Eva, lá na origem em Gênesis — uma natureza decaída, moldada pela soberba, pela resistência à verdade e pelo prazer em si mesmo. Jesus disse: “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” — porque é preciso nascer da genética correta, do Espírito, da água, da decisão firme de reconhecer o sacrifício de Cristo, arrepender-se dos pecados e ser fiel a Deus, custe o que custar. Somente esse novo nascimento pode gerar o gênesis espiritual necessário para fazer parte da família que o Rei levará para a Cidade Celestial. A decisão está diante de todos, mas é urgente, pois o Rei, por questões estratégicas de segurança do Seu Reino, em breve fará a transferência definitiva. Tome essa decisão enquanto ainda há tempo.




Fundamentação Bíblica 


1. Correção – voz firme e restauradora:

Provérbios 3:11-12 – “Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão. Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.”

Hebreus 12:11 – “Na verdade, nenhuma correção, no momento, parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para os que por ela têm sido exercitados.”



2. Fiel – homem de passos retos e coração leal:

Salmos 101:6 – “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.”

Provérbios 20:6 – “Muitos proclamam a sua própria benignidade; mas o homem fiel, quem o achará?”


3. Humildade – fruto da correção e da fidelidade:

Provérbios 22:4 – “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida.”

Miquéias 6:8 – “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?”

1 Pedro 5:5 – “...Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”



4. Orgulho – altivez e rejeição da sabedoria:

Provérbios 16:18 – “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.”

Provérbios 8:13 – “O temor do Senhor é odiar o mal; o orgulho, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os odeio.”

Isaías 2:11 – “Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada; e só o Senhor será exaltado naquele dia.”



5. Rebelião – rejeição da correção e desprezo da autoridade:

1 Samuel 15:23 – “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria...”

Provérbios 15:10 – “A correção é penosa para o que deixa o caminho, e o que aborrece a repreensão morrerá.”

2 Timóteo 3:2-4 – “Porque os homens serão amantes de si mesmos... desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos... mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.”



6. Ego – criado sem limites, inchado de si:

Provérbios 29:15 – “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.”

Romanos 12:3 – “...não saiba mais do que convém saber; mas que saiba com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.”

Filipenses 2:3 – “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.”



2 comentários:

  1. Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração. Deus resiste os soberbos mas da graças aos humildes..... ........ ........miertes.

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  2. Humilhaivos, pois, de baixo da potente mãos de Deus, para que ao seu tempo vos exalte. 1 Pedro 5:6.

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