O Homem que Falava a Verdade
Havia um homem em uma pequena cidade, cuja voz ecoava como um trovão, não por causa de sua força física, mas pela clareza e firmeza de suas palavras. Ele não era movido por ódio, mas por temor a Deus e amor pela verdade. Quando via alguém vivendo longe da Palavra, ele não se calava. Dizia sem rodeios:
— Você é um miserável! Você está perdido! É um infeliz, um desgraçado, um louco! Se continuar assim, vai para o inferno!
Essas palavras cortavam como espada, e muitos se ofendiam. Outros o chamavam de louco:
— Você é insensato! Como ousa falar assim?
Mas este homem não falava de si mesmo. Ele conhecia a Escritura e sabia que a Bíblia declara que aqueles que vivem em pecado, rebeldes a Deus, são verdadeiramente miseráveis e infelizes, destinados à condenação eterna. Ele se lembrava do que está escrito:
“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” (Apocalipse 21:8)
Ele entendia que a advertência dura era, na verdade, um chamado ao arrependimento. Assim como os profetas do passado, que denunciavam o pecado sem medo, este homem tinha consciência de que a verdadeira compaixão não é suavizar a verdade, mas proclamá-la como Deus a revelou.
Alguns tentavam calá-lo, citando passagens fora de contexto, como quando Jesus disse: “Qualquer que disser: Louco, será réu do fogo do inferno” (Mateus 5:22). Mas ele explicava que o Senhor não estava condenando a exortação profética, e sim a ofensa movida por ódio e desprezo, sem amor. Sua fala não era insulto vazio, mas alerta divino, com a intenção de salvar vidas da perdição.
O homem sabia que, aos olhos do mundo, ele era radical. Mas aos olhos de Deus, era fiel.
Mas a vida daquele homem não era fácil. Onde quer que fosse, carregava consigo o peso do desprezo. Muitos o rejeitavam e zombavam dele. Quando entrava numa igreja, o clima mudava; os líderes religiosos diziam que ele era “um pregador rude, sem sabedoria” e não permitiam que se manifestasse. Ele não falava de prosperidade ou de autoajuda — falava do pecado, da necessidade de arrependimento e da realidade do inferno. E por isso, não havia espaço para ele ali.
Assim, passou a se reunir apenas com uma ou duas pessoas que amavam a verdade. Para ele, isso era suficiente, pois lembrava-se das palavras do Senhor:
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mateus 18:20)
Mesmo com tão poucos ao seu lado, continuava firme. Sua própria família o desprezou, parentes se afastaram, e amigos de longa data o abandonaram. Alguns o chamavam de fanático; outros diziam que ele era motivo de vergonha.
Mas ele não se calava. Onde havia oportunidade, pregava. Muitas vezes precisou fugir de ambientes porque pessoas queriam agredi-lo fisicamente. Em outras ocasiões, foi levado aos tribunais, respondendo a processos por causa de suas palavras — palavras que, para ele, não eram suas, mas de Deus.
Ele suportava tudo porque sabia que não estava pregando para agradar homens, e sim para obedecer a Deus. Lembrava-se do que está escrito:
“Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1:10)
Chamavam-no de louco, de ignorante, de rude. Mas ele sabia quem era: o homem que falava a verdade. E continuaria falando, até o último suspiro.
Era um homem que sofria muito. Sua dor não vinha de doenças ou necessidades materiais, mas do que via ao seu redor. Ele contemplava um mundo mergulhado no pecado, pessoas caminhando cegamente para o inferno, enganadas por falsas promessas e ilusões passageiras.
Via igrejas que já não pregavam arrependimento, líderes que agradavam ao povo em vez de confrontá-lo com a Palavra. Via uma igreja apóstata, distante da pureza do Evangelho, e isso feria o seu coração como uma ferida aberta.
Não suportava a ideia de que tantas almas se perdessem. Ele queria, ardentemente, que as pessoas fossem salvas, que conhecessem a verdade que liberta. Sua oração constante era que a Palavra de Deus prevalecesse sobre a mentira e que o nome de Jesus fosse honrado.
Esse zelo queimava dentro dele como fogo, como aconteceu com o profeta Jeremias:
“Mas, se digo: Não me lembrarei dele e não falarei mais em seu nome, então isso se torna em meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; estou cansado de sofrer e não posso.” (Jeremias 20:9)
Mesmo ferido, desprezado e acusado, ele não podia se calar. Sabia que o silêncio diante do erro é cumplicidade. Por isso, continuava a levantar a voz, mesmo quando cada palavra parecia atrair sobre si mais rejeição e perseguição.
Ele era o homem que falava a verdade — e, mesmo que isso lhe custasse tudo, sabia que estava cumprindo o chamado que Deus lhe confiou.
