Estudo Bíblico: O Segundo Casamento e o Adultério
Introdução
O entendimento correto sobre o casamento e o divórcio é essencial para a vida cristã. Muitos têm interpretado as Escrituras de forma equivocada, levando outros ao erro e comprometendo sua salvação. Neste estudo, vamos abordar dois pontos fundamentais: entendimentos incorretos e divergentes e o erro da exceção.
1. Entendimentos incorretos e divergentes – Quais as consequências?
Se alguém ensina de forma incorreta sobre o casamento e o divórcio, e uma pessoa permanece em um casamento irregular, vivendo em adultério, essa pessoa será condenada ao inferno. Além disso, aquele que ensina de forma errada também será condenado, pois leva outros ao erro. Sabemos que o adultério leva ao inferno (1 Coríntios 6:9-10, Gálatas 5:19-21), e quem induz ao pecado também peca (Mateus 18:6).
Se cada um pudesse interpretar a Bíblia de forma diferente, Deus deixaria de ser Senhor, pois Sua vontade não prevaleceria. No entanto, Jesus afirmou que quem deseja fazer a vontade de Deus conhecerá a doutrina (João 7:17), e que o Espírito Santo é dado àqueles que obedecem a Deus (Atos 5:32). O Espírito Santo guia a toda verdade (João 16:13), portanto, não há espaço para erros e enganos na interpretação das Escrituras. Quando alguém não compreende a Palavra de Deus, é porque o diabo cegou seu entendimento (2 Coríntios 4:4), ou porque essa pessoa não vive em fidelidade a Deus.
As pessoas não querem entender a verdade. Elas não querem aceitar a verdade porque não é o que desejam ouvir, preferindo seguir seus próprios interesses. Muitas vezes, o orgulho religioso impede que aceitem a verdade, pois se julgam sábias. O apego à tradição e à denominação religiosa faz com que rejeitem a verdade de Deus.
2. O erro da exceção
Muitos acreditam que o adultério é uma exceção para o novo casamento, baseando-se em Mateus 5:32 e Mateus 19:9:
"Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de fornicação (porneia), a faz cometer adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério." (Mateus 5:32)
Esse texto é frequentemente interpretado de maneira errada. Primeiramente, devemos entender que Jesus está tratando da lei de Moisés. Ele não poderia estar ensinando sobre a Igreja, pois a Igreja ainda não havia sido estabelecida. Quando Jesus falava aos judeus, Ele ainda estava sob a Antiga Aliança — mas preparando a Nova.
Jesus não rejeitou os ensinamentos de Moisés, porque a Lei era santa, justa e boa (Romanos 7:12). Mas o objetivo dEle era levar a Lei ao seu cumprimento, isto é, revelar o verdadeiro propósito da Lei e realizar o que ela apontava.
Mateus 5 faz parte do Sermão da Montanha, onde Jesus está aperfeiçoando a lei dada a Israel (Mateus 5:17-18). Ele usa a fórmula "Ouviste que foi dito... Eu, porém, vos digo" (Mateus 5:21, 27, 31), esclarecendo ou aprofundando mandamentos da lei mosaica.
Jesus cita diretamente Deuteronômio 24:1, que permitia o divórcio mediante carta de repúdio. Em Mateus 5:32, Ele corrige o abuso desse mandamento, explicando que o divórcio injusto leva ao adultério.
A revelação sobre o casamento para a Igreja vem depois, através dos apóstolos. Paulo ensina em 1 Coríntios 7:10-11, Efésios 5:31-32, Romanos 7:2-3 e 1 Coríntios 7:39 que a mulher está ligada ao marido até a morte dele, sem mencionar qualquer exceção.
Mateus 19 confirma que Jesus falava aos judeus sobre a lei mosaica. Os fariseus perguntam sobre o divórcio "por qualquer motivo" (Mateus 19:3), referindo-se à interpretação da lei mosaica. Jesus responde com Gênesis 2:24 e menciona o divórcio apenas no contexto da permissão mosaica (Mateus 19:8-9).
A Igreja, porém, está sob a nova aliança e não sob a lei mosaica. Jesus veio cumprir a lei (Mateus 5:17) e instituiu a nova aliança pelo Seu sangue (Lucas 22:20). A ética matrimonial da Igreja baseia-se na relação entre Cristo e a Igreja (Efésios 5:30-32), ultrapassando a lei mosaica. Assim, Mateus 5:32 está dentro do contexto da lei mosaica e não pode ser aplicado diretamente à Igreja.
