domingo, 3 de agosto de 2025

Sula e seu Amado

 


Titulo: 🌿 Sula e seu Amado 🌿


Havia numa terra distante uma moça de coração sincero chamada Sula. Seus dias eram simples, passados entre os campos e as vinhas. A pele dourada pelo sol e os cabelos longos como a noite denunciavam sua vida entre os pastos. Mas havia em seu olhar uma doçura rara — e foi esse olhar que capturou o coração de um jovem príncipe, filho do rei.


Ele a viu entre as vinhas, com as mãos marcadas do trabalho, mas com a beleza de quem ama com verdade. E seu coração se inclinou por ela. Desde então, não quis mais outra entre todas as moças da terra.


— “Tua voz é doce para mim, Sula,” ele dizia. “Teu rosto é formoso. Teus olhos são como os das pombas à beira dos rios. Teus cabelos caem como véu sobre teus ombros, negros como a noite sem nuvens. Teus lábios me encantam como o suco da uva fresca. O teu perfume me envolve. Não há ninguém como tu entre todas.”


Sula corava. Seu coração ardia por dentro. Havia nele algo que ela nunca conhecera em ninguém — um mistério, uma força, um amor que não sufocava, mas libertava.


— “Ah, como desejo estar contigo,” sussurrava Sula. “Sinto tua falta como o ar que preciso para respirar... Como sede no deserto anseia por água fresca, assim clamo por ti. Quando te afastas para os teus compromissos, minha alma te busca pelas ruas, pelos campos. O cheiro da tua túnica ainda me segue.”


O tempo passava, e o amor crescia. Já não era apenas desejo de encontros, mas vontade de caminhar juntos pela vida. As palavras entre eles se tornavam mais profundas.


— “Teu amor é melhor do que o suco da uva,” dizia ela.

— “Minha amada é como jardim fechado. Fonte selada. És rara, Sula, és como lírio entre os espinhos.”


Ela então o procurava ao entardecer:

— “Onde estás, meu amado? Volta logo para mim. Quero teus abraços, tua presença, teus olhos sobre mim. Minha alma vela quando durmo, esperando ouvir teus passos à porta. Quando te ausentas, perco o fôlego. Quando voltas, tudo em mim se alegra.”


E ele vinha.

Trazia flores, ternura, palavras doces como figos maduros.


— “Quem é essa que vem dos campos, apoiada no braço do seu amado?”, diziam os que os viam.

— “É Sula,” ele respondia. “A minha amada. A quem dei meu coração. Nem muitas águas poderiam apagar esse amor. Nenhum rio o afogaria. Nem por todos os tesouros do mundo, eu o trocaria.”


Nos dias finais de espera, ela olhava os montes e dizia:

— “Vem depressa, meu amado. Vem como cervo sobre os montes da fragrância. Quero me deitar contigo à sombra das árvores, ouvir teu riso, sentir teu calor. Vem, amado meu. Já estou pronta.”


E assim, como o sol que se põe para nascer outra vez, Sula e seu amado preparavam-se para o dia em que não mais se separariam.


🌿 Reflexão 🌿


O texto que acabamos de ler, Sula e seu Amado, retrata uma bela e intensa história de amor entre uma mulher simples, de coração sincero, e um jovem príncipe, filho do rei. É uma narrativa que expressa o amor puro, fiel e desejoso de comunhão.


Mas este texto vai além de uma relação humana. Ele nos convida a uma reflexão espiritual profunda. A Bíblia, ao longo de suas páginas, usa a figura do relacionamento entre um homem e uma mulher — noivo e noiva, marido e esposa — para ilustrar a relação entre Cristo e a sua Igreja.


É sobre isso que vamos meditar: a relação entre Sula e seu amado como representação da união entre Jesus e aqueles que verdadeiramente o amam. Essa união não é simbólica apenas — ela aponta para o maior dos acontecimentos espirituais: o casamento eterno entre o Cordeiro e a sua noiva, que é a Igreja fiel.


Assim, a pergunta que devemos fazer ao ler esta história é:

Tenho eu esse tipo de relação com Cristo?

Minha vida, meu amor, minha entrega, refletem a condição de noiva preparada para o Noivo?


Porque somente os que vivem esse relacionamento íntimo e verdadeiro com Cristo é que participarão do casamento eterno — da salvação, da união inseparável com o Amado. E, da mesma forma, esse texto também traz um eco sobre a beleza e a profundidade do amor entre um homem e uma mulher, entre noivo e noiva, marido e esposa — que deve ser marcado pela fidelidade, entrega, respeito e amor verdadeiro, como o amor de Cristo por nós.


🌿 O amor nasce do reconhecimento de quem Ele é 🌿


Sula passou a amar seu amado não apenas por um momento de emoção, mas porque ela o conheceu. Ela viu suas qualidades, sua beleza interior e a doçura de suas palavras. O seu amor foi despertado pelas virtudes daquele que a amava. Era um príncipe, sim — filho do rei — mas foi a nobreza de sua natureza, e não apenas o título, que cativou o coração de Sula.


Ela reconheceu nele algo que ia além da aparência: reconheceu a força e a ternura, o cuidado e a pureza. Ela elogiava seu amado não só com palavras, mas com o coração tocado por quem ele verdadeiramente era.


Assim também deve ser o amor da Igreja por Cristo. Sula representa todos aqueles que pertencem ao Senhor, que foram alcançados por Sua graça e passaram a amá-lo por aquilo que Ele é.


Cristo é o Rei dos reis. Sua realeza não está apenas em um título celestial, mas em sua essência — Ele é Deus que se fez carne. Ele desceu até nós, não para dominar, mas para servir; não para ser coroado por homens, mas para ser coroado de espinhos e oferecer sua vida como prova do maior amor.


A Igreja deve amar a Cristo porque Ele é digno. Ele é puro, santo, fiel, justo, manso e poderoso. Ele é o Cordeiro que tira o pecado do mundo, e também o Leão da tribo de Judá que reina eternamente. Ele é o Noivo fiel, que se entregou por amor à sua noiva, para purificá-la, resgatá-la e prepará-la para o grande dia.


Sula se encantou pelas qualidades do seu amado. E nós, Igreja, devemos nos encantar por Cristo — não por interesse, nem por tradição, mas porque Ele é glorioso.


Ele nos amou primeiro, e nosso amor deve ser a resposta à revelação do que Ele é:

 “Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19)


A verdadeira noiva não ama apenas as bênçãos, os dons ou as promessas — ela ama o Noivo, porque o conhece. E quanto mais conhece, mais deseja estar com Ele.


Isaías 9:6

 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”


🌿 A pureza da noiva e o compromisso absoluto com o Noivo 🌿


O amor de Sula pelo seu amado era tão profundo que estar com ele era sua própria vida. Sua alma se movia por ele. Ela ansiava por sua presença, por sua voz, por seus abraços. Nada mais a satisfazia. Havia um compromisso total — o coração de Sula estava inteiramente entregue ao seu amado.


Essa é a imagem da noiva espiritual — a Igreja que verdadeiramente pertence a Cristo. A noiva é pura, não porque está tentando se afastar do pecado, mas porque já está separada, já está comprometida com o Noivo, e não pode viver em adultério espiritual.

Cristo é santo, e a Igreja que está verdadeiramente unida a Ele também é santa. Ela é pura porque está comprometida com o Noivo. Ela não tem parte com o pecado, porque o pecado representa a vontade do diabo, o inimigo de seu Amado. Não há comunhão entre a noiva e o inimigo de seu noivo.


📖 Isaías 59:2

 “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”


A noiva não vive tentando se purificar do pecado. Ela já foi lavada pela Palavra e está comprometida em fidelidade. O que a noiva faz agora é se embelezar — transformar sua mente, seu coração, seus desejos — para agradar Aquele com quem está comprometida.


📖 Romanos 12:2

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”


📖 Efésios 5:25-27

 “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”


📖 Tiago 4:4

 “Infiéis, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”


A verdadeira noiva está completamente comprometida com o seu Noivo. O seu coração pertence a Cristo. Por isso, ela não o trai (peca), pois isso seria infidelidade ao Amado. 

Enquanto espera o dia da união completa, ela se embeleza combos frutos do Espirito, com transformação interior, com vestes limpas — como uma noiva pronta para o encontro eterno.


🌿 Desejo de partir: o coração que só quer estar com seu amado 🌿


Sula vivia neste mundo, mas o seu coração não estava mais aqui. Desde que passou a amar seu amado, tudo em sua vida mudou. Os campos, as vinhas, o trabalho — nada mais era como antes. Ela fazia o que precisava fazer, mas sua alma já estava ligada a outra realidade: a do dia em que estaria para sempre com ele.


Ela sabia que precisava esperar. Havia um tempo determinado. Mas o que ardia em seu peito era o desejo de ir — de sair dessa vida e estar com o seu amado, onde ele estivesse. O mundo já não era seu lar. Seu lugar era ao lado dele, onde tudo é pleno, onde o amor é completo, onde não há mais separação.


Esse é o sentimento de todos aqueles que, como Sula, são verdadeiramente noiva. Eles vivem aqui apenas para cumprir o tempo necessário, como quem se prepara para o grande dia. Fazem o que é preciso com fidelidade, mas o coração está fixo em uma única coisa: estar com seu Amado para sempre.


Aqueles que são noiva não se apegam a este mundo, pois sabem que ele é passageiro. O verdadeiro lar está onde está o seu amado. Eles vivem com os olhos no céu, aguardando o momento da união eterna, seja pela morte, seja pelo chamado repentino. Mas de uma coisa têm certeza: a fidelidade é o sinal da verdadeira noiva.


Quem morre fiel, parte para estar com o seu Amado. E quem vive fiel, será chamado no tempo certo. Mas todos os que são noiva, um dia, estarão com Ele para sempre.


Sula sabia disso. Por mais que desejasse correr ao encontro de seu amado, ela entendia que havia um tempo — e esse tempo era para se preparar, se adornar, manter-se firme, manter-se pura. O seu coração, no entanto, já dizia em silêncio:

“Já estou pronta. Vem, meu amado. Quero estar contigo para sempre.”


🌿 A Igreja de Cristo: a verdadeira noiva 🌿


A Igreja é a noiva fiel.

Ela sabe que a fidelidade é o que a caracteriza como noiva.

📖 “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)


É aquela que conhece a Cristo.

📖 “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” (João 5:39)


Reconhece Jesus como único Senhor e Salvador.

📖 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12)


Ama o seu Amado.

