Estudo Bíblico sobre o Casamento
Introdução
Compreender corretamente seu significado é essencial para a vida cristã. Uma interpretação errada sobre o casamento pode levar ao adultério, e a Bíblia ensina claramente que os adúlteros não herdarão o Reino de Deus (1 Coríntios 6:9-10; Gálatas 5:19-21). Portanto, entender se é permitido casar novamente e quais são as diretrizes bíblicas para o matrimônio é uma questão de salvação eterna.
Diante disso, este estudo tem o propósito de esclarecer, à luz das Escrituras, o que é o casamento, se há permissão para um novo casamento e o que Deus realmente diz sobre essa questão. É fundamental que cada cristão tenha um entendimento correto para não ser enganado por ensinos errôneos e para viver de acordo com a vontade de Deus, e afastar-se do adultério que o conduz ao inferno.
1. A Natureza do Casamento
O casamento é uma instituição sagrada estabelecida por Deus desde a criação do homem. Ele é a base da família e desempenha um papel essencial na sociedade. A Bíblia apresenta o casamento como uma aliança entre um homem e uma mulher, fundamentada no amor, no respeito e na fidelidade. Essa união reflete a relação entre Cristo e a Igreja, conforme Efésios 5:25-32.
A Bíblia define o casamento como um compromisso público e solene entre um homem e uma mulher. Desde os tempos bíblicos, a união matrimonial era formalizada diante da sociedade e de Deus. Em Gênesis 2:24, Deus declara que o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se ambos uma só carne. Esse princípio enfatiza a necessidade de compromisso e exclusividade na relação conjugal.
2. A Necessidade de uma Cerimônia
O casamento não é apenas um acordo privado entre duas pessoas, mas uma instituição que requer reconhecimento público. Na cultura judaica, os casamentos envolviam uma cerimônia formal, como vemos nas bodas de Caná em João 2:1-11. Esse princípio se aplica até hoje, onde o casamento é reconhecido legalmente e socialmente.
3. Morar Junto e Ter Filhos Não Significa Casamento
A Bíblia não reconhece a coabitação sem compromisso formal como casamento. Em João 4:16-18, Jesus revela à mulher samaritana que o homem com quem ela vivia não era seu marido, demonstrando que viver junto não equivale a estar casado. O casamento é um compromisso assumido perante Deus e a sociedade, e não apenas uma convivência.
4. O Casamento É Entre Cristãos
A Palavra de Deus instrui os cristãos a se casarem no Senhor (1 Coríntios 7:39). Isso significa que um crente deve buscar um cônjuge que compartilhe da mesma fé, para que ambos possam caminhar juntos na obediência a Deus. A união entre um cristão e um não cristão pode trazer dificuldades espirituais, conforme alertado em 2 Coríntios 6:14.
5. Casamento Antes da Conversão
O casamento realizado antes da conversão é válido diante de Deus. A conversão a Cristo não anula os compromissos feitos anteriormente. O apóstolo Paulo ensina em 1 Coríntios 7:12-14 que, se um dos cônjuges se converter e o outro não, o casamento continua válido. A pessoa deve permanecer fiel ao compromisso assumido, vivendo em santidade e buscando agradar a Deus em seu matrimônio.
Assim como Zaqueu, que ao se converter restituiu o que havia tomado injustamente (Lucas 19:8-9), aquele que se volta para Cristo deve acertar sua vida conforme a vontade de Deus. Se houve casamentos anteriores e divórcios sem base bíblica, a vontade de Deus é o retorno ao compromisso original, restaurando a aliança sempre que possível.
6. A Indissolubilidade do Casamento
A Bíblia ensina que o casamento é um vínculo indissolúvel. Em Mateus 19:6, Jesus declara: "Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu não separe o homem." Esse princípio demonstra que o casamento deve ser permanente e inquebrável.
A Questão da "Regra de Exceção" em Mateus 5:32
Alguns interpretam Mateus 5:32 como uma permissão para o divórcio em caso de adultério. No entanto, a palavra grega usada para "imoralidade sexual" nesse contexto é "porneia", e não "moicheia" (adultério). "Porneia" refere-se a relações sexuais ilícitas, incluindo casos de fornicação antes do casamento, como no noivado judaico.
No contexto cultural judaico, o noivado era considerado um compromisso matrimonial. Mateus 1:18-19 mostra que Maria foi chamada de "esposa" de José antes da união plena. Isso indica que a "regra de exceção" mencionada por Jesus se aplicava a casos de infidelidade durante o noivado, e não ao casamento propriamente dito.
É preciso entender que no texto de Mateus 5:32 Jesus está falando aos judeus e numa época em que a Igreja não havia sido formada, prevalecia para os judeus a lei de Moisés, embora fosse uma transição da lei para a graça, do judaísmo para a igreja.
