quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Os Médicos da Cidade de Belmária

 



Os Médicos da Cidade de Belmária


Na antiga cidade de Belmária, localizada entre colinas férteis e rios serenos, havia famílias de grande prestígio. Eram comerciantes prósperos, políticos respeitados e líderes influentes, que buscavam garantir aos filhos um futuro de glória e autoridade. Por isso, enviavam-nos às capitais distantes para estudar.


Entre os cursos escolhidos, o mais cobiçado era o de medicina, pois nada elevava mais o nome de uma família do que ter um filho médico, honrado diante dos homens e temido pela morte.


Assim partiu um grupo de jovens. Mas eram rapazes mimados, acostumados às festas e aos caprichos da riqueza. Não se inclinavam à disciplina do estudo, nem suportavam as noites em claro diante dos livros. Onde lhes faltava esforço, entrava o dinheiro. Pagavam professores, compravam respostas, subornavam examinadores. E, ao final, ostentavam diplomas que não refletiam ciência, mas apenas corrupção.


Quando regressaram a Belmária, foram recebidos como heróis. Seus nomes enchiam de orgulho os pais, e o povo os celebrava como guardiões da vida. Rapidamente, abriram consultórios e assumiram a posição de médicos da cidade.


Mas a sabedoria que lhes faltava logo se mostrou em suas palavras. Aos que chegavam doentes, diziam com voz tranquila e sorriso forçado:

— Estás bem! Não há motivo de preocupação! Tua saúde é firme, nada tens a temer.


E assim, pessoas gravemente enfermas saíam dos consultórios acreditando que estavam saudáveis. Quando a morte as alcançava, os médicos afirmavam com ar solene:

— Foi um mal súbito, algo inesperado, inevitável.


E como suas vozes eram a única autoridade reconhecida, ninguém ousava contestar. A cidade, pequena e isolada, estava à mercê de homens que vestiam jalecos, mas não possuíam ciência.


O engano, porém, tinha um atrativo: todos preferiam ouvir que estavam bem, ainda que o corpo gritasse o contrário. E assim, o povo se apegava à ilusão doce, mesmo que ela os conduzisse ao túmulo.


Foi então que chegou a Belmária um homem estranho à cidade. Chamava-se Dr. Ernesto Biblion Não vinha de família nobre, nem possuía títulos pomposos para exibir, mas era médico verdadeiro, formado na dureza dos estudos, forjado na prática e no amor à verdade.


Logo começou a atender os enfermos. E, ao contrário dos outros, falava com seriedade:

— Teu corpo não está bem. Tens doença grave, que precisa ser tratada com urgência. Se não fores curado, a morte te alcançará.


Alguns ouviram e se submeteram ao tratamento. E logo experimentaram a cura e a restauração da saúde. Mas a maioria zombava, dizendo:

— Quem é esse forasteiro para nos dizer que estamos doentes? Nossos médicos nos conhecem desde a infância, e sempre nos dizem que estamos fortes. Não aceitaremos a palavra de um estranho que nos ameaça com enfermidades.


E preferiam voltar aos consultórios dos filhos da cidade, onde eram lisonjeados com diagnósticos agradáveis, embora falsos.


Assim, crescia a divisão: poucos confiavam no Dr. Ernesto Biblion e viviam, enquanto a maioria seguia os falsos médicos e perecia.


🌿 Reflexão


A parábola trata da saúde física, mostrando como ela é de suma importância nesta vida terrena. Pois sem saúde não há vida, e a enfermidade conduz à morte. Assim como em Belmária os homens buscavam médicos para se manterem vivos, também em nossos dias muitos se preocupam com exames, tratamentos e cuidados do corpo — o que não está errado, pois a vida é um dom precioso.