Para demonstrar inequivocamente que Mateus 5.32 trata da lei de Moisés e não da Igreja, seguimos um raciocínio objetivo e bíblico baseado no contexto e na progressão da revelação:
1. Jesus está falando no contexto da Lei Mosaica:
Mateus 5 faz parte do Sermão da Montanha, onde Jesus está explicando e aperfeiçoando a Lei dada a Israel (Mateus 5.17-18).
Ele repete a fórmula "Ouvistes que foi dito... Eu, porém, vos digo..." (Mateus 5.21, 27, 31), indicando que está esclarecendo ou aprofundando mandamentos da Lei de Moisés.
2. Referência explícita à Lei Mosaica sobre o divórcio:
Em Mateus 5.31, Jesus cita diretamente Deuteronômio 24.1, que permitia o divórcio mediante carta de repúdio.
Em Mateus 5.32, Ele corrige o abuso desse mandamento, explicando que o divórcio injusto levava ao adultério.
3. O ensino sobre o casamento para a Igreja vem depois:
A revelação para a Igreja sobre o casamento e o divórcio é dada por Paulo, após a ressurreição de Cristo (1 Coríntios 7.10-11; Efésios 5.31-32).
Em Romanos 7.2-3 e 1 Coríntios 7.39, Paulo ensina que a mulher está ligada ao marido até a morte dele, sem mencionar a exceção dada por Jesus sob a Lei.
4. Mateus 19 confirma que Jesus falava para os judeus sob a Lei:
Os fariseus perguntam sobre o divórcio "por qualquer motivo", referindo-se à interpretação da Lei de Moisés (Mateus 19.3).
Jesus os remete ao princípio do casamento em Gênesis 2.24 e só menciona exceção ao divórcio no contexto da permissão mosaica (Mateus 19.8-9).
5. A Igreja está sob a Nova Aliança, não sob a Lei:
Jesus veio cumprir a Lei (Mateus 5.17) e instituiu a Nova Aliança pelo Seu sangue (Lucas 22.20).
A ética matrimonial para a Igreja se baseia em Cristo e na Sua relação com a Igreja (Efésios 5.31-32), indo além da Lei Mosaica.
Conclusão objetiva:
Mateus 5.32 está dentro do contexto da Lei Mosaica, corrigindo distorções dos fariseus. O ensino sobre casamento e divórcio para a Igreja é esclarecido depois, através dos apóstolos, já na Nova Aliança. Portanto, Mateus 5.32 não pode ser aplicado diretamente à Igreja, pois trata de um período em que a Lei ainda estava em vigor.
Jesus corrigiu a distorção dos fariseus sobre o divórcio na lei mosaica. O ensino sobre o casamento e divórcio para a Igreja foi esclarecido posteriormente pelos apóstolos na nova aliança. Portanto, Mateus 5:32 não pode ser usado para justificar um novo casamento após o divórcio dentro da Igreja, pois se refere a um contexto específico da lei mosaica.
4. Exemplos da transição VT e NT
Vamos ver alguns exemplos claros dessa transição entre o ensino de Jesus aos judeus sob a Lei e o ensino apostólico à Igreja sob a Nova Aliança:
1. O sacrifício no templo – Mateus 5:23-24
> “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; depois vem e apresenta a tua oferta.”
Contexto:
Jesus está falando dentro do sistema de culto judaico com sacrifícios no altar, que era parte da Lei.
Mas depois da cruz, o sacrifício cessou (Hebreus 10:1-14).
Na Igreja, não há mais altar físico nem oferta de animais, pois Cristo é o sacrifício final.
2. O pagamento do dízimo – Mateus 23:23
> “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e desprezais o mais importante da lei...”
Jesus afirma que eles estavam certos em dar o dízimo, porque ainda estavam sob a Lei (Levítico 27:30).
Mas no ensino à Igreja, após a cruz, o dízimo não é imposto como mandamento, mas se ensina contribuição voluntária:
> “Cada um contribua segundo propôs no coração...” (2 Coríntios 9:7)
3. A purificação após a cura – Marcos 1:44
> “Vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou...”
Jesus manda o leproso seguir a Lei de Moisés, que exigia apresentação ao sacerdote (Levítico 14).
Isso mostra que a Lei ainda estava em vigor.
Mas depois da cruz, não há mais esse ritual — os apóstolos não ordenam mais isso à Igreja. Cristo é o nosso “Sumo Sacerdote”.