📖 “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.” (João 14:23)


Por amor, é fiel.

📖 “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama.” (João 14:21)


Mantém-se pura.

📖 “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mateus 24:13)


Não se contamina com o mundo.

📖 “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2:15)


Seu desejo é estar com Cristo.

📖 “Tendo desejo de partir, e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” (Filipenses 1:23)


Seu prazer é a comunhão com Ele.

📖 “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mateus 18:20)

📖 “Orai sem cessar.” (1 Tessalonicenses 5:17)


Vive para se embelezar para Ele.

📖 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12:14)

📖 “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente.” (Romanos 12:2)


🔔 Conclusão e Apelo Final 🔔


Esta mensagem é Deus falando com você.

A vida eterna com Deus depende da forma como você morre.

Se você morre como a noiva descrita no livro de Cantares — com amor verdadeiro, fidelidade e desejo de estar com o Amado —, haverá salvação.

Mas se você morre sem uma aliança de fidelidade com Deus, ou se diz noiva, mas sem o amor puro e sincero revelado em Cantares, você não estará com Ele na eternidade.

Há casamentos que, com o tempo, perderam o primeiro amor.

Vivem juntos, mas sem o fogo e a paixão que tinham no início, quando fizeram o compromisso.

Assim é a falsa igreja:

Ela mantém uma aliança apenas na aparência, mas não está mais no seu primeiro amor. Será reprovada por Deus.


📖 “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.”

(Apocalipse 2:4)

Você que ainda não assumiu uma aliança de fidelidade com Deus —

ou seja, não abandonou o pecado, nem decidiu seguir os ensinamentos de Cristo com fidelidade —,

faça isso enquanto ainda há tempo.

Assim, você será a noiva de Cristo, a verdadeira Igreja.


Você que um dia viu seu pecado, arrependeu-se e foi batizado, firmando uma aliança com Deus, conforme diz a Palavra:

📖 “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo.”

(Marcos 16:15-16)


Se você já fez essa aliança, mas não vive no primeiro amor, não é fervoroso, não vive um evangelho vivo e cheio de entrega, refaça sua aliança com Deus.

📖 “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.”

(Apocalipse 3:16)

Esta não é uma mensagem religiosa.

É Deus falando com você.


Deus não vai descer do céu para se apresentar fisicamente diante de cada pessoa. Ele já veio, e já deixou Suas palavras registradas.

Portanto, esta é a voz de Deus falando com você. Se você não der ouvidos a esta palavra, no inferno você se lamentará eternamente por ter rejeitado a verdade que te conduziria à vida eterna, maravilhosa, para sempre com Deus.

📖 “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

(Apocalipse 2:7)


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sábado, 2 de agosto de 2025

Micael não olhou — o ketchup e a mostarda derramada.

 


Micael não olhou — o ketchup e a mostarda derramada.



Havia um jovem chamado Micael, trabalhador, sonhador e cheio de esperança. O grande sonho de sua vida era conquistar um bom emprego. Não apenas por realização pessoal, mas porque ele queria dar uma vida digna à sua esposa e construir com ela uma família estruturada e feliz. Ele não tinha emprego fixo, vivia de bicos e isso sobrecarregava sua esposa que era a que sustentava de fato a casa. 


Micael se preparou com empenho. Estudou tudo sobre a empresa, treinou respostas, aprendeu como se portar. Ele sabia que não podia falhar. Aquela entrevista era uma oportunidade única.


Na manhã marcada, ele acordou cedo. O trânsito da cidade era complicado, então ele se antecipou. Vestiu a roupa nova que comprara especialmente para aquele momento: uma camisa clara, elegante, alinhada. Estava impecável. Saiu determinado.


A entrevista seria num escritório dentro de um shopping. Micael chegou com antecedência e ficou esperando a hora marcada. Mas havia um detalhe: ele não havia tomado café da manhã.


Quando faltavam poucos minutos, pensou:

— “Dá tempo de comer um lanche rapidinho...”


Correu até a praça de alimentação e pediu um hambúrguer. Estava com muita fome. Pediu com bastante ketchup, bastante mostarda. Comeu apressado, tentando vencer o tempo.


Mas, enquanto comia, sem perceber, o ketchup e a mostarda escorreram pela camisa nova, manchando-a. Ele não reparou. Estava tão focado na entrevista, tão seguro de seu conhecimento e preparo, que não olhou para si.


Apressado, subiu correndo as escadas — nem quis esperar o elevador. Chegou suado, ofegante, mas na hora certa.


A entrevista aconteceu. Micael respondeu com firmeza, clareza, inteligência. Suas palavras eram corretas, sua postura era profissional, seu conhecimento era sólido. Ele saiu de lá com o coração cheio de alegria, certo de que conseguiria a vaga.


Mas ele não sabia...

Os entrevistadores notaram sua camisa manchada. Aquilo falava mais do que suas palavras. Mostrava desatenção, despreparo, descuido consigo mesmo. Eles entenderam: se ele não cuida de si, como cuidaria das responsabilidades que teria?


E assim, Micael não conseguiu alcançar o seu objetivo. Ele não conseguiu entrar na empresa dos seus sonhos.


Aquela derrota lhe trouxe tristeza profunda. A frustração evoluiu para um estado depressivo e manteve a situação econômica da casa instável. Sua esposa, além de trabalhar para sustentar o lar, ainda acumulava as tarefas domésticas. O peso sobre ela foi se tornando insustentável.


Com o tempo, Micael passou a buscar consolo na bebida, tentando anestesiar a dor do fracasso. O vício, somado à instabilidade financeira e emocional, abalou completamente o relacionamento. A esposa, já esgotada, não suportou mais a carga.


A separação foi inevitável. E Micael, sem emprego, sem esposa, sem forças, passou a frequentar bares, onde afundava seus dias em copos vazios e olhares perdidos. Sua vida foi se apagando aos poucos, sem rumo, sem propósito, sem alegria.


🔷 Reflexão


A vida do ser humano pode seguir apenas dois caminhos: fazer o bem ou fazer o mal. Mas é importante entender que não é o próprio homem quem define o que é bem e o que é mal — essa definição pertence exclusivamente a Deus, o Criador de todas as coisas. É Ele quem estabelece os critérios, os valores e os princípios que determinam o que é certo e o que é errado.


Assim como na história de Micael, não era ele quem decidiria se estava apto para o emprego. Ainda que tenha se preparado, comprado uma roupa nova, estudado com dedicação, e respondido com segurança na entrevista, a decisão final não estava em suas mãos. A sua aprovação dependia da análise da empresa, da comissão, do chefe — de quem o avaliaria.


Da mesma forma, a nossa vida também está sendo avaliada. E não somos nós que nos aprovamos. Por mais que achemos que estamos certos, bem preparados, com boas intenções, quem define a nossa aprovação é Deus. Ele é o justo juiz, o examinador eterno das nossas obras, do nosso coração e do nosso interior.


Essa história que você acabou de ler não é apenas um relato sobre uma entrevista de emprego. É uma forma que Deus escolheu para falar com você a respeito de sua própria vida, e especialmente sobre o dia da sua avaliação final.


Você está preparado para ser aprovado assim que sua vida acabar?

Você tem certeza de que será aceito por Aquele que tudo vê?

Você sabe que essa hora pode chegar a qualquer momento?


Então reflita.

Reflita profundamente naquilo que Deus está te mostrando por meio dessa parábola.


🟠✨ A Sujeira

Muitas pessoas desejam a aprovação de Deus, querem a vida eterna, e acham que estão preparadas, porém, não estão.


 "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte."

(Provérbios 14:12)

Assim como Micael achava que estava pronto e queria ser aprovado, mas foi decepcionado e a vitória não se concretizou em sua vida, muitos também se decepcionarão no grande dia.


 "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos mando?"

(Lucas 6:46)


"Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."

(Mateus 7:22-23)


Esse texto mostra que, apesar de muitos acharem que são de Deus e que estão vivendo de forma correta, serão surpreendidos, rejeitados e lançados no inferno

Micael não poderia entrar sujo, nem ser aprovado estando sujo. Isso seria impossível.

Assim como no Reino de Deus, ninguém será recebido se estiver impuro. A pessoa precisa estar limpa, santa, purificada, para poder entrar. Deus exige santidade.


 "Porque eu sou o Senhor vosso Deus; santificai-vos, pois, e sede santos, porque eu sou santo."

(Levítico 11:44)


"Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor."

(Hebreus 12:14)


 "E não entrará nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro."

(Apocalipse 21:27)


 "Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los, e voltemos para o Senhor."

(Lamentações 3:40)


A Bíblia é clara em apresentar o pecado como a causa do impedimento à vida eterna e à comunhão com Deus.

O pecado é a sujeira, a imundícia que separa o homem de Deus.

É o que impede o ser humano de alcançar o Reino de Deus.


"Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo."

(1 João 3:8)


 "Quem crê no Filho tem a vida eterna; mas quem desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus."

(João 3:36)


 "Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?"

(Romanos 6:2)


 "Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado."

(João 8:34)


 "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo."

(João 1:29)


 "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça."

(Isaías 59:1-2)


 "Sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade, a esse ouve."

(João 9:31)


O que Deus está falando claro para você é que você não vai entrar no Reino dos Céus se não abandonar o pecado.

E pecado é tudo aquilo que contraria a vontade de Deus.


Lembre-se: não é você quem define o que é pecado.

Não é você quem decide o que é certo e o que é errado.

É Deus.


Você não pode se colocar no lugar de Deus.

Quem faz isso, está repetindo o mesmo sentimento que houve em Satanás, que quis ser igual ao Altíssimo.


Se você achar que pode dizer o que é certo e o que é errado, você está usurpando o lugar de Deus.


Portanto, a sua vida deve ser pautada pela Bíblia, que é a revelação de Deus.

Você deve conhecê-la e obedecê-la — custe o que custar.


Caso contrário, o pecado se manifestará na sua vida, te enganará, te afastará de Deus, e te impedirá de entrar no Reino de Deus.

E no fim, te lançará no inferno, nas trevas, no sofrimento eterno.

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."

(Apocalipse 2:29)


🌟 Olhar para si


A grande mensagem — além da revelação clara de que o pecado é a sujeira que impedirá o homem de entrar no Reino de Deus — é a necessidade urgente de olhar para si.


Micael, enquanto esperava a hora da entrevista, estava se alimentando, cuidando de suas necessidades.

Ele não estava cometendo um crime, nem algo escandaloso.

Apenas comia, como qualquer pessoa comum.

Mas, naquele momento, se sujou, e não percebeu.


