A Estrada
Havia um homem chamado Fidelino, que caminhava sozinho por uma longa estrada. Em suas mãos ele levava um rolo, o mapa que lhe guiava os passos. Ele seguia firme, olhando para aquele mapa, e andava com confiança.
Enquanto prosseguia, encontrou outro homem que também caminhava, e este se chamava Graciano. Assim como Fidelino, também segurava um rolo em suas mãos — cada um estava com um mapa.
Quando se aproximaram, se saudaram como irmãos, porque ambos eram cristãos. E perguntaram um ao outro:
— Como é o seu nome?
— O meu nome é Fidelino, E o seu?
— O meu é Graciano.
Então Fidelino perguntou:
— Para onde você está indo?
— Estou indo para a Cidade da Felicidade Eterna — respondeu Graciano.
— Eu também estou indo para lá — disse Fidelino. — Então, vamos caminhar juntos?
Graciano respondeu:
— Sim, caminharemos. Mas o mapa me mostra que devo seguir por este lado.
E Fidelino retrucou:
— Ora, mas o mapa também está em minhas mãos, e eu vejo que preciso seguir por aquele outro lado.
Então pararam e refletiram, e Fidelino disse:
— Mas como poderemos caminhar juntos se não estivermos de acordo?
Graciano respondeu:
— Então você siga o seu caminho e eu sigo o meu. E nós nos encontraremos lá, na Cidade da Felicidade Eterna. Porque, embora sigamos caminhos distintos, somos cristãos e temos o mesmo rolo nas mãos.
E Graciano seguiu o seu caminho, mas Fidelino pensava consigo mesmo:
— Como poderemos chegar à mesma cidade, se só há um caminho e precisaríamos estar juntos neste mesmo caminho?
E ali mesmo se dividiram: Fidelino seguiu o seu caminho, e Graciano tomou outra direção.
Graciano, seguindo o seu caminho, via pessoas à beira da estrada e as convidava para seguirem com ele. Dizia-lhes:
— Sigam comigo, pois estou indo para a Cidade da Felicidade Eterna. Este rolo me dirige, me orienta no caminho, e ele me foi dado por uma grande graça. E vocês também poderão tê-lo. Basta caminhar comigo por esta estrada. Essa graça nos concede alcançar a cidade, ainda que, por algum acaso, venhamos a nos desviar do caminho.
E muitos o ouviam e o acompanhavam, pois desejavam chegar à Cidade da Felicidade Eterna. E com a garantia da graça que lhes era oferecida, acreditavam que poderiam se desviar diante de qualquer dificuldade e, depois, retornar ao caminho, porque a graça lhes permitiria. E que aquela estrada era o caminho correto.
E também Fidelino caminhava na sua estrada. Porém, a estrada por onde andava era cheia de dificuldades e mais estreita. Enquanto prosseguia, via pessoas à beira do caminho e as convidava:
— Venham, caminhem comigo! Estou indo para a Cidade da Felicidade Eterna.
Mas alguns respondiam:
— Este caminho é muito difícil.
Então Fidelino lhes dizia:
— Temos este rolo, que é o mapa que nos levará à cidade. Ele nos guiará. E este rolo foi-nos dado por uma grande graça. Porém, essa graça não nos exime de sermos fiéis ao caminho, sem nos desviarmos nem para a direita nem para a esquerda, ainda que as dificuldades sejam grandes.
E raríssimos seguiram a Fidelino, pois muitos achavam o caminho demasiado difícil e árduo. A maioria preferia permanecer à beira da estrada ou seguir por outros atalhos, entendendo que poderiam encontrar um caminho melhor e mais agradável do que aquele.
Graciano caminhava com seus seguidores e, algumas vezes, abria o rolo do mapa e o lia diante deles. Então ensinava aos seus seguidores, dizendo que aquele caminho, aquela estrada e aquele rolo eram seguros, e que os conduziriam a uma caminhada feliz, alegre e leve, uma caminhada prazerosa. Garantia que, por aquela estrada, seriam desviados das dificuldades e encontrariam todos os suprimentos de que necessitavam; não haveria desconforto, nem problemas.
