A Carta de um Rei Irado 📜
Havia um rei. E esse rei era o rei de uma cidade. Mas, apesar de ser o rei daquela cidade, ele não morava dentro dela. Ele habitava longe, em sua própria morada, afastada. Um dia, ele escreveu uma carta. E essa carta foi enviada à cidade.
A maioria dos moradores não o reconhecia mais como rei. Alguns até diziam com os lábios que sim, mas não o conheciam. Outros falavam em seu nome, mas não compreendiam sua vontade. E havia muitos que zombavam da ideia de um rei. Mas a carta foi enviada.
No primeiro capítulo, o rei falava de si. Revelava sua identidade, seu poder, sua autoridade. Mostrava que nada estava fora do seu controle, e que a cidade não era esquecida. Ele observava tudo, ainda que de longe.
Nos capítulos dois e três, o rei falava daqueles que se diziam seu povo. E ali, ficou claro: havia muito poucos que realmente pertenciam a ele. Entre esses poucos, apenas dois de cada sete eram verdadeiros em sua lealdade. O restante havia sido enganado por falsos mensageiros, por influências disfarçadas, e andava em engano. Muitos usavam as vestes do rei, falavam como se fossem dele, mas seus caminhos estavam longe.
No capítulo quatro, a carta narrava que um homem foi tirado da cidade e levado até a presença do rei. Lá ele viu coisas que nenhum outro havia visto. Conheceu os salões da casa real, ouviu vozes, viu maravilhas, foi exposto à glória e à grandeza do rei. Aquilo que os da cidade ignoravam, aquele homem viu com os próprios olhos. E esse tirar daquele homem da cidade era um aviso: outros também seriam retirados. Um dia, muitos seriam levados da cidade e postos junto ao rei — tirados antes do que viria.
No capítulo cinco, a carta mostrava que o rei possuía um livro selado. E esse livro, fechado com sete selos, continha o plano de julgamento contra a cidade. O homem que havia sido levado viu que somente o rei tinha autoridade para abrir aquele livro. E, com isso, ficou claro que o tempo da paciência estava chegando ao fim.
No capítulo seis, a carta dizia que cada selo daquele livro, ao ser aberto, representaria um abalo, uma calamidade, um juízo contra a cidade. Mas deixava claro: ainda não era o grande juízo final. Aquilo era apenas o início, o princípio dos acontecimentos.
🔸 O primeiro selo falava de algo que viria sobre a cidade com aparência de bem, mas que era enganoso. Aquilo parecia solução, parecia conquista, mas era engano. E muitos na cidade acolheram aquilo com alegria, acreditando que os dias ruins acabariam.
🔸 O segundo selo trazia guerra e violência. O texto falava de sangue, de espada, de ódio entre vizinhos. E alguns moradores, vendo os tempos em que viviam, se perguntavam:
— Será que o segundo selo já foi aberto?
Pois estavam vivendo dias de sangue, de confronto, de caos.
🔸 O terceiro selo falava de fome, escassez e crise. Falava de medidas injustas, de valores alterados, de pão que custava o suor de uma semana. E muitos da cidade, lendo aquele trecho, olhavam ao redor e perguntavam:
— Teria o terceiro selo já se cumprido?
Pois a fome rondava as mesas, e a cidade passava por escassez e aflição.
🔸 O quarto selo falava de morte. Mas não de uma morte comum — era uma morte que levava à perdição. E dizia que ela viria em forma de peste, de espada, de fome e de feras. E muitos, ao perceberem a gravidade dos tempos, diziam em sussurros:
— O quarto selo está em andamento…
Pois a cidade estava cercada de morte, e poucos compreendiam seu significado.
E mesmo com tudo isso, a maioria dos moradores da cidade continuava zombando da carta. Outros ignoravam seu conteúdo. Alguns até liam, mas torciam seu significado para se adaptar ao que desejavam ouvir. E os que ainda falavam sobre a carta em público eram calados, ridicularizados ou expulsos.
No quinto selo, a carta mostrava ao povo da cidade uma cena da casa do rei.
Ali estavam reunidos aqueles que haviam sido mortos por serem fiéis à palavra do rei. Eram pessoas que tinham permanecido firmes, mesmo diante da rejeição, do desprezo, da perseguição e das ameaças da cidade. Não se dobraram, não se calaram, não negaram o que sabiam ser a verdade. E por isso, foram eliminados.
Tinham sido perseguidos por testemunhar a verdade.
E ao lerem aquela parte da carta, alguns da cidade começaram a refletir:
— Sou eu um daqueles que combatem a verdade?
— Ou sou um dos que sofrem por testemunhar a verdade do rei?
E então, cada um se viu diante da sua própria consciência, confrontado sem poder fugir
O sexto selo falava de um grande terremoto, um abalo profundo que atingia tanto os céus quanto a terra. Havia uma mudança na estrutura do mundo, uma perturbação que não era apenas natural, mas também espiritual. Os sinais celestiais anunciavam que algo muito maior estava em curso. Era como se tudo estivesse sendo sacudido — o que era visível e o que era invisível, o que era firme e o que parecia inabalável.