Isso representa como muitas pessoas vivem neste mundo:

Estudam, trabalham, se casam, comem, bebem, descansam, se divertem, levam suas rotinas normalmente, fazendo o que é natural da vida.


Porém, essas coisas não podem te sujar.

Não podem tirar você do propósito e do objetivo eterno que Deus tem para você, que é a vida eterna.


Você precisa olhar para si.

Ver se as coisas desta vida estão te afastando da santidade e te manchando diante de Deus.

Porque, no fim, só entra no Reino quem estiver limpo.

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice."

(1 Coríntios 11:28)


O erro de muitas pessoas é que, em vez de olharem para si, passam a vida olhando para os erros, deficiências e fraquezas dos outros.


Essas pessoas não se examinam, não se quebrantam, porque o orgulho as impede de reconhecer a própria condição.


O orgulho cega.

Ele impede que a pessoa veja sua sujeira.

O orgulhoso não tem um coração reto diante de Deus, porque ele não está interessado em ser corrigido — está interessado em corrigir o outro.


O orgulho leva o homem a um olhar distorcido sobre si mesmo.

Ele até “olha” para si, mas com um sentimento de autoelevação, não com arrependimento.


Por isso, Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.


Aqueles que não olham para si com sinceridade, com humildade e arrependimento, não serão aprovados diante de Deus.

Porque só quem se humilha será exaltado.

Quando a Palavra de Deus vem para corrigir, para mostrar o erro, muitos não aceitam.

Por quê?

Porque não olham para si.

O orgulho os impede.


> "Repreende o sábio, e ele te amará; repreende o escarnecedor, e ele te odiará."

(Provérbios 9:8)

O sentimento de orgulho busca exaltá-la, e o reconhecimento do erro torna-se, para ela, uma humilhação.

Daí a dificuldade de transformação de sua vida e de santificação.

Isso a levará para a reprovação. 

"Porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado."

(Lucas 14:11)


Aqueles que são reprovados recebem a Palavra de Deus, porque ela os faz parecer boas pessoas dentro do seu próprio padrão.

Porém, não a usam para transformação de suas vidas, mas para reforçar sua imagem, seu status de “boa pessoa”.


Quando leem a Palavra, olham para si mesmos e dizem: “Olha como sou santo!”

Então voltam o olhar para os outros, julgando e condenando: “Olha como aquele está sujo.”


Assim, a Palavra de Deus não cumpre seu verdadeiro propósito, que é transformar a vida daquela pessoa.

"O fariseu, em pé, orava consigo mesmo deste modo:

‘Ó Deus, graças te dou porque não sou como os outros homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem mesmo como este publicano.

Jejuo duas vezes por semana, dou o dízimo de tudo quanto possuo.’"**

(Lucas 18:11-12)

Não adianta você ler a Bíblia ou ouvir pregações, se não tiver o sentimento sincero de olhar para dentro de si.

Se não houver humildade para reconhecer seus erros, falhas e limitações, e buscar transformação,você estará reprovado.

O orgulhoso não busca se corrigir, mas se afirmar.

Ele não quer ver realmente suas falhas ; quer se convencer de que está bem com Deus.

O inimigo age sutilmente, fazendo com que ele foque nas coisas “boas” que vê ao seu respeito — suas ações, sua imagem, seus feitos — para alimentar essa falsa segurança.

Assim, ele não é levado a olhar para dentro de si mesmo, a buscar santidade, transformação e perfeição, buscando de forma profunda, intensa, sincera seus erros, falhas ou pecados, pois ainda continua sujo diante de Deus.  

Quando a Palavra de Deus lhe é apresentada, ele a usa apenas para confirmar essa visão positiva de si mesmo, e não para promover mudança real.


Além disso, essa tendência de um olhar positivo para si mesmo lhe traz a sensação falsa de estar agradando a Deus, o que alimenta ainda mais o seu ego.

Mas, na verdade, esse sentimento é motivado pelo ego, não pela verdade do coração.

Se houvesse verdadeira morte do ego e humilhação diante de Deus, ele veria que sua vida não está agradando a Deus como deveria.

Porque a realidade é que precisamos de transformação diária e contínua, pois sempre estaremos devendo a Deus uma posição melhor.


Esse olhar voltado para os outros, e não para si, é a armadilha que impede a verdadeira transformação e a aprovação diante de Deus.

Olhar para dentro de si e permitir que a luz dissipe as trevas exige humilhação, exige renúncia, exige sacrifício.

Essas exigências são, muitas vezes, o que impedem a sinceridade diante de Deus e a reflexão verdadeira sobre si mesmo.

Refletir de forma profunda sobre as próprias motivações, intenções e o estado real do coração diante do Senhor não é algo natural ao orgulhoso.

Só aquele que morreu para o seu ego, para a sua vontade e para qualquer tipo de exaltação à sua própria pessoa pode permitir que a Palavra de Deus transforme verdadeiramente a sua vida.


O pecado é justamente a ausência de um coração reto, de um coração sincero, de um coração puro — sem a presença do orgulho que o impede de reconhecer a real vontade de Deus em sua vida, impedindo-o de uma verdadeira santificação e transformação, que são exigidas daquele que está no caminho, que é Cristo.


O orgulho se manifesta na busca e na manutenção do status de “bom”.

A oração, a leitura da Bíblia e até a pregação do Evangelho, quando não há sinceridade e quebrantamento, humildade e verdadeira, podem ser usadas pelo ego apenas para alimentar esse status — fortalecendo a imagem de alguém correto, e não promovendo transformação real.

Por isso há aqueles que se acham de Deus, se consideram servos fiéis, pessoas espirituais, “crentes verdadeiros” —

mas, por não terem matado os seus egos e ainda desejarem glória para si, mesmo que seja a glória de um status de cristãos,

sofrerão a grande decepção no dia do Senhor.


"Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer."

(Lucas 17:10)


Micael buscava a aprovação, porém não olhou para si.

Não cometa esse erro.

Olhe profundamente para si, através da Palavra de Deus, buscando a real transformação de sua vida, com um verdadeiro sentimento de humildade.

Busque agradar a Deus, e não a si mesmo.

Busque apenas a glória de Deus, e não a exaltação de um status de aprovação.

Morra definitivamente para o seu ego e viva exclusivamente para a glória de Deus.

Só assim você alcançará a verdadeira aprovação.


"E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou."

(2 Coríntios 5:15)


 "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim."

(Gálatas 2:20)


 "Porque dele, por ele e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!"

(Romanos 11:36)


🔷 Conclusão e Apelo


Nesta mensagem, Deus traz dois pontos que vão definir a sua aprovação ou reprovação no dia da sua morte, que pode acontecer a qualquer momento — ninguém sabe o dia de amanhã.


1. O pecado suja as suas vestes, e com vestes sujas você não pode alcançar a salvação.


> “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas.”

(Apocalipse 22:14)




2. Você precisa olhar para si.

Mas não com um olhar de exaltação, e sim com um olhar de correção e transformação, com o desejo sincero de agradar a um Deus santo, infinitamente santo.


Sem esse olhar sincero, você será reprovado.

Você precisa correr para a Bíblia, para a Palavra de Deus, para que ela transforme a sua vida.

Não para confirmar o seu status de “bom”, nem para apontar o status “ruim” do outro,

mas para mostrar a sua sujeira, suas falhas e erros diante de Deus, e transformar sua vida.


Sem esse sentimento, sem essa decisão de viver assim — morto para o seu ego, morto para qualquer orgulho, e disposto a transformação, custe o que custar, para agradar a um Deus santo —

você jamais alcançará a vida eterna.


Pelo contrário, seu destino será o sofrimento eterno.


Por isso, tome essa decisão hoje, agora, antes que seja tarde demais, porque o amanhã pertence a Deus.



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quarta-feira, 30 de julho de 2025

A Oportunidade e o Custo

 


A Oportunidade e o Custo


Hugo era um homem simples, honesto, pai de três filhos, que enfrentava tempos difíceis. Havia meses estava desempregado. O aluguel estava atrasado, a dispensa quase vazia, e as crianças já haviam percebido que o lanche da escola tinha virado luxo.


Quando soube de uma vaga em uma das maiores empresas da região — um cargo estável, com bons benefícios — seus olhos se encheram de esperança. Aquele emprego era mais que um salário: era a chance de recomeçar, de ter dignidade, de escrever o seu nome em algo maior — o tão sonhado livro dos funcionários daquela empresa.


Hugo já havia trabalhado em área semelhante antes, mas fora demitido por cortes. Ele acreditava ter aprendido com os erros. E agora, com humildade, decidiu estudar e se preparar da melhor forma possível.


Sem dinheiro para cursos caros, ele se reuniu com alguns amigos. Um deles, o mais animado, era funcionário antigo da empresa.


— Eu já fiz essa prova. Eu vou te ajudar! — disse o amigo.

E de fato ajudou, com boa vontade, com entusiasmo, e até com tempo.


Reuniam-se todas as noites. Faziam simulados, liam apostilas antigas, discutiam perguntas. Hugo se aplicou de todo o coração.

Mas o que ele não sabia... é que a empresa havia mudado completamente o processo seletivo. As perguntas, os critérios, o que a empresa agora valorizava... tudo havia mudado.


Aquele amigo, apesar de sincero, estava desatualizado.

E Hugo, por sua vez, confiou mais na amizade do que na precisão.


Hugo sabia que havia ferramentas modernas, com inteligência artificial, que ofereciam bons direcionamentos, análises de empresas, tendências do mercado, perfis de recrutamento... mas ele pensou:

"Talvez não faça tanta diferença assim. Já tenho bastante conteúdo, e o que não souber, improviso. Além disso, não posso gastar agora."


Hugo e sua família eram pessoas religiosas. Frequentavam a igreja aos domingos e, em seus momentos de devoção, faziam suas preces pedindo que ele fosse admitido, que fosse aprovado naquela entrevista e conseguisse finalmente um emprego.


A entrevista chegou.


Hugo foi com seu melhor sorriso, seu melhor terno emprestado, e seu coração cheio de expectativa.

Respondeu o que sabia, falou com sinceridade, mostrou esforço.

Mas, sem perceber, suas respostas estavam presas a um modelo antigo.

Faltava a linguagem certa, o foco no novo perfil buscado, e aquela última pergunta — decisiva — ele respondeu com a experiência de ontem, quando o que se pedia era a visão de amanhã.


No dia seguinte, pela manhã, uma lista foi afixada na porta da empresa.