Já Fidelino, por sua vez, também lia o rolo. Mas ele caminhava o tempo todo com os olhos atentos àquele mapa, e ensinava aos poucos que o seguiam que o caminho era difícil, que exigiria muita perseverança, que haveria desconfortos e que seria preciso suportar muitas dificuldades. O esforço seria grande, mas valeria a pena, porque o rolo lhes fora dado por uma grande graça e a Cidade da Felicidade Eterna seria tudo de bom.
Os seguidores de Graciano caminhavam com alegria e leveza. Eles se sentiam seguros, pois acreditavam que o caminho era fácil e prazeroso, e que o rolo lhes protegeria de qualquer dificuldade. Quando encontravam obstáculos, confiavam que a graça do rolo lhes permitiria contorná-los sem esforço. Riam, cantavam e compartilhavam histórias felizes enquanto seguiam a estrada, certos de que o fim seria a Cidade da Felicidade Eterna, sem grande sacrifício.
Já os raros seguidores de Fidelino enfrentavam as dificuldades com coragem e determinação. Cada passo exigia esforço, e muitas vezes sentiam cansaço e desconforto. Mas continuavam, atentos às instruções do rolo e às palavras de Fidelino. Ele lhes lembrava constantemente que o caminho exigia perseverança, e que só aqueles que resistissem às provações alcançariam a Cidade da Felicidade Eterna. Apesar do esforço, sentiam uma esperança profunda e uma alegria serena, pois sabiam que estavam trilhando o verdadeiro caminho, seguro e digno.
Depois de algum tempo na caminhada, Graciano e seus seguidores chegaram ao final da estrada e perceberam que não havia mais estrada adiante, apenas um grande portão. Mas já era noite. A escuridão envolvia tudo, e o medo começou a tomar conta de seus corações.
De repente, daqueles portões saíram vultos de seres horríveis, deformes, com olhos flamejantes e garras afiadas. Eles cercaram os viajantes, agarrando-os com força, tentando arrastá-los para dentro do portão. O local era sombrio, envolto em chamas e sombras que pareciam vivas, e um cheiro de queimado e enxofre pairava no ar.
As pessoas ficaram apavoradas. Tentavam fugir, gritar, lutar, mas os seres eram muitos e poderosos. Queriam retornar, refazer o caminho, escapar daquele destino terrível, mas não havia mais possibilidade. O portão se fechou atrás deles com um estrondo horrível, e eles batiam desesperados, xingando uns aos outros:
— Você me trouxe para cá? Por quê? Por quê?
Graciano, em seu horror, percebeu a verdade terrível:
— Eu conduzi essas pessoas a este lugar… e eu estou aqui, porque não segui o mesmo caminho de Fidelino.
Gritos, choro, lamentos e terror ecoavam pelo ar. O pavor dominava cada coração, e a consciência do erro, da ilusão e do engano os esmagava. Mas era tarde demais. A dor e o sofrimento os envolveram, e não havia retorno.
Fidelino e seus poucos seguidores também chegaram ao final da estrada. Ainda era dia. A luz do sol brilhava, iluminando tudo com uma beleza que aquecia a alma. À distância, avistaram uma cidade magnífica, de esplendor indescritível.
Seus olhos se encheram de brilho, e algo dentro deles começou a despertar uma sensação que não podiam explicar. Alegria, paz e felicidade inundavam cada fibra de seus seres. Era um sentimento tão profundo que nenhuma palavra humana poderia descrever.
Anjos celestiais surgiram ao redor, conduzindo-os com delicadeza e reverência. Eles se aproximaram do portão, e com passos reverentes, entraram pela porta. E naquela porta estava escrito, em letras de luz: Jesus.
Ao atravessarem, viram algo que ultrapassava toda compreensão humana. Os seus olhos jamais poderiam descrever, e seus corações jamais poderiam abarcar a grandeza do que se apresentava diante deles. Era uma glória, uma luz e um amor tão intensos que ultrapassavam tudo o que a mente humana pode imaginar ou compreender. Cada emoção, cada sensação, cada suspiro do coração estava envolto em uma perfeição que não se podia expressar. Era a plenitude da felicidade eterna, a presença de Deus, uma realidade tão infinita que transcendia toda linguagem e entendimento humano.
🕊️ Reflexão
Caro leitor, a nossa vida é uma caminhada, e a maneira como vivemos é a estrada que percorremos. Ao final desta vida, segundo o Criador, existem apenas dois destinos: um destino é a presença de Deus, e o outro é a ausência de Deus.
