I João Capítulo 1.1 a 2.1
Nos versículos 1 e 2, o apóstolo João declara sua autoridade para trazer à igreja os ensinamentos da palavra de Deus por ter estado com Jesus pessoalmente. No final do verso 2 ele deixa claro que a palavra que ele apresenta, trata-se a respeito da vida eterna, manifestada por Jesus, que recebeu do Pai.
No verso 3, João declara que o assunto a ser tratado, ou seja, os ensinamentos de Cristo, tem o objetivo de trazer comunhão (koinonia). A palavra significa vida em comum, harmonia, compartilhamento, que só é possível quando os ensinos de Cristo prevalecem. A bíblia diz que não podem andar dois juntos se não estiverem em comunhão, ou seja de acordo (Amós 3.3), também diz que não pode haver comunhão entre luz e trevas (2Co.6.14). O texto informa que a comunhão com o apóstolo amado de Jesus só seria possível caso seus ensinos fossem recebidos, pois são esses ensinos que são anunciados para que haja comunhão com ele e com Pai e o Filho, já que João estava em comunhão com Deus.
No verso 4, o que ele escreve, a mensagem de Jesus é para alegria completa, ou seja, só a aceitação daquela mensagem traria comunhão com Deus e com ele, verdadeira igreja, e por consequência a alegria completa.
No verso 5 já começa a tratar da questão da comunhão com Deus, ou seja, a condição de uma vida verdadeira com Deus. Ele diz que Deus é luz e nele não há trevas nenhuma. A bíblia fala que Jesus é a luz do mundo e que ele é a palavra de Deus (Jo 8.12 e Jo1.1), também diz no Sl.119.105 que a palavra de Deus é luz para o caminhar. As trevas são a ausência da luz, portanto a luz, que é, a revelação de Deus, sua palavra, sua vontade não pode ter comunhão com as trevas, com aquilo que é contrário ao que Deus revela, e portanto tudo que é pecado.
No verso 6 João define claramente o objeto de sua mensagem, que é dissipar o entendimento errado a respeito da comunhão com Deus, libertar do engano aqueles que, por acaso, professam ser cristãos, sem contudo, viver uma vida afastada das trevas (pecado).
Já no verso 7 ele mostra o caminho correto, que é andar em fidelidade a Deus (luz), o que gera a comunhão com os que andam na luz e também com Deus, já que se andarem na luz, verdadeiramente serão purificados pelo sangue de Jesus.
Passando para o verso 8, há uma exortação ao reconhecimento daquilo que é pecado. Notamos que João usa a terceira pessoa do plural em sua argumentação, sem que isso configure que João também estivesse na mesma situação de trevas e portanto sem comunhão com Deus, ele apenas utiliza uma forma de pregar na terceira pessoa do plural, que também hoje é usada. Quando um pregador diz: -'Não podemos viver no adultério' isso não significa que ele esteja no adultério, apenas uma forma de pregar.
O grande problema do mundo, daqueles que estão perecendo longe da luz é não receberem a luz, rejeitando-a, não receberem a palavra de Deus, o que vale dizer que não se arrependem, reconhecendo os seus pecados. A pregação do evangelho é arrepender e crer no evangelho, ou seja, acreditar naquilo que Jesus diz que é errado, mau, pecado. Porém, o mundo rejeita a verdade e busca a ilusão, a pessoa acredita que seu comportamento é bom, pois, não conhece a luz.
João está dizendo para aqueles que se diziam cristãos e estavam em trevas, no pecado, caso não reconhecessem seus pecados, dissessem que não os tinham, que suas práticas eram corretas, estariam enganando a eles mesmos e não estariam na verdade.
João no verso 8, não está fazendo uma declaração que ele e toda a igreja tinham pecados e que alguém por acaso estivesse dizendo o contrário não estaria na verdade, tal entendimento seria irracional, sem sentido, já que ele disse que era pra andar na luz e não no pecado (trevas), e quem não andasse na luz(obediência à palavra) não tinha a purificação dos pecados, não tinha comunhão com ele e com a igreja, como vimos nos versículos anteriores.