Ali estavam os nomes dos admitidos — os que agora fariam parte da equipe, os que seriam escritos no livro dos funcionários.

Hugo procurou ansiosamente. Linha por linha. Letra por letra. Mas seu nome... não estava ali.


Voltou para casa com os ombros pesados e o olhar perdido.

A esperança adiada começou a virar amargura.


Sem condições de sustentar a família, sua esposa e seus filhos retornaram para o interior, para a casa dos pais. Hugo ficou só, na cidade grande, tentando ainda alguma oportunidade. Mas o tempo foi passando. A pressão aumentava. E o silêncio das portas fechadas ecoava mais alto a cada dia.


Veio o estresse. Depois, a bebida.

Veio o desânimo. Depois, a depressão.

E, por fim, a noite em que ele subiu até o alto da ponte, sem forças para continuar.

E ali... se despediu do mundo.


🌟 Reflexão


Esta história é uma forma de Deus falar com você.

Ela nos leva a pensar sobre algo muito maior do que uma entrevista de emprego ou uma vaga em uma grande empresa.

Deus está mostrando, por meio desta parábola, uma verdade profunda e eterna: que um dia todos nós estaremos diante d’Ele, e chegará o momento em que será revelado se o nosso nome está escrito no Livro da Vida ou não.


Assim como Hugo aguardava ansiosamente para saber se seu nome estaria na lista dos admitidos, um dia todos saberão seu destino eterno.

Não será uma lista fixada numa porta, mas uma realidade revelada por Deus.


A vida, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas comer, beber, casar e morrer.

A vida não é um ciclo vazio de acontecimentos.

A vida é um dom concedido por Deus, e ela foi dada com um propósito maior — um propósito que precisa ser compreendido antes que seja tarde demais.


Esta introdução é apenas o início de uma jornada de entendimento.

Por isso, continue conosco enquanto avançamos nos pontos desta reflexão, para descobrir o real propósito da vida, o plano de Deus, e o destino eterno reservado para cada um.

 

🌟 A Oportunidade Desperdiçada


A oportunidade daquele emprego era única e não podia ser desperdiçada. Essa oportunidade simboliza o sacrifício de Jesus Cristo por nós. A chance que temos em nossa vida é a chance de obter a salvação. Desprezar essa chance é desprezar a oportunidade que nos foi conquistada por Cristo, que entregou Sua vida para nos dar a vida eterna. Assim como Hugo não poderia perder aquela oportunidade, nós também não podemos deixar de valorizar a única chance que temos para a salvação.



🔥 O Erro de Disposição Mental para o Fundamental


Hugo não era um homem qualquer.

Ele era trabalhador, dedicado à sua família, um pai presente, alguém que lutava com dignidade pela sobrevivência e pelo bem dos seus.


Não se envolvia com vícios, não gastava tempo com farras, não levava uma vida irresponsável. Pelo contrário: fazia tudo o que estava ao seu alcance para mudar sua situação.


Quando surgiu a oportunidade de emprego, ele se esforçou com sinceridade.

Estudou, buscou ajuda de amigos, organizou o tempo, preparou-se o melhor que pôde.

Sua família era religiosa, frequentavam a igreja aos domingos e faziam suas preces com esperança, pedindo para que ele fosse aprovado.


Mas nada disso foi suficiente.

Hugo cometeu um erro.


O erro foi abrir mão de algo que seria fundamental.


Ele abriu mão da inteligência artificial, um recurso necessário e fundamental, que poderia lhe fornecer as informações precisas e atualizadas para capacitá-lo à vitória, para a aprovação.

Ele receou investir. Ele reteve. Não investiu tudo o que podia.

Guardou, hesitou, não entregou completamente seu esforço e confiança.

E nessa retenção, abriu mão daquilo que era fundamental.


No momento em que ele deixou de utilizar a inteligência artificial — onde estavam as informações atualizadas, os dados estratégicos, os direcionamentos necessários —, ele se afastou daquilo que poderia capacitá-lo verdadeiramente para a aprovação.

O preparo de Hugo para a aprovação da empresa representa a nossa vida.

A maneira como vivemos é o nosso preparo — e no final dela, virá a aprovação ou não de Deus.

Hugo reteve. Na nossa vida, devemos fazer o contrário. Precisamos abrir mão de tudo, se for necessário, para empreendermos todos os recursos, para nos dedicarmos com exclusividade, a uma vida que agrade e esteja centrada na maneira correta segundo a vontade de Deus, a fim de alcançarmos a aprovação de Deus.


Hugo fez uma escolha errada.


Ele optou por estudar e se preparar com base na ajuda e nos recursos que lhe pareciam suficientes. Confiou em métodos antigos, em conselhos bem-intencionados, mas ultrapassados. No entanto, havia outra opção. Uma opção superior. Ele sabia disso.


Hugo tinha consciência de que a inteligência artificial era a melhor alternativa. Era ali que estavam os dados mais atualizados, os conteúdos mais precisos, os recursos mais completos. Mas essa escolha exigiria dele um preço. E ele não quis pagar. Preferiu uma alternativa mais cômoda. E foi exatamente essa escolha que o levou à derrota.


Assim também é com a vida.


Deus é o Criador de todas as coisas. Ninguém pode aconselhá-lo. Ele é a fonte de toda a verdade, de todo o conhecimento. E é a sua Palavra que revela quem Ele é, o que Ele quer e como devemos viver para agradá-lo.


A inteligência artificial, na parábola, representa a Palavra de Deus, porque foi pela Palavra que Deus criou todas as coisas. É pela Palavra que Ele se revela. É pela Palavra que Ele instrui, corrige, conduz, salva. É a Palavra de Deus que nos dá o conhecimento necessário para vivermos de forma aprovada diante d’Ele e, no final da vida, sermos aceitos.


Mas essa Palavra tem um custo. Ela exige renúncia, fé, obediência. E, assim como Hugo, muitos não querem pagar esse custo. Preferem seguir caminhos mais fáceis, mais populares, mais confortáveis. E acabam, como ele, sendo reprovados.

Se você quer ser aprovado por Deus, deve pautar a sua vida na Bíblia.


A Bíblia não é uma inteligência artificial — é a inteligência de Deus.

É o conhecimento de Deus, é a vontade de Deus revelada ao homem.


Você pode abrir mão de muitas coisas nesta vida,

mas não pode abrir mão de absolutamente nada do que está escrito na Palavra de Deus.


Se você abrir mão, será como um candidato que abandona uma verdade essencial e, por isso, é reprovado na avaliação.

Abrir mão de algo da Palavra é como abrir mão daquilo que seria a chave da sua aprovação.

É como um erro decisivo num teste que define o destino eterno.

É desprezar um conhecimento que era imprescindível para ser aceito por Aquele que está te avaliando.


Deus não abrirá mão de absolutamente nada daquilo que Ele lhe revela.

Portanto, o pecado é justamente abrir mão da verdade que lhe é revelada em função de qualquer outra coisa.

E, por isso, o pecado é a causa da sua reprovação.


O pecado é a razão de, no último dia, você não encontrar o seu nome escrito no Livro da Vida,

assim como Hugo não viu o seu nome escrito na porta da empresa como aprovado.

E o fim trágico de Hugo representa a condenação eterna que todo aquele que não for aprovado por Deus terá.

Uma separação definitiva. Um destino irreversível. Uma dor sem volta.

Tudo que nesta vida não se faz com o objetivo de alcançar a vida eterna — em outras palavras, que não seja para agradar a Deus — é inútil, é negativo, é trevas.


É a vida na condição de alguém que ainda não entendeu a verdade,

de alguém que ainda não entregou sua vida a Jesus.

Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”

(1 Coríntios 10:31)

Quando se faz para a própria glória, é porque o eu ainda não morreu.

O velho homem ainda prevalece e estará roubando a glória que só pertence a Deus.


A vida do cristão é quando ele vive exclusivamente para a glória de Deus

e abre mão de toda a glória para si.


Porque dele, por ele e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”

(Romanos 11:36)


E a Bíblia é a fonte da revelação da vontade divina que precisamos seguir,

para que Deus seja glorificado em tudo o que fazemos.


Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a instrução na justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra.”

(2 Timóteo 3:16-17)


“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

Apocalipse 2:10 (parte final)


E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”

Apocalipse 20:15



Conclusão e Apelo


O verdadeiro erro de Hugo foi não fazer do objetivo de ser aprovado pela empresa sua prioridade total e absoluta.

Ele não investiu tudo, não se entregou por completo para alcançar a grande vitória que seria o seu nome escrito na lista dos aprovados.


Isso representa, na vida real, não viver uma vida completamente dedicada a ter o seu nome escrito no Livro da Vida.

Só terá o seu nome escrito no Livro da Vida aquele que vive e abre mão de tudo para alcançar este objetivo.


Essa falta de disposição mental e compromisso absoluto é o que leva à reprovação final.


Por isso, o pecado é uma disposição mental contrária a agradar a Deus em tudo,

é um comportamento que desencadeia atitudes contrárias à vontade divina.


Por isso o pecado leva à condenação eterna.


Abandonar o pecado de forma definitiva só acontece quando a mente está plenamente disposta a viver absolutamente para fazer a vontade de Deus, custe o que custar.


Diferente de Hugo, que não buscou fazer tudo, custe o que custar, para ter o seu nome escrito na lista dos aprovados.

Reflita


Existe algo em sua vida que o impede de ter o nome escrito no Livro da Vida? Algo que atrapalha a sua fidelidade a Deus e impede que você O agrade plenamente?


Se houver, abandone isso agora. Viva inteiramente dedicado a um único propósito: fazer com que o seu nome esteja escrito no Livro da Vida.


Faça desse objetivo a prioridade absoluta da sua vida. Uma meta que você jamais permita que seja desviada. Mantenha essa determinação firme e constante em seu coração.

No caso de Hugo, o que o reteve, o que o impediu de agir com total integridade e empenho no propósito de ter seu nome na lista dos aprovados, foi o dinheiro. O recurso material pesou mais do que o valor do objetivo.


Mas, na vida de muitos, o que os impede de ter o nome escrito no Livro da Vida — ou seja, de alcançar a salvação — não é apenas o dinheiro. São também outras escolhas que ocupam o lugar de Deus: o sexo, a religião, o orgulho, os prazeres desta vida, uma paixão desordenada, um casamento contrário à vontade de Deus, vaidades, a falta de perdão, a comodidade, entre outros.


Nenhuma dessas coisas tem valor real diante da eternidade.

Todas são lixo, refugo, estrume, comparadas à glória de viver eternamente com Deus.