Mas esse mundo o fazia sofrer profundamente. Sofria com as decepções, com as desilusões, com a frieza de tantos corações. Doía-lhe ver pessoas queridas afastadas de Deus, endurecidas, rejeitando a salvação. E ele sofria… sofria…
O peso da missão, as lutas, o desprezo e a solidão foram deixando marcas não apenas em sua alma, mas também em seu corpo. O seu coração, tão inflamado pelo zelo de Deus, começou a enfraquecer. As batidas já não eram as mesmas; o corpo dava sinais de cansaço.
Veio a enfermidade. Os médicos tentavam, mas ele sabia que seu tempo se aproximava. Até o último momento, suas palavras ainda exortavam, advertiam, chamavam ao arrependimento. E quando chegou a hora, o Senhor, em Sua soberania e amor, o levou para Si.
Assim terminou a história do homem que falava a verdade — desprezado pelos homens, mas precioso aos olhos de Deus. E a sua vida permanece como testemunho de que é melhor sofrer por falar a verdade do que ser amado por dizer mentiras.
“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)
📖 Reflexão
A Bíblia está cheia de relatos de homens que sofreram por serem luz em meio às trevas. O mundo afastado de Deus, para aqueles que são fiéis a Ele, é um mundo de sofrimento. O próprio Senhor Jesus advertiu:
“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33)
O apóstolo Paulo também descreveu que toda a criação geme, aguardando a redenção:
“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” (Romanos 8:23)
A história mostra que os verdadeiros profetas sempre foram perseguidos. Micaías foi preso por anunciar uma mensagem que contrariava o rei (1 Reis 22). Elias foi perseguido por Acabe e Jezabel porque denunciou a idolatria (1 Reis 19). Estevão foi apedrejado por pregar a verdade sobre Jesus (Atos 7). João Batista perdeu a vida por confrontar o pecado de Herodes (Mateus 14).
Todos eles tinham algo em comum: não buscavam agradar aos homens, mas a Deus. E o preço por essa fidelidade, muitas vezes, foi a rejeição, a prisão e até a morte.
O chamado de Deus para os Seus servos é claro: ser uma testemunha fiel, mesmo que isso traga sofrimento neste mundo. A morte de um crente fiel não é derrota; é vitória, pois a Escritura diz:
“Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.” (Salmos 116:15)
Assim, a vida e a morte do homem que falava a verdade nos lembram que a recompensa final não está aqui, mas na presença de Deus, onde não haverá mais dor, nem lágrimas, nem morte — apenas a glória eterna com Cristo.
Para muitos, a vida cristã bíblica — este evangelho dos apóstolos e dos profetas — parece algo distante, apenas um relato histórico. Mas isso não é verdade. A mesma fidelidade, a mesma entrega e a mesma coragem que eles tiveram são possíveis hoje.
A realidade é que, se quisermos ser servos fiéis de Deus, teremos de enfrentar as mesmas guerras espirituais, suportar os mesmos sofrimentos e perseverar nas mesmas perseguições. O Reino de Deus não é para os que vivem acomodados, mas para aqueles que permanecem fiéis ao testemunho e à Palavra de Deus até o fim.
“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)
🎯 Conclusão e Apelo
Muitos, ao morrerem, se depararão com a condenação eterna e perceberão que nunca morreram para a sua própria vontade, para a sua própria exaltação, e que não viveram exclusivamente para a glória e a vontade de Deus. Ao abrirem os olhos na eternidade, descobrirão que o destino deles é o inferno. Saberão, então, que eram miseráveis, víboras, loucos, pobres e cegos espiritualmente.
“Pois dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.” (Apocalipse 3:17)
Perceberão que foi o diabo quem os inspirou a acreditar que eram boas pessoas, que estava tudo bem com eles, enquanto o homem de Deus — o homem que falava a verdade — os advertia para que se arrependessem.
Se você quiser viver realmente uma vida fiel à Palavra de Deus, inevitavelmente entrará em colisão com o mundo e com as trevas. As aflições, o sofrimento e a perseguição — tudo o que a Bíblia revela — virão sobre você.
Foi assim que o Senhor disse a Paulo:
“Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome.” (Atos 9:16)
Os versículos da Palavra não serão apenas letras na página — eles se tornarão realidade na sua vida. Você experimentará na prática o que está escrito:
“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (2 Timóteo 3:12)
E como nos lembra a galeria dos heróis da fé:
“Uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões; foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra.” (Hebreus 11:35-38)
Muitos não estão dispostos a viver essa entrega integral a Deus. Muitos não considerarão o Senhor digno de ser adorado a ponto de sofrer por Ele, e, diante das provações, abraçarão o caminho largo e confortável que leva à perdição.
Mas os que permanecerem fiéis, como Paulo, como os profetas e como todos os que amaram a verdade, receberão a coroa da vida.
“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)
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Jesus disse: ...no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. João 16.33. MIRTES
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