4. A questão do juramento – Mateus 5:33-37
Jesus diz: “Ouvistes o que foi dito... Não perjurarás... Eu, porém, vos digo: de modo nenhum jureis...”
Ele está aperfeiçoando a Lei ali, mostrando o princípio moral superior que seria plenamente vivido no Reino de Deus e na Igreja.
Esses exemplos mostram que Jesus falava com os judeus como judeus, ainda debaixo da Lei, mas preparando o caminho da Nova Aliança, que seria instituída com sua morte e ressurreição, e aplicada na Igreja pelo Espírito Santo e pelos apóstolos.
"Seria incoerente aplicar um entendimento aos ensinos de Jesus nos exemplos acima — reconhecendo que Ele falava aos judeus sob a Lei — e no caso do divórcio e segundo casamento aplicar um entendimento diferente, como se já estivesse falando à igreja."
3. O Ensino para a Igreja
1. O casamento é um vínculo indissolúvel até a morte
Romanos 7.2-3 – "Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, se casar com outro homem, será chamada adúltera; mas, morto o marido, está livre da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido."
Raciocínio lógico:
Premissa 1: A mulher casada está ligada ao marido enquanto ele viver.
Premissa 2: Se ela se casar com outro enquanto ele vive, será chamada adúltera.
Conclusão: Se um novo casamento ocorre enquanto o cônjuge ainda vive, há adultério. Portanto, não há permissão para novo casamento na Igreja.
2. O próprio Senhor Jesus confirma que o casamento só se rompe com a morte
Lucas 16.18 – "Qualquer que deixa sua mulher e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também."
Raciocínio lógico:
Premissa 1: Quem se divorcia e casa novamente comete adultério.
Premissa 2: Quem casa com uma pessoa divorciada também comete adultério.
Conclusão: Se há novo casamento enquanto o primeiro cônjuge vive, há adultério. Logo, o segundo casamento é impossível dentro da vontade de Deus.
3. Paulo reforça que não há exceção para novo casamento
1 Coríntios 7.10-11 – "Todavia, aos casados mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher."
Raciocínio lógico:
Premissa 1: Se houver separação, a mulher tem apenas duas opções:
1. Permanecer sem casar.
2. Reconciliar-se com o marido.
Premissa 2: Nenhuma outra opção é dada (não há menção de novo casamento).
Conclusão: O segundo casamento não é permitido para os crentes, pois a única opção além da reconciliação é permanecer sem casar.
4. A viúva pode casar novamente porque seu vínculo foi rompido pela morte
1 Coríntios 7.39 – "A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor."
Raciocínio lógico:
Premissa 1: A mulher só fica livre para casar novamente se o marido morrer.
Premissa 2: Enquanto o marido vive, ela não pode casar novamente.
Conclusão: O novo casamento só é permitido quando o vínculo original se desfaz pela morte. Enquanto o cônjuge estiver vivo, não há permissão para novo casamento.
Se houvesse qualquer exceção para o divórcio com novo casamento, 1 Coríntios 7.39 diria que a mulher está ligada ao marido “enquanto ele não adulterar”, mas a Bíblia afirma categoricamente que ela está ligada “enquanto ele viver”. Isso prova, de forma lógica e irrefutável, que o vínculo matrimonial só é dissolvido pela morte. Qualquer ensino contrário contradiz a própria Escritura e a razão.
Conclusão Final
Em todo o Novo Testamento, não há nenhuma exceção que permita um novo casamento enquanto o cônjuge vive, pelo contrário:
O ensino para a Igreja é claro, direto e irrefutável: qualquer segundo casamento enquanto o primeiro cônjuge vive é adultério.
A única forma de um novo casamento ser permitido é se o cônjuge falecer, como ensina Romanos 7.2-3 e 1 Coríntios 7.39.
Portanto, qualquer doutrina que defenda a possibilidade de novo casamento na Igreja contradiz diretamente as Escrituras e não pode ser aceita.
“Ensinar que o novo casamento sem a morte do cônjuge é permitido, usando uma exceção que vale só para o Velho Testamento, leva ao adultério. E o adultério leva à condenação eterna. Quem ensina isso não está guiado pelo Espírito de Deus, mas por um espírito maligno, pois o Espírito de Deus não conduz ao inferno, e sim à verdade.”
Obs: Digite no Google: estudando a Bíblia com pastor Rogerio. São mensagens diárias e Deus vai falar com você. Compartilhe pars que a Palavra de Deus seja divulgada e almas sejam salvas.
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