E o pecado é justamente isso: a troca da salvação por aquilo que é lixo.

É a indisposição de abrir mão do que é terreno, por aquilo que é eterno.


No fim de suas vidas, aqueles que rejeitaram o caminho da verdade lamentarão profundamente.

Trocaram a vida eterna por absolutamente nada.

Atentarão para sua própria loucura e dirão:


“Como fui louco... louco!”


E se lamentarão eternamente.

Sofrerão o tormento eterno por sua própria insensatez e maldade,

porque desprezaram a verdade e se deixaram enganar.


E a verdade, então, se manifestará de forma terrível, irrefutável e definitiva.




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terça-feira, 29 de julho de 2025

A História de Egolinda e a Grande Batalha

 


A História de Egolinda e a Grande Batalha


Em uma cidade comum, havia uma mulher chamada Egolinda, de cerca de 55 anos. Era conhecida por muitos como uma pessoa correta, que não causava escândalos, não brigava com ninguém, e falava de Deus com frequência. Para os vizinhos, Egonilda era “uma mulher boa”.


Ela costumava contar o que fazia no dia a dia, sempre começando com um:

— Eu já fiz isso... eu já fiz aquilo... graças a Deus.

E de fato, sempre dava graças a Deus. Mas quem ouvia com mais atenção percebia que suas falas giravam bastante em torno de suas próprias ações e conquistas. Ainda que usasse palavras de gratidão, suas frases sempre pareciam conduzir o ouvinte a notar como ela era ativa, determinada e correta. Havia ali um tom de reconhecimento, ainda que sutil, daquilo que ela fazia.


Egolinda gostava de ajudar. Era comum que doasse roupas para pessoas carentes, e isso lhe dava uma satisfação especial. Ela sentia que, com essas atitudes, estava praticando o amor, não apenas com palavras, mas com obras. Isso a deixava feliz, pois acreditava que esse tipo de atitude confirmava aquilo que ela pensava sobre si mesma.


Era também uma mulher de oração. Costumava dizer:

— Eu vou orar por isso. Pode deixar comigo.

E de fato, orava. Tinha consigo a convicção de que Deus a ouvia, e essa certeza lhe dava uma sensação de intimidade com o céu. Por causa disso, algumas pessoas até a procuravam para pedir oração, pois ela transmitia uma imagem de fé sincera. Aos olhos de muitos, Egolinda era mesmo especial.


Ela era muito opinativa. Tinha sempre algo a dizer, sobre quase tudo. Ainda que não tivesse muito conhecimento técnico, falava com firmeza, com segurança, como quem já sabia o bastante sobre o assunto. Ela confiava em suas percepções e dificilmente dava ouvidos a opiniões diferentes.


Quando alguém discordava de algo que ela dizia, ou apontava alguma falha — ainda que com cuidado — isso a abalava. Às vezes, ficava quieta e se recolhia, como quem se sentia incompreendida. Outras vezes, se emocionava, e até chorava. Em certos momentos, ficava nervosa, expressava indignação, sentia-se injustiçada. Havia em suas reações uma oscilação entre a sensibilidade e a raiva, como se qualquer crítica fosse, de alguma forma, uma dor pessoal difícil de suportar.


Ainda assim, ela mantinha sempre um discurso de humildade. Dizia que era simples, que não se achava melhor que ninguém, que só queria ajudar. Mas, em algumas situações, suas palavras pareciam ter um peso maior do que sua intenção — havia ali, escondido, um desejo de que as coisas fossem como ela pensava. Ela gostava de conduzir, de orientar, de manter certa influência sobre o que acontecia ao seu redor.


Quando via algo que considerava errado, especialmente dentro de igrejas, ela comentava. Não gostava de certos pastores, de certas mensagens, e dizia que sua fé era em Deus, e que não se deixava levar por religiões. Dizia isso com convicção, sempre ressaltando que via coisas que os outros não percebiam.


E, por vezes, quando se sentia contrariada por alguém, encontrava apoio em outras pessoas para validar o seu ponto de vista. Não com intenção aparente de causar divisão, mas talvez por necessidade de se sentir compreendida.


Egolinda seguia sua vida assim: bem vista, respeitada, admirada por muitos — e, de certa forma, também admirada por si mesma. Em seu coração, acreditava que estava no caminho certo. Fazia o bem, orava, ajudava os necessitados. E, quanto à sua salvação, tinha plena convicção de que, quando morresse, iria para o céu.

Afinal, como que uma mulher como ela poderia não ser salva?


Em festas, reuniões ou mesmo em grupos menores, Egolinda sentia a necessidade de ter uma participação ativa. Não se via como uma simples coadjuvante — havia dentro dela um desejo quase silencioso de mostrar que era interessante, divertida, importante. Era como se, naturalmente, precisasse demonstrar que tinha algo a oferecer, algo que a fizesse ser lembrada, notada e valorizada naquele ambiente. Ela não poderia passar em vão. 

Mas havia coisas que Egolinda ainda não havia percebido... e logo, Deus colocaria alguém em seu caminho que mudaria sua forma de ver a si mesma. 


 🎨 O primo


Egolinda tinha um primo chamado Bibliovaldo Evangelista. Desde a infância, os dois tinham um vínculo muito especial. Conviveram de forma próxima durante muitos anos da juventude, sendo grandes amigos, quase como irmãos. Porém, com o tempo, a vida os levou por caminhos diferentes. Bibliovaldo havia se mudado para outro país, e durante muito tempo perderam o contato direto. Já fazia anos que Egolinda  não o via, até que, um dia, soube que ele estava de volta ao Brasil. A notícia a deixou feliz e ansiosa para reencontrá-lo. Logo ele a procurou, e os laços da infância começaram a ser reatados com carinho.


Ao saber que o primo estava de volta, Egolinda ficou feliz e logo se mostrou ansiosa para restabelecer aquele vínculo tão querido da juventude. E assim aconteceu. Bibliovaldo a procurou, e a amizade de infância logo deu lugar a uma convivência mais próxima, mais frequente, quase diária. Com o passar do tempo, passaram a ter uma relação profunda e bastante constante.


Mas Bibliovaldo não era apenas o primo da infância. Ele era agora um pastor evangélico, um homem temente a Deus, cheio do Espírito Santo, comprometido com a verdade da Palavra. Seu compromisso com Deus o fazia falar o que era certo, mesmo sabendo que isso poderia gerar desconforto, rejeição ou até retaliação. Ele não se guiava pelo desejo de agradar as pessoas, mas pela fidelidade à Escritura.


Bibliovaldo tinha discernimento. Ele observava não apenas o que as pessoas diziam, mas o modo como viviam. Sabia, como ensina a própria Bíblia, que “pelos frutos se conhece a árvore” (Mateus 7:20). Assim, ele conseguia perceber, com sensibilidade espiritual, quando havia uma incoerência entre o que alguém declarava e o que de fato praticava.


Com o tempo, foi percebendo em Egolinda algo que poucos viam: havia nela uma aparência de fé, uma linguagem religiosa, uma dedicação que parecia sincera — mas, à luz da verdade bíblica, ele via que sua vida não estava realmente alinhada com a vontade de Deus. Egolinda era alguém que, ainda que se esforçasse para fazer o bem, vivia centrada em sua própria vontade, guiando-se por seus sentimentos e convicções pessoais, sem se submeter de fato à verdade da Palavra.


Bibliovaldo entendeu que Egolinda era, na verdade, alguém que se enganava a si mesma — e isso trouxe um conflito. Ele não buscava confronto, mas, por amor à verdade e por zelo pela alma de sua prima, não podia deixar de falar o que era necessário. E, aos poucos, o relacionamento entre os dois começou a ser abalado por essa tensão invisível, mas inevitável: a luz e as trevas não conseguem caminhar juntas sem que haja confronto.

Apesar do conflito entre os dois, a relação não se rompia. Bibliovaldo desagradava profundamente a Egolinda, porque ele, com suas palavras e posturas, funcionava como um silencioso assassino do conceito que ela tinha a respeito de si mesma. Ainda assim, ela mantinha os laços afetivos por conta da convivência antiga e do vínculo familiar. Era como se houvessem duas relações distintas convivendo ao mesmo tempo: uma de afeição natural, preservada pela história compartilhada; e outra de inimizade espiritual, marcada pelo incômodo que a verdade produzia dentro dela. 

Bibliovaldo não tinha prazer em confrontar Egonilda, nem procurava em sua vida falhas por juízo humano. O que ele buscava era levar à luz o engano no qual ela vivia, com o propósito de salvá-la do erro e da condenação. Já Egolinda, por sua vez, procurava algo em Bibliovaldo que pudesse criticar, na tentativa de manter firme o conceito elevado que tinha de si. Era como se, ao desacreditar Bibliovaldo, conseguisse manter em pé o retrato que havia construído de si mesma.

🔥 A guerra travada. 

Instalou-se uma guerra espiritual. Bibliovaldo buscava a destruição da imagem criada por Egolinda a respeito de si mesma. Ele sabia que, por trás daquela imagem, havia forças espirituais que atuavam há anos, construindo e sustentando aquela falsa percepção na vida de Egonilda. Também sabia que as armas que poderia usar seriam a oração por ela e a inserção da Palavra de Deus em sua vida.

Ele sabia que o tempo era curto. Os anos haviam se passado e Egolinda já não era mais a mulher jovem de outrora, o peso da idade pesava sovre ela. Os anos deixavam marcas, e Bibliovaldo também sabia que seu próprio tempo de vida era limitado. A urgência da batalha crescia, pois ambos estavam diante do que parecia ser a reta final de suas jornadas.

Egolinda se amava. Amava a imagem que havia criado de si mesma, e essa imagem lhe dava conforto e segurança. Bibliovaldo sabia que não era ele, nem qualquer outra pessoa, quem poderia destruir esse conceito que ela tinha a seu respeito. Seria ela mesma quem teria que destruí-lo. Ela precisava matar dentro de si a pessoa que amava — a imagem falsa que havia construído ao longo dos anos.

Bibliovaldo tentou dizer a Egolinda: 

“Quem amar a sua vida neste mundo, a perderá; mas quem odiar a sua vida neste mundo, guardará para a vida eterna.” João 12:25

 Ele queria mostrar a ela que era necessário odiar a imagem falsa que havia construído de si mesma, matá-la para que pudesse nascer uma nova, fundamentada na Palavra de Deus — uma imagem verdadeira, que refletisse quem ela realmente era diante de Deus.