Entretanto, a verdade é que, por mais que se prolongue a existência, o tempo de vida neste mundo, comparado à eternidade, é apenas um sopro. Cem anos ou cinquenta, pouco importa diante do infinito: a diferença é irrelevante, pois na eternidade não há tempo. O que realmente importa não é a duração da vida terrena, mas a condição da alma no momento da partida.


Assim, a saúde mais importante não é a do corpo, mas a da alma. Se buscamos bons médicos para tratar as enfermidades físicas, quanto mais devemos zelar e vigiar em relação àqueles que são chamados para tratar das nossas almas — homens de Deus, fiéis em anunciar a verdade do evangelho. Pois se um diagnóstico errado no corpo pode nos conduzir à morte física, muito mais um falso ensino pode nos conduzir à perdição eterna.


A Escritura diz:


 “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores; querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.”

(Efésios 4:11-12)


Porém, assim como havia falsos médicos em Belmária, também existem falsos pregadores que não foram chamados por Deus. Eles falam paz quando não há paz, e enganam com palavras suaves aqueles que desejam ouvir apenas o que lhes agrada.

Visto que andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; e um edifica a parede, e eis que os outros a rebocam com argamassa não temperada. Dize aos que a rebocam com argamassa não temperada que ela cairá...”

(Ezequiel 13:10-11)


E mais:

 “Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, aquele ímpio morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei.”

(Ezequiel 3:18)


Portanto, se cuidamos de nossa saúde física para viver alguns anos a mais, quanto mais devemos cuidar da saúde de nossa alma, que decidirá o nosso destino eterno.

Mas havia algo mais profundo que explicava por que o povo de Belmária desprezava o Dr. Ernesto Bibion e preferia crer nos filhos da cidade. Não era apenas ignorância. Era orgulho.


Eles se vangloriavam de que seus médicos eram oriundos de famílias influentes, filhos dos grandes empresários, jovens conhecidos desde a infância, criados no luxo da cidade. Não importava se eram corruptos ou despreparados — eram “deles”, eram “da terra”.


Já o Dr. Ernesto Bibion era um forasteiro. Não fazia parte de suas tradições, não estava inserido em seus círculos sociais. E o povo, preso à aparência, não dava valor à verdade, mas ao prestígio humano.


E havia ainda outro fator: eles não queriam ouvir a verdade. Quando Ernesto revelava as enfermidades e mostrava a necessidade urgente de tratamento, isso feria o conforto e a imagem que tinham de si mesmos. Por isso, preferiam os falsos diagnósticos que os elogiavam, ainda que fosse engano mortal.


Assim também é na vida espiritual. Muitos rejeitam os verdadeiros enviados de Deus, porque não suportam ouvir a verdade. Preferem falsos pregadores que falam palavras agradáveis, que massageiam o ego, mas não confrontam o pecado. Ao agir assim, não colocam a verdade acima de tudo — e não colocar a verdade é não colocar Deus acima de tudo, pois Jesus é a verdade (João 14:6).


A Escritura é clara:


📖 “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”

(Tiago 4:6)


📖 “O orgulho vem antes da destruição, e o espírito altivo, antes da queda.”

(Provérbios 16:18)


📖 “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.”

(2 Timóteo 4:3-4)


📖 “Porquanto não receberam o amor da verdade para se salvarem.”

(2 Tessalonicenses 2:10)


A falta de zelo pela verdade da Palavra de Deus é, na realidade, falta de zelo para com o próprio Deus, que é a fonte da verdade. E aquele que rejeita a verdade, rejeita também a vida.

📖 “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”

(Mateus 24:24)


1. O contexto do versículo


Jesus está falando do fim dos tempos, respondendo à pergunta dos discípulos sobre os sinais da Sua vinda e do fim do mundo (Mateus 24:3). Um dos principais sinais que Ele destaca é o engano religioso: pessoas se levantando em Seu nome, falsos profetas fazendo milagres aparentes e sinais que parecem comprovar sua autoridade.