Para estarmos na presença de Deus, precisamos cumprir os requisitos necessários, pois Deus é santo, perfeito, justo e bom. O mal não pode estar em contato com Ele. Portanto, o caminho que devemos seguir é o caminho da fidelidade a Cristo. É este caminho que nos conduzirá à Cidade da Felicidade Eterna, à verdadeira vida plena e eterna em comunhão com Deus.
Notemos que existem dois caminhos, e na história que narramos aparecem dois homens representando essas realidades.
O primeiro, Fidelino, simboliza a fidelidade e a Palavra de Deus. No caminho de Fidelino, há graça abundante, porém essa graça não dispensa a fidelidade a Deus. Pelo contrário, ela sustenta e fortalece aqueles que perseveram diante das dificuldades, da cruz e do sacrifício necessário para seguir a Cristo.
O outro homem, Graciano, representa o caminho do engano, aparentemente baseado numa suposta graça de Deus. Essa “graça” dispensa e sobrepõe a cruz, o esforço e a porta estreita. Ela tira o cristão do verdadeiro caminho, desviando-o da glória de Deus, colocando a vontade e a necessidade do homem no centro, criando uma vida antropocêntrica. No caminho de Graciano, Deus parece servir ao homem, e o sofrimento, o sacrifício e a fidelidade são minimizados ou ignorados.
No caminho de Fidelino, entretanto, é o Cristo que é exaltado. Cada esforço, cada dificuldade enfrentada pelos seguidores serve para demonstrar a glória de Deus, mostrando que vale a pena sofrer por amor a Cristo, abrir mão de si mesmo para agradar a Deus e seguir fielmente o evangelho. É um evangelho cristo-cêntrico, centrado na glória de Deus e no sacrifício de Jesus.
Para seguirmos o caminho de Fidelino, que representa a fidelidade a Deus, e para verdadeiramente alcançarmos a felicidade eterna, ou seja, estarmos eternamente com Deus, é necessário morrermos para a nossa própria vontade. É preciso colocar Deus acima de tudo, abrir mão de tudo por amor a Cristo e, assim, verdadeiramente glorificar a Deus.
Já o caminho de Graciano, o caminho da “graça”, entre aspas, não coloca Deus acima de tudo. Nele, o homem constrói um "deus", conforme a sua própria vontade, um Deus de amor, misericordioso, um distorcido amor e misericórdia de Deus, que substitui o esforço, a renúncia e o sacrifício da cruz, e que permite o pecado, ainda que acompanhado de um suposto arrependimento, que na verdade não é o arrependimento de pecar, mas um "arrependimento" que não o liberta do pecado. afrontando a natureza de Deus. E assim, este deus, existe para a glória do homem, e não o homem para a glória de Deus. Um evangelho antropocentrico e nao Cristocentrico.
Embora Fidelino e Graciano fossem duas pessoas cristãs e tivessem o rolo do mapa na mão, seguiram caminhos diferentes. Não poderiam andar juntos, pois não estavam de acordo.
Assim são as pessoas que se dizem cristãs, mas não há comunhão entre elas, porque cada uma segue o seu próprio caminho, a sua própria maneira de pensar, o seu próprio entendimento da Bíblia.
E, ainda assim, acreditam que no final todos vão chegar ao mesmo lugar, mesmo caminhando em direções diferentes, sem alinhamento com a verdade de Deus e sem comunhão entre si.
O grande problema é que o final da nossa estrada pode chegar a qualquer momento. Não sabemos quando a caminhada terminará, quando a estrada chegará ao seu fim. E, depois disso, não há mais como voltar.
Aqueles que não seguirem o caminho da fidelidade, que não abandonarem a sua própria glória para viver exclusivamente a glória de Deus, que não renunciarem à sua própria vontade para viver exclusivamente a vontade de Deus, que não renunciarem à sua própria maneira de viver, ao orgulho e ao ego, e que não forem fiéis a Deus, custe o que custar, sofrerão uma grande decepção.
Não serão os anjos de Deus que os guiarão no final da estrada até a Cidade da Felicidade Eterna, mas sim seres terríveis, que os conduzirão aos portões do inferno, do terror e do tormento eterno. E não haverá mais possibilidade alguma de retorno.
🛑 Conclusão e Apelo
Caro leitor, não seja negligente para com a sua salvação. Reconheça quem Deus realmente é. Reconheça a verdade. Não abra mão da verdade para satisfazer o seu ego, o seu orgulho, a sua própria vontade, pois Deus é digno de ser adorado, exaltado e servido.