Mas as forças do mal não cessavam, nem por um instante, de alimentar em Egolinda a sua necessidade constante de crescer o conceito a respeito de si que ela é outras pessoas podem ter,  de ser reconhecida, de beleza e de autoafirmação. Era uma luta invisível, mas intensa, que mantinha firme a imagem que ela tanto amava.

Bibliovaldo sabia que, quanto mais Egolinda  orasse, quanto mais lesse a Bíblia e quanto mais praticasse obras de caridade, mais ela alimentava a imagem que havia construído de si mesma. E quanto mais essa imagem era fortalecida, mais ela se afastava da única coisa que poderia conduzi-la à salvação de sua alma: o arrependimento.

"Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda."

(Apocalipse 22:11 – ACF)

Bibliovaldo compreendia o profundo sentido do texto de Apocalipse 22:11 — “quem é sujo, suje-se ainda” — e percebia, à luz dessa revelação, que seria preferível que Egolinda fosse uma prostituta, uma alcoólatra, uma drogada, ou uma adúltera. Pois, nesses casos, sua visão espiritual não estaria encoberta por uma imagem de virtude. Ela poderia enxergar, com mais facilidade, sua condição de pecado e, assim, reconhecer sua necessidade de arrependimento e de um encontro verdadeiro com Deus. E, através desse arrependimento, alcançar a salvação de sua alma.


Porém, sua busca por boas obras, seu conceito moral elevado e a vida respeitável que levava — tudo isso era, na verdade, uma forma sutil e profunda de prisão. Uma prisão arquitetada pelas forças espirituais malignas, que mantinham Egolinda cativa ao seu autoconceito. E enquanto esse trono de si mesma não fosse destruído, ela permaneceria impedida de se arrepender — o único caminho possível para a salvação.

Bibliovaldo sabia que Egonilda não era um caso isolado. Como ela, muitas pessoas estavam exatamente na mesma condição: quanto mais buscavam coisas concernentes a Deus — orações, leitura bíblica, caridades, envolvimento religioso — mais se afastavam da realidade espiritual. Porque tudo aquilo, em vez de conduzi-las ao arrependimento, apenas reforçava a imagem construída de si mesmas. Uma imagem respeitável, piedosa, dedicada, mas que não nascia da verdade revelada pelo Espírito de Deus. Era, na verdade, uma estrutura de engano, habilmente sustentada pelo inimigo, para impedir que o coração se quebrantasse e se rendesse à cruz.

Bibliovaldo tinha em suas mãos o instrumento que poderia derrotar as forças espirituais que atuavam na vida de Egolinda, sustentando a imagem ilusória que ela construiu há anos a respeito de si mesma — uma imagem que impedia o arrependimento, que é a única maneira de ser salvo. Esse instrumento era a Palavra de Deus, no versículo que diz:

Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.”

(Marcos 16:15-16)

O texto fala claramente que é o Evangelho, ou seja, aquilo que a Bíblia diz, e não aquilo que as pessoas dizem. É preciso crer no que a Bíblia revela, e não em religiões, tradições humanas ou na própria concepção pessoal. Bibliovaldo sabia que Egolinda precisava crer na Bíblia, mas não na interpretação equivocada que ela mesma tinha, e sim naquela interpretação verdadeira que vem do Espírito Santo — a mesma que ele possuía, mas que Egolina não recebia.

Ela precisava crer no mesmo evangelho que Bibliovaldo cria, para que, ao final de suas vidas, não tivessem destinos eternamente opostos, mas compartilhassem o mesmo destino. Precisava caminhar em comunhão com ele, como ensina o texto:

"Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado."

(1 João 1:7)


Mas o texto bíblico não diz apenas “crer no Evangelho”; ele diz: “crer e ser batizado”. Égolinda precisava ser batizada. Nunca havia sido. E o batismo é, essencialmente, o arrependimento — a morte de uma vida e o nascimento de outra. Mas como ela poderia se arrepender, se ainda estava viva dentro de si mesma a imagem que ela amava?


Égolinda precisava matar e enterrar a imagem que construíra ao longo dos anos. Uma imagem sustentada pelo engano, mas que era, para ela, o amor de sua vida. Era aquilo que ela nutrira, protegera, admirara. Mas sem que essa imagem morresse, ela não poderia nascer de novo. E sem novo nascimento, não há entrada no Reino de Deus.

E esta guerra se travava no espírito. Era uma guerra invisível, mas intensa. Bibliovaldo orava a Deus e, ao mesmo tempo, buscava inserir a Palavra de Deus na vida de Egolinda. E o Espírito de Deus atuava através da sua Palavra, agindo no sentido de levar Egolinda a se render à verdade.


Mas, da mesma forma, havia os espíritos enganadores que trabalhavam. Atuavam em sua mente e usavam também outras pessoas para manter a imagem que ela tinha de si mesma — e a necessidade constante de alimentá-la, embelezá-la e fortalecê-la.

E ao fim de oito anos, essa guerra chegou ao fim. Egolinda e Bibliovaldo vieram a falecer dentro desse período.


E a pergunta que permanece é: como essa guerra terminou? Egolinda destruiu a imagem que tinha de si mesma? Ela foi batizada e salva? Bibliovaldo morreu tendo testemunhado sua transformação?


As respostas para essas perguntas estão na parte seguinte: a reflexão.


Reflexão


A resposta de como essa guerra terminou é você, caro leitor, quem vai dar.

Porque esta guerra se trata da sua própria vida.


A mensagem que foi anunciada continua viva até hoje:


"Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.

Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado."

(Marcos 16:15-16)


Qual é o evangelho em que você tem crido?

Você realmente já foi batizado?

O seu ego já morreu?

Ou a imagem que você criou de si mesmo continua viva, sendo alimentada todos os dias?

Vamos refletir sobre isso, porque a reflexão honesta é o único caminho para se alcançar a verdade.


Jesus é Deus.

E Deus ordena aos seus discípulos — lembrando que discípulos são aqueles que seguem a Cristo.

E seguir a Cristo é a única forma de salvação, conforme disse o próprio Jesus:

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim."

(João 14:6)

Portanto, Jesus ordena aos seus seguidores que preguem o Evangelho.

O que vale dizer: Ele ordena aos salvos, pois se alguém não seguir a Cristo, não está salvo, conforme já foi dito.


Porém, existem forças espirituais do mal, comandadas por Satanás, o enganador. O objetivo do diabo é impedir que as pessoas recebam o verdadeiro Evangelho.

No caso de Egolinda, ele a enganava através de um falso evangelho.

Egolinda acreditava ser de Deus, acreditava estar salva.Mas ela não cria no mesmo Evangelho que Bibliovaldo — e isso era uma barreira.

Essa diferença impedia a comunhão espiritual entre os dois,embora permanecesse entre eles uma relação afetiva carnal,baseada em laços de parentesco e amizade.


O Evangelho verdadeiro é receber Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas.

Recebê-lo como Deus que veio ao mundo em carne e derramou o Seu sangue na cruz pelos pecados da humanidade. Isso implica, necessariamente, o abandono completo e definitivo do pecado, pois o pecado não pode ser abandonado de forma parcial.


Alguém pode dizer: “Eu deixei de beber”, quando ainda consome bebida alcoólica de vez em quando. Ou afirmar: “Abandonei as drogas”, mesmo que ainda faça uso delas. Nesses casos, a pessoa não foi liberta.


É exatamente isso que Jesus ensina quando diz:

Quem comete pecado é escravo do pecado [...] e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”

(João 8:34-36)


Ele está falando sobre uma libertação verdadeira.

É o mesmo ensinamento de Romanos 6:2:

“Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?”


Quando alguém decide seguir a Deus e assume um compromisso de fidelidade a Ele, recebe o Espírito Santo. E é o Espírito Santo de Deus quem conduz ao entendimento correto das Escrituras.


Por isso, aqueles que têm o Espírito de Deus estão em comunhão uns com os outros, pois possuem a mesma doutrina, a mesma fé e o mesmo entendimento vindo do alto.


A própria Escritura testifica isso:


Atos 5:32

“E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.”


João 7:17

“Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo.”


João 16:13

“Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.”



🔥 A Grande questão 

A grande questão é que, para receber o verdadeiro Evangelho, é necessário arrependimento.


A aceitação deste Evangelho é acompanhada do batismo, conforme está escrito:


 “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” (Marcos 16:16). 

Receber o Evangelho implica necessariamente morrer para a própria vontade, para os próprios desejos, para o próprio “eu”. É preciso humildade.


Este foi o ponto que Égolinda não compreendia.


Ela havia recebido um evangelho diferente, que não exigia a morte do ego, nem o abandono total do pecado, mas alimentava sua autoimagem e preservava a falsa ideia de que ela estava salva, mesmo sem ter nascido de novo, que se manifesta através da ordenança do Batismo das águas.


E foi exatamente isso que a levou a crer num evangelho diferente, que não é o verdadeiro Evangelho de Cristo.

Bibliovaldo se manifesta na vida de Égolinda como aquele enviado por Deus para pregar-lhe o Evangelho, pois está escrito:

 “Ide... pregai o evangelho...”

(Marcos 16:15)

Égolinda precisava matar o seu ego, o seu eu, a sua vontade, o seu desejo e, principalmente, abrir mão de toda exaltação, todo destaque, tudo aquilo que alimentava o orgulho de sua alma.

Mas não apenas Égolinda: todo ser humano que ainda não fez isso está na mesma condição. Todos aqueles que ainda não se humilharam diante da cruz são, na verdade, Égolindas, ainda que acreditem estar salvos e busquem as coisas referentes a Deus, como orar, ler a Bíblia, louvar a Deus, etc.

Mesmo que ainda sejam batizadas nas águas, mas de forma formal, sem contudo abandonarem toda a glória para si, reconhecendo a glória que pertence somente a Deus.

Serão Bibliovaldos aqueles que puderem dizer, como Paulo:


"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim."

— Gálatas 2:20


Somente aqueles que já não vivem mais podem verdadeiramente fazer a vontade de Deus. "Não viver mais" requer não apenas uma renúncia externa, mas uma morte interior da vontade própria. Consequentemente, não poderão mais fazer a sua própria vontade, pois esta está morta, mas apenas a vontade de Deus.


O pecado, que nada mais é do que a vontade do diabo disfarçada da vontade pessoal — ou, em outras palavras, a própria vontade do homem em consonância com a do diabo — já não poderia mais ser feito na vida de quem está morto para si. E, portanto, o pecado estaria eliminado.


Aplica-se, então, o que diz o texto bíblico:


"Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo."