2. O que significa “se possível fora”


A expressão mostra a força e profundidade do engano. Jesus está dizendo:


O engano será tão convincente, tão bem construído, que se fosse possível, até os escolhidos — isto é, os verdadeiros filhos de Deus, os que foram salvos e chamados — seriam levados pela mentira.

Mas o Espírito Santo de Deus não permite que aqueles que têm uma aliança de fidelidade a Deus sejam enganados, porque o Espírito Santo passa a habitar nestes, e estes são conduzidos à verdade, porque o Espírito Santo é o Espírito da verdade. Como está escrito:


 “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.” (João 16:13)


Muitos afirmam que é normal errar em relação à doutrina, como se divergências doutrinárias fossem apenas fruto de pontos de vista diferentes ou de uma suposta limitação humana. Mas isso não é verdade. A Bíblia afirma claramente que o Espírito da Verdade guia em toda a verdade (João 16:13). Logo, não é possível que aqueles que pertencem a Deus e estão em aliança de fidelidade com Ele permaneçam no erro, pois o Espírito Santo habita neles e os conduz à verdade. Portanto, se existem divergências doutrinárias, alguém não está sob a condução do Espírito Santo de Deus, mas sim guiado por outro espírito.


É verdade que há os que estão começando na fé, ainda imaturos no conhecimento da Palavra. Contudo, mesmo estes, se verdadeiramente entregues a Deus, não darão ouvidos aos falsos profetas, porque está escrito: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se é de Deus” (João 7:17). E também: “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (Atos 5:32). Assim, os que obedecem a Deus receberão o Espírito Santo, serão ensinados, santificarão as suas vidas e crescerão no conhecimento da verdade.


A verdadeira doutrina não gera confusão nem divisão, mas comunhão entre os santos. As divergências doutrinárias são frutos da heresia, e a heresia é pecado, porque nega a verdade de Deus. Quem resiste à doutrina verdadeira não está em fidelidade a Cristo, mas se torna adversário de Deus, ainda que se considere religioso.


É preciso compreender que não seguir a verdadeira doutrina é não seguir a vontade de Deus. E não fazer a vontade de Deus é pecado. Por isso, todo aquele que insiste no erro doutrinário, ouvindo falsos mestres e rejeitando a verdade revelada nas Escrituras, está se colocando contra Deus. Pois só há dois caminhos: ou se é guiado pelo Espírito da Verdade, ou se é enganado pelo espírito do erro (1 João 4:6).


🎯 Conclusão e Apelo


O que Deus está nos dizendo, por meio desta mensagem, é a urgência de seguirmos o caminho da verdade, pois Jesus declarou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Não seguir a verdade é não seguir Jesus. Não seguir Jesus é não ter a vida eterna.


Para receber o Espírito da Verdade, que é o Espírito Santo, é indispensável uma aliança de fidelidade com Deus. Essa aliança conduz a uma vida de honestidade no pensar, no refletir, no avaliar a si mesmo e no estudar a Palavra de Deus. E essa honestidade desemboca no verdadeiro conhecimento da verdade.


Por isso, diante desta Palavra, não há espaço para neutralidade. É necessário uma mudança radical: colocar a Palavra de Deus acima de tudo, modificar hábitos, comportamentos e sentimentos, estabelecendo como meta suprema viver para conhecer e fazer a vontade de Deus.


Qualquer outro sentimento contrário a isso — seja procrastinação, acomodação, negligência, apego ao pecado ou à própria vontade — não vem de Deus, mas é maligno e tem um único propósito: afastar você eternamente de Deus.


Portanto, hoje é o dia de decisão. Faça uma aliança de fidelidade com Deus. Coloque como propósito de sua vida conhecer e fazer a vontade d’Ele e viver 24 horas por dia, todos os dias, ligado neste objetivo. Custe o que custar, não permita que nada o desvie. Porque só os que permanecem na verdade, em fidelidade a Cristo, terão a vida eterna.




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