Ele tem o direito de dominar a nossa vida, de fazer com ela o que Ele deseja, de usá-la da maneira que Ele quiser. A nossa vida não nos pertence mais a nós, mas pertence a Deus. Por isso, não podemos viver para fazer a nossa própria vontade, mas sim para conhecer e fazer a vontade de Deus, para nos esforçarmos, carregarmos a cruz e, se necessário, morrermos, para a glória de Deus. Precisamos viver exclusivamente para a glória de Deus.
Se você não morrer para a sua própria glória, para a sua própria vontade, e não viver exclusivamente para conhecer e fazer a vontade de Deus, você não alcançará a vida eterna com Deus. Pelo contrário, o seu lugar será no tormento eterno, porque lá, após a sua morte, você entenderá a maldade que não conseguia ver, pois o seu orgulho e a sua ingratidão a Deus o cegavam.
Lembre-se: a sua maneira de viver hoje, o seu dia a dia, aquilo que você pensa, aquilo que você fala, aquilo que você sente, é a sua maneira de viver, é o caminho que você está seguindo e que o levará a um destino eterno.
Portanto, submeta tudo — o seu pensar, o seu falar, o seu sentir, o seu agir — à Palavra de Deus, à vontade de Deus revelada na Bíblia, enquanto ainda há tempo, enquanto a salvação para a sua alma ainda é possível.
Não deixe que o seu ego, que a sua vontade, que os seus desejos naturais o impeçam de ouvir a verdade, de refletir com honestidade sobre as palavras de Deus, aquilo que está escrito na Bíblia.
Coloque a Bíblia como a voz de Deus na sua vida. Abra mão de tudo. Esqueça este mundo, esqueça esta vida e viva somente para a vida eterna, porque esta vida é um sopro e pode acabar a qualquer momento.
A verdadeira vida é a vida que Deus tem para você. Mas você precisa se humilhar, precisa pagar o preço, precisa sofrer, sim, precisa sofrer por amor a Cristo. Caso contrário, você não glorificará a Deus, você não reconhecerá que Deus é Deus na sua vida
Para alcançar a cidade da felicidade eterna, você precisa morrer para a sua própria vida. Mais do que isso, você precisa entregá-la em sacrifício vivo e agradável a Deus — a sua vida.
Não pode haver mais exaltação de si mesmo, não pode existir mais a sua própria vontade. Você precisa viver exclusivamente para a glória de Deus, para conhecer e fazer a vontade de Deus, custe o que custar.
É necessário ter toda a determinação do mundo, todo o esforço, todo o sacrifício para seguir essa estrada. Você precisa abrir mão de tudo que o prende a este mundo, odiar o pecado, amar as pessoas e servir a Deus continuamente, vigiando contra o pecado, observando diariamente, sendo zeloso e cuidadoso com a Palavra de Deus, fazendo tudo exclusivamente para a glória de Deus.
A decisão da maneira como você vai viver é sua, e você vai colher o resultado desta decisão, que será o seu destino eterno.
Não seja negligente quanto à sua salvação. Não seja negligente para com Deus e a Sua Palavra, aquilo que Ele diz. Não permita que o orgulho faça com que você viva para si e não para Deus.
Escolha viver para Deus e não para si. Escolha exaltar a Deus e não a si mesmo. Escolha a vida eterna. Escolha a verdade, que é Jesus, seus ensinos que estão na Bíblia, que é a vontade de Deus, portanto o que é justo, bom e perfeito.
Porque, quando você escolhe a sua própria vontade e não a vontade de Deus, você é um diabo. Você está tomando o lugar que é de Deus, colocando a sua vontade acima da vontade de Deus.
E no inferno, você enxergará a sua maldade, a sua perversidade e se lamentará do seu destino eterno. E o pior: não haverá quem possa livrá-lo do tormento, do sofrimento, da angústia, do terror que é o inferno.
Mas este é o lugar destinado àqueles que não se submetem a Deus e resolvem ser diabos, adversários de Deus.
Escolha viver a vontade de Deus, custe o que custar, enquanto ainda há tempo.
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Escolha viver a vontade de Deus,, custe o que custar, enquanto ainda há tempo
ResponderExcluir.MIRTES