— João 1:29


Além disso, quem já não vive mais, também já não vive para sua própria glória. E como já está morto, não pode mais receber glória alguma para si, mas vive exclusivamente para glorificar a Cristo.


Logo, aquele que já não vive mais não pode pecar e nem pode se exaltar, pois tudo o que faz é Cristo quem faz nele e por meio dele, e toda a glória é de Cristo.


🌟 Conclusão e Apelo 🌟


A história de Egolinda e Bibliovaldo está agora em suas mãos.


Você define o fim dessa história.


O que vale dizer: você define o fim da história da sua própria vida.


Você continuará sendo uma Egolinda, vivendo para si mesma, alimentando sua autoimagem, buscando sua própria glória, mesmo que esteja cercado de religiosidade?


Ou você será um Bibliovaldo, alguém que já não vive mais, mas em quem Cristo vive? Alguém que prega o verdadeiro Evangelho, não apenas com palavras, mas com a vida?


Você, como escritor dessa história, incluiria o final glorioso?


Você escreveria que Egolinda se arrependeu?

Que Egolinda foi batizada nas águas?

Que a imagem que ela criou de si mesma foi destruída?

Que Egolinda já não vive mais, mas agora Cristo vive nela?


Você diria: "Glória a Deus! Egolinda se arrependeu! Egolinda foi salva!"?


Cabe a você escrever esse final.


Mas não se esqueça: essa não é apenas a história de Egolinda e Bibliovaldo.

Essa é a história da sua vida.



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domingo, 27 de julho de 2025

Três Homens e Uma Montanha

 


Três Homens e Uma Montanha


Josias, Alexandre e Luiz eram grandes amigos e praticavam alpinismo juntos. Dentre eles, Josias era especialmente ligado a Alexandre, e os três compartilhavam aventuras e confiança. No entanto, havia um segredo obscuro: Luiz estava tendo um caso com a esposa de Josias. Alexandre havia descoberto a traição, mas optou por não contar a Josias de imediato, pois não sabia se era algo passageiro e temia causar um rompimento desnecessário.

Durante a subida da montanha, os três amigos — Josias, Alexandre e Luiz — enfrentavam os desafios naturais do terreno íngreme e das condições da escalada. Em determinado ponto, Alexandre começou a sentir-se cansado. Sua respiração estava ofegante, os músculos pediam por uma pausa. Com sinceridade, ele olhou para os amigos e disse:


— "Eu preciso parar um pouco. Me deem alguns minutos para descansar."


Luiz, impaciente, não quis esperar. Respondeu de forma seca:


— "Eu não vou parar por causa de você. Se quiser, depois você sobe. Eu vou seguir."

— Vamos, Josias — disse Luís —, não é como o Alexandre está falando. Ficar aqui esperando por ele vai prejudicar a sua performance. Você vai demorar mais para chegar ao topo.

Josias, então, ficou entre dar ouvidos àquela voz que o estimulava ao destaque, ao reconhecimento, e que, sutilmente, apelava ao seu desejo de exaltação pessoal, ou abrir mão do seu interesse pessoal, fazendo o que seria correto, moral e justo. 

Diante da situação, Josias ficou indeciso. Ele olhou para Alexandre, que o conhecia profundamente, e ouviu dele um pedido:


— "Josias, espera comigo. Descansamos juntos e depois seguimos."


Mas Josias hesitou. Em sua mente, pensava na glória de chegar mais cedo ao topo, de alcançar o objetivo e contar depois o feito — quanto tempo levou, como venceu os desafios, como foi capaz de escalar com rapidez. Seu olhar, naquele momento, desviou-se daquilo que era certo. A motivação que o moveu foi a vanglória, o desejo de reconhecimento e sucesso pessoal. Em vez de fazer o que era certo, ele escolheu olhar para si e buscou aquilo que o exaltaria.


Entre a responsabilidade com o amigo Alexandre e o desejo de alcançar o cume rapidamente, Josias tomou sua decisão:


— "Alexandre, fica aí, depois você sobe. Eu vou seguir com o Luiz."


E assim foi feito. Josias seguiu com Luiz, deixando Alexandre para trás, descansando. Mal sabia ele que aquela escolha o levaria a um grave perigo, pois ao se distanciar do verdadeiro amigo, ele se aproximava daquele que tramava sua destruição.

Josias e Luiz subiram adiante. Em certo local, os dois encontraram uma grande cratera. Foi então que Luiz, movido por ganância e malícia, viu a oportunidade perfeita para se livrar de Josias e ficar com sua esposa e seus bens. Ele fingiu tropeçar à beira da cratera e pediu ajuda. Quando Josias se aproximou para socorrê-lo, Luiz o agarrou e, de forma dissimulada, o lançou no abismo, fingindo ter sido um acidente.


Josias sobreviveu à queda, ferido, e gritou por socorro. Luiz, surpreso por ele ainda estar vivo, tentou disfarçar. Nesse momento, Alexandre chegou e questionou o que havia acontecido. Luiz alegou que tinham tropeçado e Josias havia caído. Alexandre gritou perguntando se Josias estava bem. Josias respondeu com dificuldade: "Estou ferido. Me ajuda."


Desconfiado da história de Luiz, Alexandre pediu que ele descesse para buscar ajuda, mas, na verdade, queria se afastar dele. Alexandre suspeitava de algo errado, pois sabia que Josias era cuidadoso demais para cair daquela forma. Ele disse a Josias:


— "Escuta com atenção: eu vou voltar com cordas e ajuda, mas se alguém vier antes de mim, não aceite. Só pegue as cordas se reconhecer a minha voz. Isso pode salvar sua vida."


Josias, mesmo confuso, compreendeu a gravidade do aviso e concordou. Alexandre partiu em busca de auxílio.


Tempos depois, Luiz retornou com cordas e outra pessoa para ajudá-lo, fingindo estar preocupado. Ele voltou ali porque ainda tinha um plano: puxar Josias até próximo da saída, até a borda da cratera, e então soltar as cordas de propósito, para que ele tivesse uma nova queda — agora fatal — e morresse definitivamente. Ao se aproximar da cratera, ele gritou:


— "Josias, segura a corda! Nós vamos te puxar!"


Josias respondeu:


— "Quem está aí?!"


Luiz respondeu, imitando a voz de Alexandre:


— "Sou eu, o Alexandre."


Luiz fingiu ser Alexandre porque percebeu que Alexandre havia desconfiado de sua intenção e, ao ser mandado sozinho para buscar ajuda, entendeu que Josias só aceitaria a ajuda se confiasse em quem estivesse acima. Por isso, ele tentou enganar Josias disfarçando a voz, acreditando que assim conseguiria completar seu plano de matá-lo.


Mas Josias, que conhecia bem a voz do amigo, respondeu:


— "Não é você. É o Luiz. Foi você quem me jogou aqui. Por quê?!"


Luiz, percebendo que havia sido desmascarado, fugiu do local.


Pouco depois, Alexandre retornou com mais pessoas e com as cordas adequadas. Gritou:


— "Josias, sou eu, Alexandre! Estou aqui para te resgatar!"


Josias reconheceu sua voz e, com esforço, segurou as cordas. Foi resgatado com vida e levado ao hospital, onde se recuperou.


A verdade veio à tona. Luiz foi denunciado e julgado. Alexandre contou tudo sobre o caso com a esposa de Josias. Arrependida, ela chorou e pediu perdão. Josias, depois de refletir profundamente, decidiu perdoá-la. Seu casamento foi restaurado com honestidade e esforço.


E assim, a amizade de Josias e Alexandre continuou e se fortaleceu ainda mais. E Josias foi salvo pelo amigo Alexandre porque eles tinham uma relação profunda de amizade e comunhão ao ponto de, mesmo pela distância da caverna, da dificuldade de ouvir com exatidão a voz de Alexandre, ele reconhecia bem a voz de Alexandre, ainda que nesta situação. E isso foi o motivo do livramento de uma morte trágica.



🔍 Reflexão


Essa história revela a realidade da vida do ser humano.

Ela traz verdades espirituais profundas que, quando compreendidas, definem o destino eterno de uma pessoa.


Não se trata apenas de um relato comum — trata-se de uma revelação de Deus, que aponta para a vida ou a perdição eterna.


Portanto, esteja atento.

Entender essa história é compreender o que Deus quer falar diretamente com você.


Ela mostra a realidade espiritual que você precisa conhecer, para que não seja enganado ou permaneça alienado a essa verdade — e assim, após a morte, não venha a sofrer por não ter dado atenção à voz de Deus para a salvação da sua alma.


🧩 Significados simbólicos da história


👤 Josias representa a humanidade.

🐍 Luís representa o diabo.

✝️ Alexandre representa Jesus.

🔻 A Decisão de Josias: O Pecado



👤 A humanidade


Josias, na história, representa toda a humanidade. Sua queda na cratera simboliza a queda espiritual do homem, que foi lançado nas trevas do pecado, separado da presença de Deus.


Essa queda, embora tenha sido influenciada pelo inimigo — representado por Luís — não começou diretamente com ele, mas com uma escolha errada do próprio Josias, assim como aconteceu com Adão. Josias optou por seguir o caminho do orgulho, buscando sua própria glória, deixando de lado a fidelidade ao seu verdadeiro amigo.


Ele desprezou o pedido de Alexandre, seu companheiro fiel, que representa Deus. Alexandre estava ao seu lado, mas ele preferiu seguir sozinho, movido por sua vaidade, desejando alcançar o topo e se vangloriar de seu feito.


Assim também foi com o homem no princípio. Deus, o verdadeiro amigo do homem, Criador e Sustentador de todas as coisas (cf. Atos 17:24-25), foi desprezado quando o homem decidiu voltar-se para si mesmo, buscando autonomia, poder e glória própria.


 “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.”

(Tiago 1:14)




O pecado, portanto, não começou com o diabo impondo algo, mas com o homem optando por ouvir outra voz e agir motivado pelo seu próprio desejo. Isso é orgulho. E o orgulho gera a queda.


 “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.”

(Provérbios 16:18)


Foi assim que a queda de Josias simboliza a queda de toda a humanidade. E assim como Josias caiu numa profunda caverna, em meio às trevas e ferido, também o homem, por causa do pecado, nasce separado de Deus, espiritualmente morto, escravo do erro e da dor.


 “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

(Romanos 3:23)


“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.”

(Romanos 5:12)


Josias estava caído, ferido e sem forças. Esta é a condição do homem sem Deus: em trevas, sem poder para se levantar sozinho, esperando por um livramento que só pode vir de fora, do alto, de alguém que o ama e conhece sua voz.