Na cidade, as pessoas começaram a perceber. Aquilo não era mais apenas teoria ou relato antigo. Era visível. Era palpável. Estava diante de seus olhos. A ciência da cidade falava dos tremores das placas tectônicas, tentava medir e explicar os movimentos com instrumentos, mas os moradores viam que era mais do que isso. Eles viam que o mundo inteiro estava de cabeça para baixo.
A fé era abalada, a moral desmoronava, os fundamentos do certo e do errado se invertiam. A verdade era atacada com ódio, e a mentira era aplaudida como virtude. As vozes que antes sustentavam alguma lucidez foram silenciadas. O povo assistia à degradação da cidade, e o próprio sistema que sustentava tudo começou a ruir diante deles. O caos se manifestava de forma aberta. A estrutura se desfazia.
E então, entenderam: o sexto selo estava sobre eles.
E então, a carta revelou o sétimo selo.
Diferente dos anteriores, o que veio não foi juízo imediato, nem praga, nem fome. Mas um silêncio profundo, como se tudo aguardasse a próxima ordem. Era um tempo suspenso, como o intervalo entre duas tempestades. Esse silêncio marcava o fim de uma fase, e o anúncio de outra.
A carta mostrava que uma nova etapa estava prestes a começar: a etapa das trombetas.
Mensageiros se posicionaram com trombetas em mãos, prontos para anunciá-las sobre a cidade. Cada som seria um sinal, um aviso, um toque de juízo. E o povo da cidade entendeu que aquilo marcava o início da grande ira do rei.
Foi então que, entre os moradores da cidade, surgiu uma inquietação.
Alguns diziam:
— Será que o rei levará os seus antes que essas trombetas toquem?
— Será que acontecerá com os fiéis o mesmo que aconteceu com aquele homem que foi tirado da cidade e levado ao rei no capítulo quatro da carta?
Outros diziam:
— Não. Nós passaremos por isso. Estaremos aqui.
Mas muitos desses que falavam assim nem mesmo faziam parte dos dois sétimos que o rei havia reconhecido como seus.
Poucos, muito poucos, guardavam a esperança de que seriam levados, como aquele homem foi levado, antes que a grande tribulação alcançasse a cidade.
E assim, a primeira parte da carta se encerrava.
O restante da história —
As trombetas…
Os novos juízos…
Os segredos revelados ao longo dos dias…
Somente seriam conhecidos por aqueles que desejassem realmente saber o fim.
Então, aquele que lia a carta olhou para os que ouviam e perguntou:
— Vocês querem que eu continue?
E esperou a resposta.
Para saber quantos, de fato, estavam interessados em conhecer a verdade.
RELEXÃO
A história contada na parábola não é apenas uma ilustração. Ela representa uma realidade espiritual e profética revelada por Deus. É um eco simbólico dos capítulos 1 ao 8 do livro de Apocalipse. Nela estão expressos, em figuras, os avisos de Deus à humanidade. E a verdade é esta: o juízo já começou, e há um juízo maior para vir.
A cidade da parábola representa este mundo, onde muitos dizem conhecer o Rei, mas poucos são, de fato, reconhecidos por Ele. Como a carta mostrou, apenas dois sétimos daqueles que se declaravam do Rei eram realmente fiéis. Isso aponta para o que o próprio Jesus disse:
“Muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” (Mateus 22:14)
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” (Mateus 7:21)
O juízo de Deus já está sobre a terra — fome, guerras, enganos, morte, confusão moral, inversão de valores — tudo isso está diante dos nossos olhos, como selos sendo abertos. Mas ainda não é o fim. Está próximo, e o arrebatamento dos fiéis pode acontecer a qualquer momento.
Por isso, essa é a hora de se arrepender de verdade. Não apenas falar de Deus, mas viver para Deus.
“Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos.” (2 Coríntios 13:5)
Chegou a hora de abandonar o pecado, rejeitar o mundo, odiar o mal e abraçar a santidade com todas as forças.
É hora de deixar as paixões deste mundo, a busca por fama, por status, por prazeres e conforto. É hora de negar a si mesmo.
“Aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Marcos 8:34)
É hora de buscar a Palavra com sinceridade. Lê-la, crer nela, obedecê-la. Não como um livro qualquer, mas como a própria voz de Deus.
“Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” (João 5:39)
A carta deixa claro: o número dos fiéis é pequeno, mas o chamado é real. Se você está ouvindo isso agora, não endureça o seu coração. Volte-se para Deus com arrependimento verdadeiro.
“Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.” (Apocalipse 22:11)
E lembre-se: o Rei é fiel. E Ele prometeu:
“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)
Não importa o que custe. Vale a pena permanecer fiel ao Rei. Porque Ele vem.
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