No verso 9, ele exorta a confessar os pecados. Confessar significa reconhecê-los e não o contrário, dizer que não os tinha, para que assim pudessem andar na luz e serem purificados pelo sangue de Jesus e ter comunhão com ele, verdadeira igreja, e com Deus.
Notamos que o texto é categórico em afirmar que os pecados só seriam perdoados se fossem reconhecidos e só assim seriam purificados de toda a injustiça. Sabemos que ninguém vai para o céu se não tiver os seus pecados purificados, sem estar em comunhão com Deus, se não estiver andando na luz.
No versículo 10 João afirma que se aqueles que estavam andando nas trevas, no pecado, mantivessem a posição de rejeição a verdade, negando o ensino, afirmando que suas práticas eram corretas e não pecaminosas, ou seja, contrarias aos ensinamentos cristãos, faziam Deus mentiroso, e a palavra de Deus, os ensinos de Cristo não estariam neles.
Hoje os verdadeiros cristãos que conhecem os ensinos de Cristo, dizem aos católicos que rezar ave maria, imagens de esculturas, missa de sétimo dia, transubstanciação na ceia, e toda a doutrina católica é pecado, ou seja, contrária aos ensinos de Cristo, porém, eles dizem que não tem pecado, que sua doutrina é correta. Os espíritas são exortados a abandonarem sua doutrina, pois são contrárias a palavra de Deus, evangélicos que se casam pela segunda vez com seus cônjuges ainda vivos, mulheres pastoras, palavrões, bebidas alcoólicas, partidarismo religioso, etc, mas eles dizem que não são pecados, que não os têm, estão fazendo Deus mentiroso, pois é a palavra de Deus e portanto Deus que está dizendo que eles tem pecado.
Hoje muitos de forma irracional, retiram o verso 10 de todo o seu contexto e o adulteram. O texto do presente verso, diz: ‘ Se dissermos que não pecamos… O verbo no tempo correto, está no passado, no tempo grego original ‘aoristo’ que significa uma ação cometida no passado que permanece. Porém, adulteram o texto bíblico e colocam o verbo no presente do indicativo, retiram de todo o contexto para levarem as pessoas ao pecado, ou seja, as trevas, diferentemente de toda a mensagem bíblica.
No capítulo 2 verso 1 João justifica tudo aquilo que estava falando, declarando que o objeto da palavra de Deus é libertar do pecado, tirar o pecado, algo que está em concordância com todas as demais escrituras. Diz o texto: ‘Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis..’ O verbo pecar na sua forma original (grego koinê) está no subjuntivo aoristo, que exprime grau de possibilidade, porém, de forma completa, ou seja, a possibilidade de pecar, mas não de forma contínua, o que vale dizer que João está dizendo que a palavra de Deus tem como objetivo libertar do pecado de forma definitiva, e não para que a pessoa não peque apenas continuamente. O texto vem dizendo: se alguém pecar… A palavra ‘se’ conjunção subordinativa, significa que caso aconteça de alguém pecar, lembrando que se trata de pecar no subjuntivo aoristo ou seja não de forma contínua, nos conduz ao entendimento que alguém dentre os da igreja, pode cair, desviar-se da luz, e nessa possibilidade, há ainda a chance de arrependimento.
Concluindo, fica claro que o texto jamais contraria as demais escrituras, afirmando que o cristão peca, pelo contrário, diz que os que estão no pecado, estão nas trevas, sem comunhão com Deus e com João, o que vale dizer sem comunhão com a verdadeira igreja, que não estão purificados do pecado pelo sangue de Jesus e portanto perdidos. Porém, se confessarem os pecados, abandonando-os e seguindo a luz, ou seja, a palavra de Deus, terão salvação. E ainda, se alguém estiver na luz, ou seja, em fidelidade a Cristo, aos seus ensinos e vier a desviar-se da luz, poderá enquanto ainda viver, arrepender-se e seguir a Cristo.
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