Embora o homem não entenda que está nesta condição, ele é vítima do engano, assim como Josias foi.

O engano faz o homem pensar que está tudo bem, que está em paz com Deus, quando na verdade vive em rebelião contra Ele.

O engano cega o entendimento, esconde a verdade, oculta a realidade do inferno, e faz com que o homem permaneça iludido a respeito de seu destino eterno, sem perceber que está caminhando para a perdição

Josias, ao deixar de ouvir a voz e a vontade de Alexandre para buscar seu próprio interesse, iniciou a subida sem ele e ao lado de Luís.


Isso esclarece o pecado: o homem deixa de ouvir a voz de Deus e segue sua própria vontade. Foi assim desde o princípio. Essa escolha afastou a humanidade de Deus e a colocou, mesmo sem perceber, ao lado do diabo.


Josias não sabia que caminhava ao lado do enganador e rumo à caverna das trevas.

Assim também é o homem: caminha sem Deus e ao lado do diabo, sem saber que está sendo conduzido ao abismo.

🔻 O Diabo


O Diabo é uma realidade.


Embora muitos desconheçam sua atuação, especialmente aqueles que caminham sem ouvir a Palavra de Deus, ele está presente com astúcia, armando ciladas e conduzindo o ser humano ao engano e à perdição, sem que perceba.


Ele age como agiu com Josias, influenciando de forma sutil e disfarçada, levando o homem a decisões que parecem boas aos seus próprios olhos, mas que o afastam da verdade e o conduzem às trevas.


Versículo de apoio:


 “Sede sóbrios, vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.”

📖 1 Pedro 5:8


O objetivo do Diabo é impedir que o homem saia da caverna — que representa as trevas, a dor e o afastamento de Deus — e que ele morra ali, separado da voz de Deus e da salvação.


Assim como Luiz tentou enganar Josias imitando a voz de Alexandre, o Diabo também se faz passar pela voz de Deus. Ele utiliza suas artimanhas, mentiras e disfarces espirituais para manter o homem preso ao engano e longe da verdade.


Versículos de apoio:

 “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.”

📖 2 Coríntios 11:14


> “E foi lançado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi lançado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.”

📖 Apocalipse 12:9


 “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.”

📖 Mateus 7:15


 “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição...”

📖 2 Pedro 2:1


✝️ A Salvação


A humanidade nasce na caverna — em trevas espirituais — por causa do pecado. E se não for salva, morrerá ali, afastada de Deus, e permanecerá nas trevas por toda a eternidade.


Por isso, todo ser humano precisa de salvação. Só existe um caminho: Jesus é o Salvador. Ele é a única voz verdadeira capaz de resgatar o homem da caverna, da escuridão e da morte eterna.


 “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”

📖 Lucas 19:10


“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”

📖 João 14:6


 “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”

📖 Atos 4:12


A caverna e a dor fizeram Josias enxergar sua verdadeira condição. Ferido, no fundo do abismo, ele compreendeu que não conseguiria sair sozinho. Ele gritou por socorro, reconhecendo que precisava de salvação. Ele entendeu que se nada fosse feito, morreria ali, e que precisava de alguém que pudesse intervir e salvá-lo.


Esse é o retrato da humanidade.


Muitos caminham ao lado do diabo sem perceber, enganados, distantes de Deus. E morrerão ao lado dele, afastados da presença divina, presos nas trevas eternas.


Mas alguns, no sofrimento, na queda, nas dores da vida, enxergam sua condição e buscam o socorro, buscam a Deus. 


🔊 A Voz de Deus


Quando Josias caiu na caverna, Alexandre veio ao seu encontro. Mas a presença de Alexandre não era suficiente para que Josias fosse salvo.

Foi então que Alexandre falou com firmeza:

— Josias, você precisa discernir a minha voz. Só segure as cordas se ouvir a minha voz.

E deixou claro:

— Outras vozes virão. Mas você precisa ouvir e obedecer apenas à minha voz.


Josias creu nessa palavra. Ele entendeu que a salvação viria de Alexandre, mas que, para ser salvo, era necessário reconhecer com exatidão a sua voz.

A salvação dependia da capacidade de ouvir e distinguir a voz certa no meio das demais.

Assim é com a humanidade.

O mundo está na escuridão da caverna, sem salvação, porque não ouve a voz de Deus.


Muitos não reconhecem Jesus como o único Salvador.

Outros não obedecem à sua voz.

E há ainda os que não discernem a sua voz.


A Bíblia é a Palavra de Deus, mas muitos não a reconhecem como tal.

E mesmo entre aqueles que afirmam crer em Jesus e dizem que a Bíblia é a verdade, muitos são enganados, porque não conseguem identificar com precisão a voz de Deus.


Eles não discernem o que é verdade e o que é engano, e assim são levados pelas sutilezas e disfarces do diabo, como Josias quase foi, na caverna.


📖 "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem."

— João 10:27


📖 "Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo."

— João 7:17


📖 "Mas, quando vier o Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade."

— João 16:13

🗣️ A voz rejeitada


Josias deixou de ouvir a voz de Alexandre. Quando Alexandre disse:

— "Não suba agora. Fique aqui comigo."

Josias, pensando apenas em si mesmo, foi insensível à voz de Alexandre, seu amigo. E isso fez com que ele prosseguisse sem a presença de Alexandre, e ao lado de Luís.


📌 O motivo?

O desejo de exaltação. Josias queria alcançar o topo da montanha, queria chegar antes, queria se gloriar do feito.

Esse sentimento o afastou da presença de Alexandre.


👉 Assim é a humanidade.

Muitos não ouvem a voz de Deus porque o orgulho, o desejo de autoexaltação, de glória própria, os separa de Deus.

Quando o homem coloca a sua vontade acima da vontade de Deus, ele se afasta da verdade, e esse é o princípio de todo o pecado.


O orgulho é a raiz da queda. E quem tem esse sentimento, como Josias teve, passa a caminhar com o enganador — e é enganado.


🎯 O resultado?

A condenação eterna.

Aqueles que não colocam a voz de Deus acima de tudo em suas vidas estão seguindo para um destino eterno trágico, que não imaginam.

🏔️ O topo da vida


Quando Alexandre disse a Josias:

— "Não suba agora."

Ele estava mostrando uma verdade profunda: o topo da vida do homem é a glória eterna com Deus.


📌 Nesta vida, não é tempo de exaltação.

O orgulhoso valoriza :

— "Eu fiz."

— "Eu consigo."

— "Eu tenho."

— "Eu sou."

— "Eu sei."


Mas Deus valoriza quem abre mão da própria glória para obedecer à Sua voz.

Muitos, como Josias, não ouvem o chamado de Deus para esperar, para se humilhar, para seguir com Ele, e acabam buscando a exaltação agora.


Essa é a escolha que separa o homem de Deus.


👉 Josias não quis esperar Alexandre.

Ele preferiu subir só, ao lado de Luís, sem saber que estava sendo guiado pelo enganador — o diabo — à destruição, à caverna escura da condenação eterna.


📖 A Bíblia nos mostra que


 "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes."

(Tiago 4:6)

“Qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar será exaltado.”

Mateus 23:12


A glória que vale é a que vem de Deus.

A exaltação neste mundo é temporária.

A glória de Deus é eterna.


📌 A disposição para a voz de Deus

Após dias no sofrimento e na dor, Josias ouviu a voz de Alexandre. Mas ele não apenas ouviu — ele foi diligente em identificar que era, de fato, a voz de Alexandre. Ele entendeu que somente reconhecendo e obedecendo a essa voz poderia ser salvo.


Assim também é com o ser humano: o homem nasce pecador, afastado de Deus, e caminha neste mundo sem Cristo. Alguns já estão no sofrimento, mergulhados nas trevas; outros ainda não perceberam o seu estado. Mas, em todos os casos, estão enganados, caminhando ao lado de Luís — o diabo — sem saber que é ele quem está agindo em suas vidas.


Todos precisam ouvir a voz de Deus. Mas não apenas ouvir: é necessário buscar diligentemente identificar a verdadeira voz de Deus. A Bíblia é a Palavra de Deus. Por isso, as pessoas devem, em primeiro lugar, reconhecer quem Deus é, reconhecer que pertencem a Deus, que devem viver para Ele. Precisam decidir dar ouvidos à sua voz, por amor àquilo que Deus é, e por saberem que não ouvir a voz de Deus é continuar no engano, e este caminho leva inevitavelmente à condenação eterna.

"Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração."

Jeremias 29:13


⚠️ A Ingratidão e a Falta de Amor


Josias abriu mão da gratidão e do reconhecimento de quem Alexandre era por causa de sua própria vontade e dos seus interesses. Ele não demonstrou amor a Alexandre.


Assim é o homem. Embora Josias achasse que, mesmo deixando Alexandre e buscando seu próprio propósito, ainda continuaria amigo dele, ele não enxergava sua real condição. Não via a verdade.


Muitos vivem assim. Dizem que amam a Deus, mas em sua vida prática, por não conhecerem a Bíblia a fundo e, ao não obedecerem em fidelidade aos ensinos de Jesus que estão na Bíblia, demonstram a realidade da falta de amor, embora digam o contrário.


No fim, essa realidade será revelada — mas para muitos, será tarde demais.

"Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada."

📖 João 14:23


📌 Conclusão e Apelo


Essa mensagem é Deus falando com você. Ele está te mostrando, de forma clara e simbólica, a realidade espiritual que definirá o seu destino eterno. Agora, tudo depende do sentimento que há no seu coração em relação a Deus.


Se você realmente deseja amar a Deus, demonstrar gratidão a Ele e entregar sua vida a Ele, então precisa abrir mão de tudo: da sua vontade, dos seus interesses, dos seus desejos. É necessário morrer para si mesmo e viver para caminhar ao lado de Jesus.


A obediência e a fidelidade completa à voz de Deus são os requisitos que demonstram, de fato, que você O ama. E é somente assim que você poderá caminhar com Jesus em direção à vida eterna, observando fielmente seus ensinos que a Bíblia revela, por ser a voz de Deus.


Essa é a decisão que você precisa tomar hoje, enquanto ainda há tempo, antes que Luís, o Diabo, consiga te enganar até o fim, te matar espiritualmente, e te lançar no Poço Eterno, na Caverna das Trevas, afastado da presença de Deus para sempre.

Após a morte muitos saberão que esta era uma mensagem, alerta, revelação de Deus. 


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