A Confirmação da Indissolubilidade
Outros textos bíblicos confirmam que o casamento não tem exceções para o divórcio com novo casamento. Em Marcos 10:11-12 e Lucas 16:18, Jesus afirma que qualquer um que se divorcia e casa novamente comete adultério. Se houvesse uma exceção válida, esses textos deveriam mencioná-la. A ausência de uma regra de exceção comprova que Mateus 5:32 se refere ao noivado, não ao casamento.
Negligenciar um aspecto fundamental como esse seria como omitir um mandamento essencial da Lei de Deus. Assim, a coerência bíblica nos leva a concluir que o casamento é uma aliança permanente, e a única alternativa legítima é a reconciliação com o cônjuge original.
Marcos 10:11-12
"Então, lhes disse: 'Quem repudiar sua mulher e casar com outra, comete adultério contra ela. E se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.'"
Lucas 16:18
"Todo aquele que repudia sua mulher e casa com outra, comete adultério; e aquele que se casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério."
Explicação:
Nos textos de Marcos 10 e Lucas 16, Jesus ensina que, ao se divorciar e casar com outra pessoa, a pessoa comete adultério. O foco desses textos está no novo casamento após o divórcio, que é visto como adultério. A falta de uma cláusula de exceção para o novo casamento torna a narrativa clara, sem falhas, já que, se houvesse uma exceção, ela teria sido explicitamente mencionada, caso contrário o texto ficaria incompleto e poderia enganar os ouvintes.
Agora, vamos para Mateus 5:32. Quando Jesus fala sobre "pornéia" em Mateus 5:32, ele não está tratando do divórcio e do novo casamento, mas sim de uma exceção para o noivado. No contexto cultural judaico da época, o noivado era considerado um compromisso sério e de grande importância, tão significativo quanto o casamento formal. Tanto é que Maria, antes de se casar com José, já era chamada de "esposa" de José, mesmo sem a união formal.
A palavra "pornéia", no contexto de Mateus 5:32, se refere à imoralidade antes do casamento, mais especificamente ao noivado, já que, na cultura judaica, o noivado era considerado uma união quase que formal. Quando Jesus menciona a exceção, ele está dizendo que, se houver infidelidade (pornéia) durante o noivado, o compromisso pode ser rompido, e a pessoa pode casar novamente sem que isso seja considerado adultério. Esse ensino se aplica ao noivado e não ao casamento formal.
Portanto, a exceção mencionada por Jesus em Mateus 5 não se refere ao divórcio e ao novo casamento, mas ao noivado, onde a infidelidade (pornéia) durante o noivado poderia justificar o rompimento do compromisso e a possibilidade de um novo
1 Coríntios 7:39
"A mulher está ligada ao marido enquanto ele viver; mas, se falecer o marido, ela ficará livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor."
Explicação:
Este texto de 1 Coríntios 7 é claro e direto: a mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Não diz que ela está ligada ao marido enquanto ele não adulterar. A ligação entre a mulher e o marido só termina com a morte do marido. Isso não deixa margem para outra interpretação. Se o marido morrer, ela fica livre para casar com outro homem, mas só depois da morte dele.
Se fosse verdade que a mulher poderia casar com outro homem, caso o marido a traísse, o texto seria uma grande mentira. Não teria sentido o texto afirmar que a mulher está ligada ao marido enquanto ele viver, caso existisse uma exceção para o caso de adultério. Se isso fosse verdade, o versículo se tornaria absurdo, sem lógica e contraditório. A interpretação de que a mulher pode casar novamente após o adultério do marido faria o versículo ser completamente falso e sem propósito, pois ele deixa claro que o único motivo para a mulher casar com outro é a morte do marido.
Importante também ressaltar que Paulo está escrevendo uma carta apostólica para a Igreja. Ou seja, este ensino não é uma opinião pessoal de Paulo, mas uma orientação dada diretamente aos cristãos, a fim de regular o comportamento dentro da comunidade de fé. Portanto, a instrução de Paulo tem autoridade apostólica e deve ser seguida, sem distorções, por aqueles que desejam viver de acordo com a Palavra de Deus.
Mateus 5:32
"Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério."
Explicação:
Neste versículo, Jesus está ensinando sobre a seriedade do casamento e a impossibilidade do novo casamento após o divórcio. O ponto central do ensino de Jesus é que se um homem se divorcia da esposa sem que ela tenha cometido fornicação (porneia), ele a expõe ao adultério caso ela se case novamente. E quem casar com essa mulher repudiada também comete adultério.
Isso deixa claro e evidente que o novo casamento não é permitido. Se fosse permitido, então o texto não faria sentido, pois não haveria a consequência de adultério para a mulher nem para o homem que casasse com ela.
Agora, um ponto importante: a única exceção mencionada é a "porneia", que, conforme explicado anteriormente, refere-se à infidelidade durante o período do noivado. Isso significa que, no contexto cultural judaico, se a mulher fosse infiel durante o noivado, o homem poderia romper essa aliança sem que isso fosse considerado divórcio.
Conclusão
Este ensino de Jesus confirma a doutrina de que não há permissão para novo casamento após o divórcio. A mulher repudiada sem culpa, se casar novamente, estará em adultério, e quem casar com ela também. Isso está em total concordância com 1 Coríntios 7:39, que afirma que a mulher só está livre para casar novamente se o marido morrer.
Silogismo baseado diretamente no texto:
1. Premissa Maior: Quem repudia sua mulher fora do caso de fornicação a faz cometer adultério.
2. Premissa Menor: Quem casa com a mulher repudiada comete adultério.
3. Conclusão: Logo, tanto a mulher repudiada quanto quem casa com ela cometem adultério, independentemente do motivo do divórcio.
Para quem busca entender de maneira racional, lógica e de acordo com o significado claro das palavras, o texto não permite dúvidas. Ele é direto e sem margem para interpretações equivocadas. A mulher só pode casar novamente se o marido morrer, e isso está claro nas Escrituras. Qualquer interpretação que vá além disso é um engano.
7. A Separação em 1 Coríntios 7: Permissão para Separar, Mas Não Para Novo Casamento
A Bíblia ensina que o casamento é uma aliança perpétua entre um homem e uma mulher, e que Deus odeia o divórcio (Malaquias 2:16). No entanto, em 1 Coríntios 7:10-11, Paulo deixa claro que, embora o ideal seja que o casal permaneça unido, pode haver situações em que a separação ocorra:
> “Todavia, aos casados mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.” (1 Coríntios 7:10-11)
Isso significa que a separação pode acontecer em circunstâncias extremas, mas o crente que se separa não está livre para casar novamente. A única opção bíblica é permanecer sozinho ou buscar a reconciliação. Um novo casamento seria um obstáculo à reconciliação, ao arrependimento e ao perdão.
Quando a Separação é Permitida?
Em 1 Coríntios 7:15, Paulo menciona um caso específico:
> “Mas, se o incrédulo se apartar, se aparte; porque neste caso o irmão, ou a irmã, não está sujeito à servidão, pois Deus nos chamou para a paz.” (1 Coríntios 7:15)
Aqui, a separação é permitida quando um cônjuge incrédulo decide abandonar o crente. O texto diz que, nesse caso, o cristão “não está sujeito à servidão”, ou seja, não é obrigado a manter a convivência forçada. Porém, isso não significa que ele esteja livre para casar novamente, pois, como já vimos em 1 Coríntios 7:10-11, a única alternativa bíblica é permanecer solteiro ou reconciliar-se com o cônjuge.
Outra situação em que a separação pode ser considerada é quando o casamento se torna uma condição de escravidão ou ameaça à vida e à integridade física, como em casos de violência doméstica severa. Embora a Bíblia não mencione diretamente o divórcio por essa razão, a escravidão mencionada em 1 Coríntios 7:15 pode ser interpretada como uma opressão extrema. No entanto, mesmo nesses casos, não há base bíblica para um novo casamento enquanto o cônjuge estiver vivo.
Conclusão
A Bíblia reconhece que há circunstâncias em que a separação pode ocorrer, mas nunca há permissão para um novo casamento enquanto o cônjuge viver. A única exceção para um novo casamento é a morte do cônjuge (Romanos 7:2-3).
Conclusão Final: O Novo Casamento é Adultério
O ensino bíblico sobre o casamento e o divórcio é claro e inquestionável: o novo casamento, enquanto o cônjuge original estiver vivo, é adultério. Jesus afirmou isso em Mateus 5:32 e 19:9, e Paulo reforçou essa verdade em 1 Coríntios 7:39 e Romanos 7:2-3. Não há margem para interpretações contrárias.
Infelizmente, muitas pessoas vivem em adultério porque foram ensinadas de forma errada ou simplesmente rejeitam a verdade bíblica. E quanto mais alguém se afasta da Palavra de Deus, mais difícil se torna aceitar a verdade. Mas a realidade continua sendo a mesma: adultério é pecado, e os adúlteros não herdarão o Reino de Deus (1 Coríntios 6:9-10; Gálatas 5:19-21; Apocalipse 21:8).
Portanto, ou a pessoa se arrepende e abandona o adultério, ou permanecerá perdida. Não há outro caminho. O verdadeiro evangelho não se molda às vontades humanas, mas exige fidelidade a Deus e obediência à Sua Palavra.
É triste ver que muitas igrejas ditas evangélicas estão, na prática, ensinando as pessoas a viverem em pecado, conduzindo-as ao inferno. Pastores que aprovam o novo casamento estão, na verdade, incentivando o adultério e enganando as ovelhas. Mas a verdade permanece: Deus não muda, Sua Palavra não muda, e o adultério continua sendo adultério, independente da cultura ou das opiniões humanas.
A única opção correta diante de Deus é obedecer à verdade e corrigir a vida enquanto há tempo.
Mirtes..palavras de salvação.....
ResponderExcluirO que Deus uniu em matrimônio homem nenhum separa, com exceção da morte, pois aprendemos que o casamento não é apenas um contrato, mas sim uma aliança que não pode ser quebrada.
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